Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > ECONOMIA
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

ECONOMIA

Mineral raro coloca Bahia no mapa da transição energética global

Sílica encontrada em Belmonte tem teor de pureza único no mundo; projeto prevê investimento de R$ 1,6 bi

Por Redação

27/02/2025 - 0:00 h | Atualizada em 27/02/2025 - 19:05
Imagem ilustrativa da imagem Mineral raro coloca Bahia no mapa da transição energética global
-

A Bahia está prestes a produzir vidro solar graças à parceria entre a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM) e a empresa Homerun Brasil Mineração, subsidiária da mineradora canadense Homerun Resources. O projeto coloca o estado na vanguarda da transição energética global, pois, atualmente, o material é fabricado apenas na China.

Intitulado “Brasil Transparente”, o projeto teve início em junho de 2023, quando a CBPM, sob a gestão de Henrique Carballal, decidiu aprimorar o aproveitamento da areia silicosa presente nas áreas da companhia localizadas no município de Belmonte, na região sul da Bahia. O presidente, que acabava de assumir a direção da estatal, resolveu mudar o rumo da utilização do ativo mineral, que até então era empregado na fabricação de silestone — material utilizado na decoração de interiores.

“A CBPM passou a enxergar esse recurso com um novo olhar estratégico, buscando parcerias para direcioná-lo a um segmento de maior valor agregado e impacto global: a produção de vidro para painéis solares, um novo direcionamento que reforça o papel da Bahia como protagonista no setor de energia renovável e no desenvolvimento sustentável do País”, explica Carballal. “A CBPM entende que a instalação de uma indústria para processar essa sílica, transformando-a em vidro solar, entre outros elementos industriais utilizados para a fabricação de tecnologias de energia renovável, é mais do que fundamental nesse momento em que o planeta clama pela transição energética.”

O diretor de operações da Homerun, Armando Farhate, garante que o projeto é um empreendimento de mineração sustentável, inovação industrial e um salto estratégico rumo à independência energética. "Estamos comprometidos em desenvolver um modelo de mineração responsável, que agregue valor à economia local e fortaleça a cadeia produtiva de energias renováveis no Brasil e nas Américas", afirma.

Avanço

O projeto ganhou novo avanço nesta semana, quando a CBPM anunciou que a unidade de beneficiamento da areia silicosa, orçada em R$ 100 milhões e antes prevista para ser instalada no município de Ilhéus, agora será implantada em Belmonte. A decisão foi comunicada na última segunda (24), após reunião entre a direção da CBPM com o prefeito de Belmonte, Iêdo Elias, a deputada estadual Fabíola Mansur e o diretor da Homerun no Brasil, Antonio Vitor.

Para acelerar o empreendimento, o prefeito de Belmonte ofereceu um terreno no município para viabilizar, além da implantação da unidade de beneficiamento, a instalação da fábrica de vidro solar. A unidade fabril representa um investimento de outros R$ 1,5 bilhão, ou seja, mais de 90% do valor total do investimento estimado do projeto como um todo.

No entanto, ainda não há uma definição acerca do município para implantação da fábrica de vidro solar, originalmente prevista para Camaçari — local estrategicamente escolhido por sua infraestrutura e vocação industrial. A decisão está a cargo da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), responsável pela gestão do Polo Industrial do município.

Agora, a CBPM informa buscar apoio da secretaria e da Prefeitura de Camaçari para tornar possível o projeto que representa uma oportunidade de desenvolvimento socioeconômico e independência energética para o estado da Bahia. “Nós apresentamos o projeto à SDE e nos reunimos com o prefeito Luiz Caetano”, informa Carballal. “Estamos aguardando a decisão, confiantes de que iremos encontrar no Polo de Camaçari o terreno ideal para a instalação da fábrica.”

A planta de beneficiamento, prevista para ser construída em Belmonte, deve gerar cerca de 180 empregos diretos. O prefeito avalia que o projeto vai mudar a realidade social da cidade. “A maior empregadora é a prefeitura e a abertura de 180 vagas muda a realidade de Belmonte”, avalia. “Com esse projeto, a CBPM vai nos ajudar a qualificar nossa mão de obra e ter essa integração comunidade e empresa.”

Para a deputada Fabíola Mansur, com a chegada do empreendimento, Belmonte entra, definitivamente, no mapa da mineração da Bahia. “Essa é uma oportunidade de gerar riquezas e novos negócios para o município, que agora se torna sede da primeira unidade de beneficiamento da areia silicosa na América Latina”, destaca. “Além do impacto econômico, o projeto reforça nosso compromisso com a responsabilidade social e a sustentabilidade.”

Próximos passos

Questionado sobre o que se pode esperar nos próximos tempos em relação ao empreendimento, o diretor de operações da Homerun informa que o projeto avança conforme o planejado. “As licenças ambientais e de operação para a extração mineral já foram obtidas, a portaria de lavra está em fase final de emissão e a engenharia das unidades industriais de beneficiamento de areia e produção de vidro está em andamento”, lista Farhate. “Logo após o governo do estado finalizar a doação do imóvel no polo de Camaçari, daremos início à engenharia civil e terraplanagem, com previsão de implementação entre 2025 e 2028, condicionado ao cronograma de acordo ao tempo que receber o imóvel.”

Projeto impulsiona geração de empregos e desenvolvimento social

A expectativa é que o projeto fruto da parceria entre a CBPM e a Homerun gere até 700 empregos diretos e outros 2,8 mil indiretos, além de mil postos temporários. De acordo com o diretor de operações da mineradora, Armando Farhate, a valorização da mão de obra local é uma das diretrizes do empreendimento. “Criamos um plano de ação para priorizar os trabalhadores da região, pensando na geração de emprego, renda e na promoção do desenvolvimento social e econômico das comunidades envolvidas”, ressalta.

De acordo com ele, o Projeto Brasil Transparente segue diretrizes alinhadas com os princípios da Governança Socioeconômica e Ambiental (ESG), com foco em sustentabilidade e impacto positivo para as comunidades. A empresa está em fase de conclusão de uma parceria com um centro de pesquisa nacional para desenvolver técnicas inovadoras na mineração da areia silicosa, incluindo soluções para manejo de rejeitos e redução de impactos ambientais.

Também foi firmado um acordo entre a Homerun e a CBPM para a criação de um fundo destinado ao desenvolvimento educacional nos municípios impactados pelo projeto. “Essa iniciativa reforça nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável e com a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais”, afirma Farhate.

Qualificação

Após confirmar a implantação da primeira fase do processamento da areia silicosa em Belmonte, a CBPM informa ter firmado convênio para capacitação de mão de obra local. Segundo Carballal, a iniciativa atende recomendação do governador Jerônimo Rodrigues (PT). “Seguindo a determinação do governador, a CBPM assumiu o compromisso de estabelecer um convênio com a prefeitura para realizar a qualificação de mão de obra dos munícipes de Belmonte, para que eles estejam qualificados para trabalhar no processo industrial da empresa canadense, e a CBPM está assumindo um compromisso de dar estrutura para a prefeitura qualificar esses trabalhadores.”

Carballal também destaca a importância de uma ação célere para que a Bahia esteja apta a atender às demandas decorrentes das mudanças climáticas. “A transição energética está ocorrendo no mundo e a Bahia tem que estar preparada, Belmonte tem que estar preparada para que o povo possa aproveitar a riqueza que vai ser gerada desse processo”, avalia.

Para o diretor de operações da mineradora, a atuação conjunta com a CBPM tem sido fundamental para transformar o projeto em realidade, garantindo que a Bahia se posicione estrategicamente no setor de energia renovável.

“Além de conceder os direitos minerários da jazida à Homerun em condições justas de mercado, a CBPM atuou ativamente na estruturação do projeto, na atração de investimentos e na articulação com diferentes órgãos públicos para garantir sua viabilidade”, sublinha Farhate. Para ele, esse modelo pode servir de referência para outras regiões do Brasil interessadas em desenvolver projetos sustentáveis no setor mineral.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

Bahia mineral raro transição energética

Cidadão Repórter

Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro

ACESSAR

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Play

Saiba detalhes do complexo eólico de R$3 bilhões inaugurado na Bahia

Play

Chefe Dani Façanha mostra como fazer siri de forma sofisticada

Play

Shopping abre às 6h e recebe grande movimento em Salvador; veja

Play

Feira Baiana de Agricultura Familiar terá produtos de diversas regiões

x

Assine nossa newsletter e receba conteúdos especiais sobre a Bahia

Selecione abaixo temas de sua preferência e receba notificações personalizadas

BAHIA BBB 2024 CULTURA ECONOMIA ENTRETENIMENTO ESPORTES MUNICÍPIOS MÚSICA O CARRASCO POLÍTICA