ECONOMIA
Preço de medicamentos aumenta até 4,5%
Reajuste passa a valer na próxima segunda-feira, mas expectativa é que repasse seja retardado
Por Ian Peterson*
Os medicamentos sofrerão um reajuste de até 4,5% neste ano, apontam informações fornecidas pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Esse reajuste anual está previsto para amanhã, e entrará em vigor na próxima segunda-feira. O aumento é calculado levando em consideração o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que reflete a inflação oficial acumulada nos 12 meses anteriores.
Outros fatores, a exemplo da produtividade do setor, custos de produção - não captados pelo índice - e promoção de concorrência são considerados na determinação do reajuste.
Geralmente, o aumento ocorre uma única vez por ano, sempre no primeiro dia de abril. Em 2024, o preço dos medicamentos para venda ao consumidor final sofreu mais um impacto. "O que ocorreu este ano foi o ajuste do ICMS, que na Bahia foi para 20,5%, interferindo em cerca de 2% nos preços dos medicamentos monitorados pelo governo", explica Luís Trindade, do Sindicato do Comércio Farmacêutico do Estado da Bahia (Sincofarba).
Diante do crescente interesse da população por medicamentos, em meio às preocupações com doenças como a dengue, algumas farmácias localizadas na região do bairro da Graça, em Salvador, estão adotando estratégias proativas para lidar com essa situação. Uma dessas farmácias é a Drogaria São Paulo, que desde o anúncio do aumento, informa seus clientes e oferece promoções.
“Temos promoções e ofertas do tipo Leve 3 Pague 2, onde o cliente consegue adquirir o medicamento em maior quantidade por um preço sem o aumento”, relata o gerente farmacêutico Felipe Lima.
Antecipação
Lá, muitos clientes já procuram comprar em maior quantidade para tentar passar um tempo sem precisar repor os remédios e sentir na pele os novos preços. De acordo com Felipe, o estoque não é um problema nessas situações, já que a farmácia se prepara desde o ano passado para que não falte remédios, principalmente nesta época do ano.
“Fazemos um trabalho de estoque muito forte. Sempre reabastecemos o estoque desses medicamentos de uso contínuo para que não faltem nesses momentos”, garantiu.
Além disso, outras farmácias da mesma rua também estão tomando medidas para informar seus clientes sobre o iminente aumento nos preços dos medicamentos.
Reconhecendo a importância de manter seus clientes atualizados e ajudá-los a se prepararem para os possíveis aumentos de custo, essas farmácias estão oferecendo informações sobre os medicamentos afetados e os prováveis percentuais de aumento.
Apesar de toda a preocupação, Luiz Trindade traz um pequeno conforto para os consumidores.
“A população não vai sentir o aumento instantaneamente, pois a concorrência faz com que as farmácias mantenham seus preços antigos por algum tempo. O mercado farmacêutico é regido pela lei da procura e da oferta, levando o consumidor a buscar opções mais baratas no mercado, como similares e genéricos, que já estão consolidados”, conta.
Outra dica deixada por Trindade é que os consumidores pesquisem os preços antes de comprar remédios, pois podem variar muito de uma farmácia para outra. Isso pode resultar em grandes diferenças de custo.
*Sob a supervisão do jornalista Luiz Lasserre
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