ECONOMIA
PET reciclado para embalar alimentos já é produzido na Bahia

Por Carolina Mendonça, do A TARDE On Line
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nesta quarta-feira, 19, a notícia de que o Brasil passou a autorizar a produção de Polietileno Tereftalato (PET) reciclado para ser utilizado na embalagem de alimentos. Uma das quatro empresas já liberadas para atuar no país é a Bahia Pet, que recebeu a licença por possuir tecnologia adequada à limpeza deste tipo de material e atender as normas estabelecidas pela Anvisa.
A empresa, na realidade, já utiliza a tecnologia alemã Bottle to Bottle (um dos processos de limpeza de PET reconhecidos pela Anvisa) desde 2003. A descontaminação é feita por um sistema de superlavagem, garantindo a qualidade total do material. “Vendemos para outros países o polímero completamente limpo, que vai ser usado na fabricação de novas garrafas, por exemplo. Só estávamos aguardando a liberação para comercializar no Brasil”, revela o diretor industrial da Bahia Pet, Waltencir Maurício Teixeira.
Além de tecnologias específicas, a Anvisa prevê uma série de exigências para as empresas que atuarão neste setor: habilitação e registro do estabelecimento e do plástico pós-consumo reciclado (PET - PCR) na Agência; análises sensorial e validada de contaminantes; comprovação, pelo estabelecimento produtor, do uso de sistemas de controle de processo e da qualidade do produto, de laboratório de análise; pessoal capacitado e programa de monitoramento analítico, e; a embalagem deve conter a expressão “PET-PCR” e identificar o produtor, o número de lote ou codificação que permita que estes sejam rastreados.
Conseqüências - Em relação a possíveis danos ambientais resultantes do uso da tecnologia empregada pela Bahia Pet, Teixeira afirma que a água que limpa o material é reutilizada e o único resíduo descartado é o lodo Classe II não inerte, que pode ser depositado em aterros sanitários industriais. “Cem por cento do PET pode ser reciclado e transformado em outros produtos, por isso este material é tão interessante”, diz.
Segundo o economista e diretor do Centro de Estudos Socioambientais Pangea, Antonio Bunchast, os resultados desta produção serão benéficos para o Estado. “A ampliação do aproveitamento do PET vai diminuir a utilização da resina virgem - consequentemente, dos recursos naturais - além de gerar mais possibilidades de trabalho para as cooperativas de catadores”, pontua. Bunchast acredita também que, a médio prazo, o plástico deve valorizar e o preço subir, aumentando a renda de quem trabalha na coleta.
A embalagem de alimentos feita da reciclagem de PET já é utilizada por alguns países da Europa e nos Estados Unidos. No Brasil, a maior parte do PET reciclado ainda é absorvido pela indústria têxtil, que tranforma o plástico em malas, mochilas e vestuário em geral. O restante é aproveitado para fazer tintas, peças de veículos, cabides, vassouras e outros produtos.
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