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ECONOMIA

Mais de 300 mil brasileiros fizeram intercâmbio em 2022

Especialistas dão dicas para quem quer estudar fora e se planejar

Júlia Isabela*

Por Júlia Isabela*

01/05/2023 - 6:00 h
Vivian, da  CI, explica que o planejamento financeiro de cada um vai variar de acordo com o local escolhido
Vivian, da CI, explica que o planejamento financeiro de cada um vai variar de acordo com o local escolhido -

O mercado de intercâmbio nacional voltou a dar sinais de crescimento. A quantidade de brasileiros intercambistas aumentou 13% em 2022, em comparação com dados de antes da pandemia, segundo pesquisa inédita da Associação das Agências de Intercâmbio no Brasil. Especialistas no assunto dão dicas sobre como os interessados podem tentar se preparar financeiramente para a realização do sonho de estudar em outro país, destacando o planejamento financeiro e a manutenção de uma poupança como essenciais para alcançar o objetivo.

No ano passado, 327.135 mil estudantes viajaram para fora do território brasileiro, contra 289.500 mil em 2019. Além disso, de acordo com o relatório Diversify with Data: Insights for Higher Ed Institutions, baseado em números da Unesco e elaborado pelo Studyportals, o Brasil se consolidou entre os 10 países que mais enviam estudantes para estudar no exterior (com mais de 88 mil brasileiros em intercâmbio).

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Vivian Neder, diretora da agência CI Intercâmbio de Salvador, explica que o planejamento financeiro de cada um vai variar de acordo com as especificidades do local escolhido. Quando o país em questão exige visto, geralmente as pessoas têm que ter não só o valor para poder comprar o programa de intercâmbio (caso busque pacotes em agências), como um valor comprobatório, seja em uma poupança, seja em uma conta de investimento ou em uma conta corrente.

“(O valor comprobatório) serve para comprovar que aquela pessoa não vai trabalhar de forma ilegal, ou seja, que ela tem recursos financeiros para se manter no país. Vou dar um exemplo: uma pessoa que vai para Inglaterra, que não precisa de visto até seis meses, ela vai estudar sem problema nenhum, já uma pessoa que se programa para Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos ou Canadá, ela tem que pedir junto ao Consulado a permissão para entrar naquele país, e vai se exigir um dinheiro em conta para comprovar que aquela pessoa tem recursos financeiros, então a ideia que nós temos é que se for envolver um processo de visto, a pessoa deve se programar financeiramente, às vezes até com um ano de antecedência”, explica Vivian.

No entanto, mesmo que a pessoa não tenha dinheiro em seu nome, ainda é possível aplicar para o visto, porque hoje todos os consulados aceitam o Financial Support, então, por exemplo, se o jovem tiver alguém que queira custear seu intercâmbio, não há nenhum problema, toda a parte financeira comprobatória para o visto pode ser dessa pessoa, um tio, pai, irmão, e isso não impede a viabilidade do intercâmbio, segundo a especialista.

A diretora da CI Intercâmbio ainda reforça que existem pacotes de intercâmbio para todos os bolsos, dependendo muito do perfil da pessoa e do planejamento feito com antecedência. Ela recomenda que alunos nunca se inscrevam em instituições estrangeiras sem acompanhamento.

“Por isso a importância de uma agência de viagem, porque a parte financeira de um programa de intercâmbio é crucial para seu visto ser aprovado. Se você fizer alguma coisa errada, seu visto é negado. Eu já faço isso há 30 anos, eu nunca vou indicar para ninguém fazer sozinho, porque é um processo extremamente delicado, cheio de pegadinhas, então quando uma pessoa faz sozinha, a chance de ter um visto negado é enorme, tem que fazer via uma agência”, diz Vivian.

Câmbio favorável

Alex Gama, professor de Economia da Unifacs, reforça a importância do planejamento financeiro para a realização de intercâmbio, e diz que o momento atual é favorável para os brasileiros que desejam alcançar esse objetivo, por conta da taxa de câmbio mais acessível.

“Houve uma redução na taxa de câmbio, ela chegou a patamares altos de R$ 5,60, por exemplo, mas agora está diminuindo, mais perto de R$ 5,00, então está muito mais fácil viajar agora do que no ano passado. A taxa alta é ruim, pois você vai precisar de mais reais para converter uma moeda estrangeira. Se você tiver a desvalorização do Real, dificulta mais o sonho desse jovem de fazer um intercâmbio, tem um risco cambial, o que pode interferir por conta dos custos de pagar todas as suas despesas em uma moeda estrangeira”, analisa Gama.

O professor de economia aconselha aos interessados que realizem um investimento já baseado na taxa de câmbio da moeda do país desejado, fazendo uma poupança nessa moeda, por exemplo.

“Se está pensando em ir pra Europa, faça o investimento em Euro, se você for para os Estados Unidos, investimento em Dólar, assim você elimina esse risco da taxa de câmbio, porque você está aplicando já na moeda do país que você vai fazer a viagem, então essa dica é importante”, orienta o economista .

Bárbara Almeida, gerente de marketing e conteúdo da agência WEST 1 Intercâmbio, diz que os passos para preparação financeira de um intercâmbio são: saber o que você quer e aonde quer, buscar orientação de especialistas em agências e começar a fazer ajustes financeiros na sua vida, de acordo com o orçamento do valor do seu intercâmbio escolhido.

“Com o orçamento do intercâmbio em mãos, recomendamos sempre que o estudante comece a entender e ajustar seus gastos e aporte financeiro. O Brasil é um país com realidade financeira muito diversa, o que faz com que não exista uma regra de por quanto tempo alguém precisa guardar dinheiro, por exemplo. No entanto, o ideal para qualquer pessoa é ter controle financeiro dos seus gastos, entenda como reduzir os gastos menos necessários para que as parcelas do intercâmbio caibam no seu orçamento mensal”, diz Bárbara.

Mariana Feitosa, aluna do curso de Engenharia de Produção da Universidade Federal da Bahia (Ufba), se inscreveu para um programa de intercâmbio na Universidade do Porto, Portugal, através de parceria entre as duas instituições. Ou seja, ela não vai pagar por um pacote de estudos em agência, mas mesmo assim, especialistas recomendam a busca de orientação com relação aos custos que envolvem vistos, moradia, transporte e também informações sobre as documentações necessárias para aprovação do visto.

Mariana, que aguarda o resultado da aceitação na Universidade do Porto, já foi para Portugal duas vezes, então já conhece um pouco do custo de vida do país. Como preparação financeira para o possível intercâmbio, ela está economizando dinheiro e pedindo ajuda financeira para seus pais. “Quero ter uma experiência internacional dentro do meu currículo acadêmico, conhecer novas pessoas, novas culturas”, relata.

Já Davi Coutinho, estudante de Educação Física da Ufba, se inscreveu para o programa de intercâmbio da Universidade da Beira Interior, em Covilhã, Portugal, também através da parceria entre as instituições. Ele comenta que anda pesquisando sobre a realidade do país escolhido para se planejar melhor financeiramente.

“Pesquisei sobre o custo de vida e mais especificamente opções de moradia na cidade destino. Quanto à moeda local, vejo ocasionalmente o valor em relação ao Real. Descobri que a cidade tem um custo de vida mais baixo quando comparado com cidades maiores e populosas de Portugal, como Porto ou Lisboa”, conta Coutinho.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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