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Por auxílio de R$ 600, Meirelles defende que Lula fure teto de gastos

Para ex-ministro, medida deve ser adotada imediatamente para que se cumpra promessa de campanha

Publicado sexta-feira, 04 de novembro de 2022 às 18:36 h | Atualizado em 04/11/2022, 18:41 | Autor: Da Redação
Henrique Meireles foi ministro da Fazenda no governo Michel Temer e presidente do Banco Central no governo Lula
Henrique Meireles foi ministro da Fazenda no governo Michel Temer e presidente do Banco Central no governo Lula -

Henrique Meirelles, que já foi presidente do Banco Central no governo Lula, e ministro da Fazenda no governo de Michel Temer, defendeu nesta sexta-feira, 04, durante participação no UOL News, que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fure o teto de gastos no próximo ano, através da 'PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da transição'. Meireles considera que não há outra alternativa, mas alertou que isso deve ser tratado como uma excepcionalidade na gestão do petista.

O teto de gastos foi criado em 2016 no governo Michel Temer, e determina que o gasto máximo que o governo deve ser equivalente ao Orçamento do ano anterior, corrigido pela inflação. 

"Nós temos que cumprir os compromissos de campanha, certamente, mas temos também que cortar despesas desnecessárias para abrir espaço para isso, de maneira que possamos manter a âncora fiscal. Pode-se fazer ajustes [no teto de gastos], mas o fato é que precisa de uma âncora fiscal", disse.

Meirelles lembrou que uma excepcionalidade para furar o teto de gastos já foi feita em 2020, diante de um cenário de pandemia, e reforça a necessidade de que esse tipo de movimentação seja realizada novamente.

"Há uma série de despesas que são necessárias como o Auxílio Brasil de R$ 600 e o auxílio por criança adicional, além de outras coisas, como a recuperação da capacidade de investimento. Mas é importante mencionar que existem despesas que podem ser cortadas e é este o ponto importante".

"Foi criado lá atrás o trem-bala e existe a despesa criada pela empresa para construir. O trem-bala já é um projeto abandonado há muitos anos. Vi uma lista com 30 ou 40 empresas e muitas com despesas razoáveis, então só fechando essas empresas que perderam a finalidade já abre um espaço grande dentro do teto".

"Alguns aperfeiçoamentos depois de alguns anos de teto é importante, mas tem que se abrir espaço cortando despesas", completou.

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