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Pedido de desculpas do BB sobre escravidão é insuficiente, diz MPF
Os procuradores destacam que as iniciativas que o banco apresenta ainda não atendem ao propósito da reparação
Por Da Redação
O Ministério Público Federal (MPF) julgou insuficiente o pedido de desculpas do Banco do Brasil (BB) sobre o seu papel na escravidão. Apesar de considerar o pedido do banco algo histórico por ter quebrado o silêncio de sua própria história, o MPF acredita que o banco não deve se limitar a isso.
“Se, por um lado, é inadmissível que convivamos com o apagamento e o silêncio ante essa tragédia histórica, mostra-se fundamental, por outro, que não nos limitemos a um mero pedido de desculpas, por melhores que sejam as intenções”, cita o MPF em um trecho do parecer.
Os procuradores regionais Julio José Araujo Junior, Jaime Mitropoulos e Aline Mancino da Luz Caixeta destacam que as iniciativas que o banco apresenta ainda não atendem ao propósito da reparação, pois são limitadas no tempo e não enfrentam problemas estruturais. Por isso, recomendam três caminhos importantes. Um diz respeito à necessidade de aprofundar e detalhar medidas de memória e verdade, por meio de pesquisas, como a criação de uma plataforma de pesquisas sobre a temática.
O MPF também sustenta a necessidade de o banco adotar processos internos que sinalizem, na prática, enfrentamento do fato de que a escravidão é constitutiva de sua formação.
“Já não se trata mais de avançar em programas específicos ou focais, e sim de repensar a própria forma como o banco encara os temas e acelera a sua transformação em prol de uma agenda de reparação de sua própria história”, destaca o documento. Como realizações, os procuradores mencionam a racialização plena das atividades do banco em recrutamento, treinamento, orientação profissional, posições de liderança etc.
Em terceiro lugar, o MPF defende a discussão sobre um plano de reparação com a sociedade brasileira. O Banco do Brasil tem até 20 dias para se manifestar acerca de questões que ainda não foram esclarecidas.
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