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FINANÇAS

Mulheres investem menos e mais tarde que homens

As diferenças, segundo os especialistas, estão associadas às questões culturais

Por Daniel Araújo*

16/12/2024 - 6:40 h
Carine atribui a diferença entre os gêneros a uma  construção social
Carine atribui a diferença entre os gêneros a uma construção social -

Apesar dos benefícios financeiros que os investimentos trazem, muitas pessoas sentem dificuldades em começar, principalmente as mulheres. É o que revela a pesquisa Quem São os Jovens Investidores Brasileiros?, realizada pela Rico, plataforma de serviços financeiros da XP Inc. O estudo mostra que mulheres entre 24 e 35 anos tendem a investir menos e mais tarde que os homens.

Para a consultora financeira Carine Oliveira, essa demora das mulheres é resultado de uma construção social sobre o papel da mulher na economia doméstica. “Culturalmente, as mulheres foram ensinadas a serem administradoras do lar, enquanto os homens eram incentivados a saírem de suas casas e serem provedores lidando com finanças e a saúde financeira da família. Isso criou a ideia de que dinheiro e investimentos são um assunto masculino”, argumenta.

“Um dos maiores desafios foi a falta de representatividade feminina no mercado financeiro, que historicamente é retratado como um ambiente dominado por homens. Durante o meu processo inicial, percebi que a forma como o mercado era apresentado reforçava estereótipos e, de certa forma desencoraja mulheres a se verem como protagonistas de suas finanças”, relata a advogada Júlia Leal.

A pesquisa aponta que as mulheres começam a investir mais tarde. Enquanto 50% delas começaram há apenas 1 a 3 anos, os homens têm mais tempo investindo. No grupo com mais de 4 anos de experiência, os homens representam a maioria (37%), contra 25% das mulheres. Júlia acaba sendo uma exceção à regra. “Comecei a investir aos 20 anos, motivada pela necessidade de dar um destino mais eficiente às economias que vinha acumulando desde jovem”, conta a advogada de 26 anos.

Tolerância ao risco

Quando se trata do valor acumulado, as mulheres também ficam atrás, enquanto 41% das mulheres ainda têm menos de R$ 5. mil, 16% dos homens têm em média R$ 25 mil. Outra grande diferença entre os gêneros está na tolerância ao risco. Enquanto 15% dos homens estão dispostos a assumir riscos considerados altos em seus investimentos, apenas 7% das mulheres fazem o mesmo.

A dificuldade em assumir certos riscos no mundo dos investimentos também pode ser entendida como reflexo das relações de gênero na sociedade. “A desigualdade salarial e o acúmulo de responsabilidades domésticas também fazem com que muitas mulheres priorizem a segurança financeira imediata a curto prazo, em vez de pensar em investimentos a longo prazo. Esse contexto social e cultural acabou limitando as mulheres a priorizarem a sua penetração no mercado financeiro”, explica Carine.

É importante que além de superar esses estereótipos também se considere alguns fatores, para que mais mulheres possam adentrar no mundo dos investimentos como a educação financeira. “Primeiro é necessário desenvolver uma mentalidade investidora, para entender que investir é um processo de longo prazo, que exige paciência, disciplina e a capacidade de lidar com os altos e baixos do mercado, além disso, ter confiança para tomar decisões, mesmo com riscos, é fundamental. À medida que a pessoa vai ganhando experiência, o conhecimento técnico se torna importante para fazer escolhas mais inteligentes. Portanto, a mentalidade vem primeiro e o conhecimento técnico vai se ajustando conforme o aprofundamento no assunto” recomenda Tiago.

Para o consultor financeiro Tiago Menezes, seria positivo que houvesse adaptação por parte das instituições financeiras para incentivar a entrada de mulheres no mundo dos investimentos. “Acredito que seria importante oferecer produtos que considerem as necessidades específicas das mulheres, como as diferenças no tempo de carreira, salários ou responsabilidades familiares, além de criar programas de educação financeira focados nas mulheres, usando uma linguagem mais simples e acessível, e trazendo exemplos que façam sentido para a realidade delas”, explica.

*Sob a supervisão da editora Cassandra Barteló

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