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MINERAÇÃO

Irecê vive expectativa para o início de operação de mineradora

Investimento de R$ 500 milhões projeta impactos positivos em diversos setores econômicos e sociais da região

Por Redação

28/01/2025 - 6:00 h | Atualizada em 29/01/2025 - 12:05
Imagem ilustrativa da imagem Irecê vive expectativa para o início de operação de mineradora
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A população de Irecê vive a expectativa pela chegada do Projeto Irecê, uma parceria entre a Galvani e a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). Com investimento de R$ 500 milhões e início de operações previsto para o próximo ano, o projeto de mineração de fosfato, usado na fabricação de fertilizantes fosfatados, se apresenta como um vetor de transformação para o município, com o potencial de impulsionar a economia local e impactar positivamente a vida de diversos setores da comunidade, incluindo educação, comércio e agricultura familiar.

A presidente da Associação Comercial, Industrial e Empresarial (ACE) de Irecê, Lúcia Gonçalves, resume o sentimento de ansiedade pelo início do projeto, que deve resultar na abertura de cerca de mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos, e injetar cerca de R$ 30 milhões ao ano na economia do município apenas em massa salarial. “É um investimento que movimenta tudo: comércio, hotelaria, setor imobiliário, todos sentem o impacto, e isso inevitavelmente reflete no crescimento econômico da região”, afirma.

De acordo com ela, o projeto já está atraindo investimentos significativos em áreas como infraestrutura, educação e tecnologia. “Esse movimento demonstra o potencial transformador do empreendimento”, avalia a empresária.

Um dos impactos citados por Lúcia é referente à qualificação da mão de obra local para atender às demandas do projeto. A própria mineradora, em parceria com a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), por meio do Programa Qualifica Bahia, vem oferecendo cursos técnicos, como os de armação de ferragem e carpintaria.

Nesta etapa, a qualificação chega a 80 moradores do município, com prioridade para pessoas em situação de vulnerabilidade, como afrodescendentes, mulheres, jovens, pessoas com deficiência e trabalhadores acima de 40 anos, promovendo inclusão e geração de renda qualificada.

Tecnologia

O Projeto Irecê também vem atraindo a atenção do setor de mineração do País por seu alcance e suas inovações tecnológicas. Com o empreendimento, por exemplo, a Bahia vai se consolidar como polo autossuficiente na produção de fertilizantes à base de fosfato. Além disso, de acordo com a Galvani, será adotado, no local, um método de extração a seco, tecnologia inédita no Brasil.

A metodologia dispensa o uso de água no processo produtivo e elimina a necessidade de construção de barragens de rejeitos. Essa abordagem não apenas minimiza significativamente os impactos ambientais da atividade, mas também contribui para a segurança das operações e a preservação dos recursos hídricos da região.

“É uma tecnologia de ponta, com forno de alta eficiência importado da Alemanha, que garante uma operação limpa, alinhada à sustentabilidade e às melhores práticas ambientais”, garante o presidente da CBPM, Henrique Carballal. “Estamos comprometidos em garantir que o projeto seja desenvolvido com total respeito ao meio ambiente.”

Além dos impactos econômicos e tecnológicos, o projeto trará benefícios diretos e significativos para a agricultura familiar da região. A extração do fosfato resultará também na produção de calcário agrícola, um insumo essencial para a correção da acidez do solo e o aumento da sua fertilidade. Esse calcário será doado aos agricultores locais, representando um importante apoio para a produção agrícola.

“Firmamos um acordo com a Galvani para a doação anual de 10 mil toneladas desse calcário, que será distribuído entre os agricultores familiares da região de Irecê”, explica Carballal. A distribuição do insumo será realizada em parceria com a Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e beneficiará inicialmente 4,5 mil agricultores e agricultoras familiares, com o potencial de triplicar a capacidade produtiva da terra e, consequentemente, a renda dos produtores.

Obstáculos

O diretor-presidente da Galvani, Marcelo Silvestre, enfatiza a importância da parceria com a CBPM para o sucesso do empreendimento. “A parceria, além de reforçar o impacto positivo que o empreendimento trará para Irecê, facilitou o alinhamento do projeto com as regulamentações e práticas de governança necessárias, garantindo a sua viabilidade e o seu desenvolvimento sustentável”, afirma.

Embora potencialmente represente um marco de transformação econômica e social para a região, o Projeto Irecê passou por uma série de obstáculos até sua execução. “Quando cheguei, o projeto estava paralisado”, lembra Carballal. “Havia um anel viário sobre a mina, postes de energia que precisavam ser realocados, além de dificuldades com o licenciamento ambiental. A CBPM entrou em campo, dialogou com a prefeitura, tratou sobre o PDDU [Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano] e superou todas essas barreiras.”

De acordo com o gestor, o Projeto Irecê foi priorizado pela companhia por causa de seu potencial de benefícios sociais para a região. “O governador Jerônimo Rodrigues entendeu a importância estratégica deste projeto, tanto pelo impacto econômico quanto pelo seu alcance social, e nos deu todo o respaldo para avançarmos.”

Empreendimento apoia educação e agricultura familiar

A expectativa em torno do Projeto Irecê não se limita ao desenvolvimento econômico esperado para a região ou à inovação tecnológica aplicada. Ele também carrega um forte componente social e educacional, com iniciativas que visam ao fortalecimento da comunidade local e a promoção da educação.

A Escola Quilombola Anísio Teixeira, por exemplo, foi uma das três da cidade contempladas com uma ação chamada Projeto Raízes, que promoveu, no ano passado, oficinas literárias e artísticas celebrando a cultura negra. Além disso, recentemente a instituição alcançou reconhecimento no prestigiado Prêmio LED – Luz na Educação com um projeto inovador voltado para a convivência sustentável com o meio ambiente, apoiado pela Galvani.

O gestor da escola – e membro ativo da comunidade quilombola de Lagoa Nova –, Arnobson dos Santos, atribui essa conquista à parceria com a mineradora. “Hoje podemos dizer que somos uma escola certificada lixo zero”, celebra. “Incríveis 93% dos resíduos que produzimos aqui não são destinados ao aterro sanitário, e isso gerou uma pedagogia muito interessante e engajadora junto aos nossos alunos, que se tornaram agentes transformadores em suas comunidades.”

O apoio da mineradora se materializou por meio de assessoria técnica, financiamento de equipamentos e revitalização do viveiro de mudas da escola. As ações proporcionaram aos alunos a oportunidade de participar ativamente de práticas sustentáveis, como a produção de mudas nativas e o reaproveitamento de resíduos sólidos, promovendo a conscientização ambiental desde a base.

Além do apoio direto a escolas, a CBPM propôs a criação de um fundo de educação específico para o município de Irecê. “Uma parcela significativa dos royalties gerados pelo projeto será destinada a um fundo que será gerido pela própria comunidade de Irecê, fortalecendo a educação local e proporcionando mais oportunidades de aprendizado e desenvolvimento para as futuras gerações”, informa o presidente da CBPM, Henrique Carballal, demonstrando o compromisso do projeto com o futuro da região.

O projeto também busca solucionar um problema enfrentado pelos agricultores familiares da região: o acesso a fertilizantes de qualidade. A doação de calcário agrícola, viabilizada pelo Projeto Irecê, surge como uma solução promissora para aliviar essa situação e impulsionar a produção local.

Arnobson relata as dificuldades financeiras enfrentadas pelos pequenos produtores para adquirir esses insumos, o que frequentemente resulta em solos menos produtivos e, consequentemente, em uma menor rentabilidade da atividade agrícola. “O projeto traz uma grande esperança, principalmente para os agricultores que praticamente só vivem daquilo que produzem”, avalia. “É uma oportunidade de melhorar suas condições de vida e garantir um futuro mais próspero para suas famílias.”

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