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ECONOMIA

Marketing de afiliados gera comissões de até 15%

Por Fábio Bittencourt

22/08/2021 - 7:00 h
Márcio Lima Lyra, vendedor e empreendedor | Foto: Felipe Iruatã | Ag A Tarde
Márcio Lima Lyra, vendedor e empreendedor | Foto: Felipe Iruatã | Ag A Tarde -

Muita gente não deve ter ouvido falar, mas certamente já foi impactada por uma oferta, seja em uma mensagem no WhatsApp, disparada por um consultor em vendas da área de telefonia, por exemplo; ou por meio da publicação de um post promocional feito por um conhecido ou familiar em uma rede social.

É o chamado marketing de afiliados, mistura de empreendedorismo digital com divulgação de marcas, serviços e produtos na internet, que tem impulsionado o comércio eletrônico de grandes redes do varejo e plataformas de vendas online (marketplaces), e gerado trabalho e renda através de comissões de até 15%.

Funciona mais ou menos assim: o internauta se cadastra ou “abre uma loja própria” no Magazine Luiza, Americanas.com, Amazon, Natura, Madeira Madeira, ou plataformas próprias de afiliados, entre muitos outros; estuda o conteúdo, aprende divulgar –, e passa a fazê-lo por toda sua rede.

Cada usuário que clica nos links é levado aos sites dessas marcas, e o divulgador que faz a venda (caso ocorra) ganha comissão.

Professor de matemática de pré-vestibular e curso superior aposentado, Francisco “Piauí” Valentin, 67, se auto-intitula “sacoleiro online”, de tanto que manobra nessa área. Vende de tudo, sem possuir estoque algum. Conversou esta semana com a reportagem de A TARDE enquanto embalava 12 caixas de filtro de papel para café número 102, que despacharia para a avenida Brigadeiro Faria Lima, na capital paulista.

Dono de loja de artigos de papelaria e informática, a Recicla Pincel, ele conta que já reforçava o orçamento com as vendas por meio de divulgação, mas que teve de dar um gás a mais no último ano. O carro-chefe do seu comércio, a troca do refil dos marcadores de lousa utilizados nas escolas, praticamente zerou na pandemia.

Para quem viu os cursinhos pré-vestibulares e faculdades inteiras sumir do mapa nas duas décadas anteriores, não seria a atual crise que iria desanimá-lo. Hoje, o professor possui “loja” nos principais sites, onde, além de anunciar as ofertas dos parceiros, divulga e vende também os produtos da Recicla Pincel. Diz que ganha dinheiro vendendo até e-book ensinando como fabricar geladinho gourmet.

“A vida como ela é, muita transformação. Eu sempre tive vontade de vender pela internet, trago isso na veia. Também sempre ajudei sacoleiros com dicas de finanças ao longo da vida. Agora na pandemia esse comércio digital tornou-se a minha principal fonte de renda, além da aposentadoria, mas pode funcionar também como um extra. Tudo vai depender da dedicação que cada um imprimir ao negócio”, diz.

O “corre” do professor é tão grande que ele participa ainda de uma outra plataforma de comércio online, o de compras em grupo no atacado. Nesse caso, porém, ele nem compra nada, apenas cede o ponto comercial como local de entrega / retirada das mercadorias. Essa semana chegaram 450 litros de leite em caixa, de cerca de 30 donos. O movimento na loja não para. Ele ganha pouco, mas não reclama.

Mestre em desenvolvimento regional e urbano, especialistas em gestão financeira, empreendedorismo e marketing, o economista Lucas Spínola não vê “precariedade” na relação de trabalho, mas “apenas uma perspectiva comercial com definição de comissionamento, sem a exigência de rotina de atividade pré-estabelecida”. Segundo ele, além da pandemia, o país atravessa momento de bastante instabilidade, e essa “é uma forma de aproveitar as ferramentas disponíveis”.

“No caso do Brasil, além da pandemia, temos a questão política, e de alguma forma isto implica em retração dos investimentos. Acredito que dado o extremismo que tem pautado a discussão política no país, mesmo com a pandemia controlada, ainda vivenciaremos momentos delicados”, fala Spínola.

“Entendo que (essa) é uma forma de aproveitar as ferramentas disponíveis. Quantas pessoas não gastam horas em redes sociais com questões de baixa relevância? Neste caso há um aproveitamento das ferramentas para algo que possa gerar retorno financeiro. Entendo que todos nós devemos nos reinventar diariamente. Ainda mais quando a necessidade bate a nossa porta. É fato que o poder de compra tem caído”, diz.

Profissional de vendas desde sempre, empregado com carteira assinada no comércio, o administrador Luís Fernando Cunha, 56, viu a renda cair para menos da metade no início da crise sanitária. Com as dívidas acumulando, perdeu também o sono. Experiente no marketing digital, ele já era afiliado de um gigante do varejo desde 2014, mas “pouco acessava”. Até que identificou que era hora de intensificar o serviço.

Vendeu logo um aparelho de som para uma conhecida – por meio do envio de um link do “Magalu” no zap, e não parou mais. Cunha conta levantar uma quantia próxima ao seu salário mensal. Passou a vender para escolas câmeras, projetores, notebooks (do magazine), pois alguém em um de seus muitos grupos de contatos em várias redes o indicou. Segundo ele, “há 1.200 formas de trabalho na web”.

“Na pandemia passei a fazer postagens diárias, empolguei, hoje acesso outras plataformas, vendo cursos, passei a fazer avaliação de vídeos, testar softwares. Tem gente que testa games. Mas ninguém chega grande na internet, existe trabalho, mas precisa ficar ali, de migalha em migalha, até formar grupos de clientes. Foi o que me salvou na pandemia. Estou até dormindo melhor, não tenho mais dívida, nem cartão para me endividar”.

A história de perda de renda na pandemia é também a do vendedor Márcio Lima Lyra, 42, que chegou a trabalhar com três celulares diferentes no período para, com memória suficiente, conseguir “rodar” os muitos grupos de mensagem no qual fazia divulgação. O resultado foi tão positivo que ele passou a ser divulgador contratado de 14 empreendedores. Até que se tornou exclusivo da Go 360 Brasil.

Ele explica que a plataforma de marketing digital é credenciada ao Google, e que oferece aquele tour fotográfico ou vídeo em 360 graus de ambientes – como loja ou restaurante –, quando um internauta faz uma busca na rede. Ele começou o trabalho pela internet, mas agora vai de estabelecimento em estabelecimento. “Trabalho externo transmite credibilidade”, diz.

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