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03/11/2018 às 7:26 • Atualizada em 19/11/2021 às 9:24 | Autor: Mônica Scaramuzzo | Estadão Conteúdo

ECONOMIA

Pioneira em venda multicanal, Polishop quer dividir linhas de negócio em 2019

O reality show Shark Tank Brasil, que dá oportunidade para empreendedores mostrarem seus projetos a potenciais investidores, fez de João Appolinário uma celebridade do mundo corporativo. Como jurado do programa do canal pago Sony, ele dá dicas sobre como transformar uma ideia em grande negócio. Na vida real, o presidente da Polishop, varejista que comercializa utensílios domésticos - de fritadeiras elétricas a cadeiras de massagem -, está agora na mesma situação dos competidores do programa de TV. Tenta atrair interessados em investir na expansão de seu projeto.

Appolinário quer convencer investidores a embarcar na reorganização que planeja para o grupo - hoje, o faturamento da Polishop é estimado em cerca de R$ 1,5 bilhão ao ano. O empresário planeja separar as divisões de cosméticos, home fitness (ginástica) e alimentos saudáveis, hoje dentro da estrutura da Polishop, para garantir uma maior expansão em cada um desses segmentos.

"Meu plano é fazer um spin-off (cisão) das marcas e atrair capital. Desde 2011, mantenho contato com investidores para entender como diversificar (a operação)", disse o empresário ao jornal O Estado de S. Paulo.

As negociações devem começar em 2019. Appolinário disse que a varejista atravessou sem grandes turbulências a pior recessão do País. "Com exceção de 2015, nossas vendas têm subido, em média, 10% ao ano (nas lojas abertas há mais de um ano)", disse. O desempenho, segundo ele, é reflexo das vendas em diferentes canais.

Com quase 300 lojas físicas, a Polishop percorreu a caminho inverso de grandes varejistas, como Magazine Luiza e Via Varejo. Começou com televendas e anúncios de TV, em canal próprio e em espaços comprados em grandes redes, antes de abrir suas primeiras unidades. "A Polishop é umas das precursoras da integração multicanais de venda", disse Marcos Gouvêa, da consultoria GS&MD Gouvêa de Souza, especializada em varejo.

O investimento em anúncios de TV, distribuídos em canais abertos e pagos, devem ficar entre R$ 160 milhões a R$ 200 milhões neste ano. Toda a produção dos programas é feita na própria Polishop, que tem estúdios de TV em sua sede, na capital paulista. Garotos-propaganda dividem espaço com aspiradores robô, aparelhos de ginásticas e fritadeiras - todos ligados ao mesmo tempo para comprovar sua eficiência.

A companhia também tem 110 mil representantes, que compram kits Polishop para revender. Esses pacotes variam de R$ 300 a R$ 2.200. No último dia 12 de outubro, Appolinário reuniu 15 mil pessoas, chamadas de "pequenos empreendedores", para divulgar as novas linhas de produtos da empresa, em São Paulo. "A Polishop usa a TV como uma plataforma importante de divulgação", disse Alberto Serrentino, especialista em varejo.

As lojas físicas da Polishop são uma espécie de vitrine para que os consumidores testem produtos - ao todo, são cerca de 700 itens. "Quero que meu consumidor se sinta num parque de diversão. Ninguém acorda com vontade de comprar centrífuga, mas com vontade de tomar um suco. Meu consumidor busca uma experiência", disse Appolinário.

Trajetória

Fundada em 1999, a Polishop foi idealizada quando o empresário voltou dos EUA e começou a vender o produto de emagrecimento americano Seven Day Diet. "Trouxe o produto para o Brasil em parceria com Emerson Fittipaldi (ex-piloto de Fórmula 1). Depois, criei a Polishop", lembrou.

"Meu pai era dono de concessionárias de carros no ABC Paulista. Eu poderia simplesmente ser herdeiro e administrar os negócios dele, mas decidi empreender. Tive uma empresa de confecção nos anos 1990 e fui sócio da Runner (academia de ginástica)", disse.

Com três filhos, Appolinário não coloca pressão na família para preparar a sucessão. O foco do empresário é tornar suas marcas próprias independentes. A companhia tem uma fábrica na Zona Franca de Manaus, onde produz os aparelhos de ginástica com peças importadas da China. Outros produtos comercializados pela rede vêm de fornecedores terceirizados e importações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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