ENTREVISTA – ARMANDO AVENA
'O Brasil e a Bahia vão muito bem na economia em 2024'
Economista afirma que números do PIB e do emprego indicam cenário positivo e defende mais investimento em infraestrutura
Por Divo Araújo
Mesmo com o aumento da taxa de juros e dos gastos públicos, sem mencionar as previsões pessimistas do mercado financeiro, a economia do Brasil e da Bahia em 2024 vai muito bem. Os números comprovam isso, como explica o economista e jornalista Armando Avena, que também é colunista de A TARDE.
“O Brasil está com o PIB crescendo e com a menor taxa de desemprego dos últimos dez anos”, afirma ele, nesta entrevista exclusiva. Para Avena, tanto o Banco Central quanto o mercado financeiro têm errado – e muito – em suas previsões.
Sobre a Bahia, o economista acredita que 2024 também será muito positivo, mesmo com a queda da safra agrícola. O setor de serviços, segundo ele, deslanchou de vez e a indústria está se recuperando. No entanto, para manter essa retomada, o estado precisa focar na infraestrutura. “Não há dúvida de que, para continuar crescendo, precisamos investir em rodovias, ferrovias e portos.” Confira mais detalhes na entrevista a seguir.
O Banco Central acabou de revisar a projeção de crescimento do PIB brasileiro de 2,3% para 3,2% em 2024. As projeções do mercado também indicavam um PIB menor. Foram os economistas que erraram, ou o PIB que, de certa forma, surpreendeu?
As previsões sobre o PIB e a inflação no Brasil são geralmente do Boletim Focus e elas refletem a posição do mercado financeiro. Quando as pessoas me dizem assim, ‘ah, é o mercado’? Eu pergunto: ‘Que mercado?’ Você tem o mercado financeiro e tem o mercado produtivo, real. Muitos economistas estão vinculados ao mercado financeiro e estão errando muito. E voltaram a errar. Na realidade, o que vem acontecendo é o seguinte: o Brasil economicamente vai muito bem. O Brasil está com o PIB crescendo e com a menor taxa de desemprego dos últimos dez anos. O nível das exportações é um dos mais altos. Nós temos mais de 350 bilhões de dólares em reservas e a inflação está recuando. Recuou mais uma vez em setembro. O mercado fica falando de crise fiscal, de problemas fiscais, mas isso reflete o longo prazo. Nós temos um problema estrutural de longo prazo e temos que tratar dele. Mas não é um problema nesse momento do Brasil. Nesse momento, os problemas estão equacionados. Vamos ter um déficit de 0,25% no PIB negativo ou até um déficit zero. Mas de fato é preciso haver gradualmente medidas que reduzam as despesas do governo.
Para 2025, o Banco Central espera uma alta do PIB de 2%. Dá para confiar nessa projeção?
É outro equívoco. Na verdade, o Banco Central vem errando muito. E eu me atrevo a dizer que o banco não tem trabalhado, digamos assim, stricto sensu com os fundamentos da economia. Por exemplo, hoje só o PIB já contratado, ou seja, o PIB do primeiro e segundo trimestre de 2025, por um efeito estatístico, já é maior do que 2,5%. O Banco Central está errado. Erra, do mesmo modo, quando aumenta a taxa de juros com dois meses de inflação caindo. O que o Banco Central está fazendo é trabalhar com o futuro. Está tentando garantir 2025 e 2026 de uma forma ortodoxa. Mas, não há necessidade de ser feito isso. O problema é que isso prejudica a economia. Prejudica, inclusive, o setor privado, os investimentos que estão crescendo 5%, e prejudica toda a atividade econômica.
Você mencionou a decisão do Copom, que aumentou a taxa de juros de 10,5% para 10,75%. Mas foi uma decisão unânime do BC, inclusive com o voto de Gabriel Galípolo, indicado por Lula para ser o próximo presidente do banco. O que explica essa unanimidade?
A ideia é a seguinte: o Galípolo ainda não é o presidente do Banco Central. Ele precisa ser sabatinado pelo Senado e tem que ter muito cuidado nesse momento para não perder a oportunidade de se garantir como presidente. Então, o que ele está fazendo? Vamos seguir o presidente do banco para dar uma ideia de que estamos todos concordando com o processo. Mas Galípolo provavelmente vai mudar no momento em que for presidente. Vai ter uma postura muito mais flexível, porque eu não estou inventando nada. As agências de risco do mundo inteiro estão melhorando a posição do Brasil. A dívida do Brasil está perfeitamente controlada, se você comparar com outros países. Ainda tem outro problema: aumentar os juros é aumentar a dívida brasileira. O aumento de 0.25% da Selic faz com que o Brasil pague bilhões a mais de juros do serviço da dívida. O Banco Central está sendo ortodoxo demais, está querendo mostrar que é independente e, com isso, está prejudicando o Brasil e a atividade econômica.
Ao aumentar a taxa de juros, o BC alertou para a aceleração do crescimento dos gastos do governo. Até que ponto, os gastos públicos prejudicam o país?
Esse é um ponto que eu concordo com o Banco Central. É preciso haver uma redução das despesas e um corte de gastos do governo. Agora, é preciso ver como se faz isso, porque o orçamento brasileiro é completamente engessado. Você não pode mexer nas despesas obrigatórias, que são constitucionais. Como você vai cortar gastos? Paralisando o país, não pode. Tem que haver um acordo com o Congresso Nacional para que haja cortes. E mais do que cortes. É preciso haver a desvinculação do salário mínimo com as despesas. Toda vez que o salário mínimo aumenta, as despesas obrigatórias aumentam. Precisa haver uma desvinculação para que o governo tenha mais liberdade de aplicar esses recursos.
Você vê clima para esse corte de gastos?
Não vejo clima, mas também quero dizer uma coisa que pouca gente tem percebido. Tem uma variável que os economistas não gostam muito de tratar, que é o tempo. Você não pode querer resolver todo um problema estrutural brasileiro e fiscal, que tem 20 anos, em apenas um ano. Se você fizer isso, paralisa a economia. É o que (o presidente Javier) Milei está fazendo na Argentina. Está tentando resolver tudo em um ano e, com isso, gerando o maior descompasso da economia, que vai ter uma queda de mais de 6%. A popularidade dele acabou. É preciso muito mais cuidado com a questão fiscal. A redução deve ser gradual. À medida que o país cresce, aumenta a arrecadação e viabilizando uma melhor situação fiscal. E dessa forma vai reduzindo os gastos. Tem outra coisa importante: os gastos precisam ser reduzidos de forma selecionada. Se você reduz qualquer gasto, pode causar um problema de grandes proporções. Não tem mais espaço para aumentar a arrecadação, mas esses cortes têm que ser feitos gradualmente.
O Brasil já fez a reforma da Previdência, está regulamentando agora a reforma tributária e muito se fala da reforma administrativa. Qual é a importância dessas reformas para reduzir os gastos do governo?
O Brasil vai ter um avanço muito grande quando a reforma tributária começar a efetivamente ser aplicada. Foi um avanço muito importante. A reforma tributária é imprescindível porque tem muito gasto inútil na máquina pública. Tem gordura que pode ser cortada. E talvez essa seja a maior crítica com a qual concordo. Agora tem uma coisa que não está sendo tocada, que são as renúncias fiscais. As empresas brasileiras têm renúncias fiscais que são absurdas. Mas, quando você vai reduzir as renúncias fiscais, os empresários se queixam. Quanto você vai reduzir a vinculação do salário mínimo, também há queixas. É preciso uma concertação nacional. O empresário não quer mais impostos, então tem que reduzir um pouco a renúncia. Os setores da sociedade também têm que admitir isso. O Brasil tem que deixar de ter segmentos brigando entre eles, para ter uma concertação nacional. Se derem condições, o Brasil cresce. A pujança econômica desse país é fantástica.
Em relação à reforma administrativa, qual seria o peso dela na redução dos gastos públicos?
O governo tem esse problema que precisa encarar. A reforma administrativa mexe com o funcionalismo público, que é muito estruturado. Mas é preciso a gente ter consciência de que a máquina pública brasileira é uma das mais inchadas do mundo. Tem que haver algum tipo de seleção. E essa seleção, quando for feita, vai ser possível notar que tem muita coisa que não há necessidade de ter na máquina pública. O Brasil é um país tão absurdo que ele acaba a empresa juridicamente e não acaba na vida real. Tem dezenas de empresas que foram extintas no papel, mas continuam existindo. No Brasil inteiro é assim. Isso é o que precisa ser encarado. É preciso uma reforma administrativa verdadeira e que foque efetivamente no aumento da produtividade do funcionalismo público. E na redução do contingente. O Brasil tem muito funcionário público e pouca produtividade.
Falando da Bahia, o PIB cresceu 2,2% no segundo trimestre de 2024. O estado caminha também para ter um bom ano de resultados econômicos?
Acredito que a Bahia vai crescer como o Brasil, no mesmo patamar. Tradicionalmente quando o Brasil cresce, os estados do Nordeste crescem. Às vezes crescem mais. Tudo indica que a Bahia vai crescer. Tem um problema porque, no ano passado, tivemos uma safra agrícola muito boa. Provavelmente, este ano vamos ter uma redução na safra de grãos. Além disso, a indústria está recém-recuperando. A Bahia precisa retomar com força a sua indústria de transformação. Nós temos um problema hoje na petroquímica, a nafta está muito cara. Mas é um problema a ser resolvido. O setor de serviços começou devagar o ano passado, mas agora está deslanchando e saindo efetivamente do problema da pandemia. Quando você olha as vendas de material de construção, elas cresceram 21%. As vendas nas farmácias nem se fala. As concessionárias de automóveis estão vendendo como nunca se vendeu. Por que isso está acontecendo? Porque caiu o desemprego, há mais segurança e o salário médio aumentou. A tendência é a Bahia crescer um pouco mais do que o Brasil, ou mais ou menos no mesmo nível.
Estamos vendo um investimento grande na energia eólica e solar. Qual é o peso desses novos investimentos para a economia do estado?
A Bahia encontrou um lugar na matriz econômica do futuro. Não tenha dúvida que essa matriz passa pelas energias renováveis. A Bahia é líder em energia eólica, e já tem uma grande produção de energia solar. A Bahia tem duas refinarias. Uma delas, a de Mataripe, gera 14% do refino do Brasil. Tem outra, a Dax Oil, que também é uma refinaria importante. Tem empresas que produzem petróleo a partir de campos maduros. Ou seja, petróleo e gás já representam grande parte da economia baiana, principalmente industrial. Agora, temos a energia renovável, a possibilidade de entrar na área de hidrogênio verde e uma série de outros investimentos que estão intrincados e que tem potencial para fazer a Bahia crescer. Eu sou otimista quando o assunto é energia verde e eletromobilidade. E aí entra a BYD, aí entra a Bravo, que é uma fábrica de baterias que vai ser instalada em São Sebastião do Passé. Você vai ter a BYD produzindo carro elétrico e a Bravo produzindo bateria elétrica. E já ficou claro que o mercado aceita o carro elétrico. Vejo isso como um bom sinal. Mas, aqui vai um adendo: nós temos um problema, que é a infraestrutura.
Sobre a infraestrutura você vê soluções a curto e médio prazo?
A Bahia hoje é um estado que passa por um momento interessante. Por um lado é um estado pujante economicamente, mas por outro precisa de muito investimento em infraestrutura. Todo mundo fala que a Bahia não está crescendo, que os outros estados estão crescendo. E eu sempre digo: não vamos comparar a Bahia com nenhum estado do Nordeste. O PIB da Bahia é quase do tamanho de Pernambuco e Ceará somados. A Bahia é uma economia complexa, que tem uma geração de riqueza muito maior do que qualquer estado nordestino. Não é a toa que a Bahia é a oitava economia do país. O PIB caiu em relação a Santa Catarina, que investiu maciçamente em infraestrutura e em incentivos. A Bahia precisa fazer o mesmo. Não é que a Bahia não tenha nada de infraestrutura. Quando a gente faz uma conta, a gente vai ver que os 11 terminais portuários que existem na Baía de Todos-os-Santos estão movimentando mais carga do que o terminal de Suape, em Pernambuco, que todo mundo diz que é o maior do Nordeste. Não é. Se você somar tudo na Baía de Todos-os-Santos, a Bahia é maior. O Porto de Salvador agora recebeu o navio Panamax, que é um dos maiores navios do mundo. Nós já temos cais para isso. Agora não há dúvida que nós precisamos - e aí é um esforço de todo Estado - investir nas rodovias, nas ferrovias e nos portos.Por exemplo, nós temos um problema grave agora que a Ferrovia Centro-Atlântica. Ou se resolve esse imbróglio ou a Bahia vai ter um freio no seu desenvolvimento. Porque a Ferrovia Centro-Atlântica quer entregar os trechos e não quer dar nenhuma possibilidade de manutenção do serviço. O trecho não pode ser entregue se não houver comprometimento de manutenção do serviço. Sabe por quê? Porque existem muitas empresas da Bahia que usam o trecho Salvador-Corinto (MG) ou Campo Formoso-Corinto. São trechos ferroviários que estão em plena atividade. Isso precisa ser tocado.
Temos à vista os projetos da Fiol (Ferrovia de Integração Oeste-Leste) com o Porto Sul. Qual será a importância desses empreendimentos?
A Fiol vai ser algo fantástico pra Bahia. Porque a Fiol vai transportar os grãos de toda a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia). Mas, para isso, é preciso ter o Porto Sul pronto. Nós não podemos correr o risco de ter a Fiol e não ter o porto. Vai ser motivo de piada. É verdade que hoje, tanto o porto quanto a concessionária, estão nas mãos de uma empresa privada. Mas o governo precisa acompanhar. Precisa acompanhar o trecho que liga Caetité a Barreiras. E o trecho que liga Barreiras a Mara Rosa (GO). Com a Fiol, a Bahia vai conseguir centralizar, numa rota ferroviária, os grãos da maior região produtora do Brasil. Mas precisamos correr. Se não estiver pronto em tempo hábil, vão ser criadas novas rotas. Esse é um desafio para a Bahia. O outro desafio é o portuário. A gente avançou muito. Houve investimentos na BTS, houve investimento no porto de Salvador, em Aratu. Mas precisamos avançar mais. E tem as rodovias. Nós não podemos ter uma rodovia com uma concessionária como Viabahia. Agora, ela está deixando a concessão, é verdade, mas vai ser indenizada por isso. É preciso que o governo garanta que vai investir, já que não vai ter tempo para fazer uma nova concessão e continuar investindo. É preciso um esforço grande.
Você já mencionou que os números da economia baiana só não serão melhores por conta da agropecuária, que teve redução na safra. Ainda assim, o agronegócio baiano aumentou a sua participação no PIB baiano. Qual é a importância do agronegócio para economia baiana?
A Bahia é o estado do agronegócio. É um estado onde a participação do agronegócio no PIB chega a 28%. Tem uma importância enorme. A Bahia hoje produz 40% de toda a produção de grãos do Matopiba. Tem a segunda ou terceira maior cidade produtora de algodão, que é São Desidério. Entre os dez maiores PIBs da agropecuária brasileira, dois ou três são da Bahia. A Bahia tem um potencial enorme nessa área e a tendência é crescer. A tendência da produção de algodão é crescer, o cacau está se recuperando. Com esse potencial para o agronegócio, a Bahia não pode deixar de ter um evento com a Fenagro, que está na sua 33º edição. É uma iniciativa da maior importância. Com a Fenagro, nós vamos trazer para a capital, os grandes produtores, os grandes financiadores. Nós vamos trazer máquinas e equipamentos. No momento que você reúne, em Salvador, a massa econômica do agronegócio está potencializando o setor. Claro, existe uma feira em Luís Eduardo Magalhães, que é muito boa e deve continuar. Mas Salvador é a caixa de ressonância do estado. É o maior PIB da Bahia. Por isso, é fundamental essa iniciativa, que vai gerar oportunidade de negócios, de créditos e terá uma movimentação financeira que vai surpreender. É o momento de retomada dos negócios tendo como cenário Salvador.
Salvador é ainda uma cidade muito pobre, mas vem passando por transformações. Como você está vendo esse momento econômico da cidade?
Salvador passou por um momento econômico muito difícil, porque houve um erro de planejamento. As pessoas não percebem, mas Salvador é uma cidade terciária, mas também uma cidade industrial. Não se pode perder de vista que Salvador é uma cidade industrial e que tem um PIB industrial, que é um dos maiores entre as capitais. Que indústria é essa? Não é uma indústria poluente e não pode ser. É uma indústria não poluente de pequenas proporções. E é também uma indústria logística, com centros de distribuição vinculados ao porto. No momento que não se percebeu isso, terminou se gravando demais essas indústrias e elas terminaram saindo da cidade. Mas agora estão voltando, porque a política melhorou. A prefeitura percebeu o impacto da saída dessas indústrias. Agora nós temos Salvador, novamente, com um forte setor de serviços e também mantendo sua indústria. Uma indústria de pequeno porte, principalmente nos bairros de Valéria, Pirajá, toda aquela região. Você agrega aí o turismo, que agora está mais profissionalizado, tanto na capital como no interior. Aliás, a Bahia tem uma vantagem potencial. Tem dois grandes destinos turísticos que, juntos, chegam a receber mais de quatro milhões de turistas, que são Porto Seguro e Salvador. Acredito que Salvador tem possibilidade de crescimento. Mas por ser uma cidade muito pobre, ela precisa do estímulo do poder público. O estímulo não só para viabilizar novos investimentos. Mas o estímulo também para gerar emprego e viabilizar, junto com as iniciativas federais, a ampliação da atividade econômica. De certa forma, é muito bom investir nos eventos, no turismo de negócios, no turismo como um todo, mas é fundamental investir na logística. Salvador precisa ter, por exemplo, um teleporto para reunir aqui toda a possibilidade de atuação logística. Salvador já é uma das 12 maiores cidades brasileiras, eu acho que ela pode voltar a crescer mais ainda, inclusive superar Fortaleza, que hoje é o líder em termos de PIB entre as capitais nordestinas.
Raio-X
Armando Avena é economista, jornalista e escritor. Membro da Academia de Letras da Bahia, é autor de seis livros, incluindo três romances, um de ensaios e crônicas, e um infantil. É professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Ufba e colunista do jornal A TARDE. Graduou-se em Ciências Econômicas pela Ufba e tornou-se mestre em Planejamento Global e Política Econômica pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe), no Chile. Foi secretário do Planejamento da Bahia, entre 2003 e 2006, e presidente do Fórum Nacional de Secretários de Planejamento. Também presidiu o Conselho Regional de Economia da Bahia. É o criador e editor responsável pelo portal de notícias Bahia Econômica.
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