DÓI NO BOLSO
Ostentação: preço do azeite dispara e pesa no bolso do brasileiro
Calor intenso tem prejudicado safras e, com isso, produção do azeite vem ficando abaixo do esperado
Por Da Redação
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“Tenho comprado apenas uma garrafa de azeite de oliva por mês, enquanto antes comprava duas. Além disso, tentamos diminuir o consumo, especialmente quando usamos para cozinhar. Ficou muito caro”, conta a funcionária pública Karin Barbosa.
Segundo dados do Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro), entre maio de 2023 e maio deste ano, o preço do azeite no Brasil teve um crescimento médio de 49%. O índice é mais que 12 vezes a inflação geral do mesmo período, que foi de 4%.
O Portal A TARDE fez uma pesquisa entre quatro grandes supermercados, para saber o preço do azeite de oliva. No primeiro, o valor da garrafa de 500ml variou entre R$ 43 e R$ 87; no segundo foi de R$ 46 a R$ 89; no terceiro, o preço da garrafa de 500 ml do azeite de oliva variou entre R$ 38 a R$ 52); enquanto no quarto supermercado, o valor ficou entre R$ 38 e R$ 120.

Ainda segundo Karin Barbosa, hoje o azeite que ela compra está 50% mais caro em relação há um ano. Por isso, ela tem variado a marca,na busca por um preço mais em conta.
“Eu comprava uma garrafa de 500ml de azeite por cerca de R$ 30. Hoje, o mesmo azeite custa cerca de R$ 45. Por isso, fico variando entre três marcas de nossa preferência e compro a que estiver mais barata”, afirma.
Calor intenso é responsável
O intenso aumento do preço do azeite de oliva não é uma exclusividade brasileira. O fenômeno acontece no mundo todo e, primariamente, é causado pelas altas temperaturas na Europa.
Nos últimos anos, o calor e seca histórica que vêm atingindo o velho continente têm quebrado safras dos grandes produtores de azeite, como Espanha, Grécia, Turquia, Itália e Portugal. Em todo o continente europeu, a queda na produção nos últimos dois anos chegou aos 20%. Com menos produto disponível e demanda alta, o preço sobe.
Os brasileiros consomem cerca de 100 milhões de litros de azeite por ano, dos quais, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cerca de 0,24% é produzido no país. Ou seja, o Brasil importa mais de 99% do azeite consumido internamente, sendo Portugal o maior fornecedor do produto no país.
Por lá, o azeite foi o produto da cesta básica cujo preço registrou o maior aumento em um ano: de cerca de 7 euros em maio de 2023, o produto agora custa por volta de 11 euros.
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