ECONOMIA
Presidente da Petrobras diz que não faz sentido pressionar Ibama
Prates espera iniciar perfuração na Margem Equatorial até novembro
Por Agência Brasil
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu nesta terça-feira, 3, uma boa relação com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na busca por licença para perfurar poços de petróleo na Margem Equatorial – área marítima que se estende por mais de 2,2 quilômetros a partir da costa, desde o Amapá até o Rio Grande do Norte.
“Faz parte das licitudes de uma empresa de exploração e produção enfrentar, não no sentido bélico, a situação do licenciamento ambiental de forma correta, de forma responsável, demorando o tempo que tiver que demorar. Evidentemente, não faz sentido ficar pressionando, nem ficar dizendo que o Ibama é isso ou aquilo, que está impedindo isso ou aquilo. Eles estão fazendo o que devem fazer”, afirmou Prates, durante evento de comemoração pelos 70 anos da Petrobras, no Rio de Janeiro.
Por causa do potencial atribuído à região, a Margem Equatorial está sendo chamada de novo pré-sal. Prates explicou que o período exploratório de um contrato de concessão pode levar de três a nove anos e que “o período de licenciamento pega pelo menos um terço, às vezes, dois terços disso”.
Na segunda-feira, 2, o Ibama renovou a licença de operação para a Petrobras perfurar dois poços na Bacia Potiguar, que abarca o litoral do Rio Grande do Norte e do Ceará.
Em maio, o Ibama negou a licença para perfuração na Bacia da Foz do Amazonas, no litoral do Pará e do Amapá. A área é considerada de grande potencial, mas fica em uma região de extrema sensibilidade socioambiental, e o Ibama barrou a autorização “em função do conjunto de inconsistências técnicas”.
Bacia Potiguar
Prates informou que a perfuração na Bacia Potiguar deve começar em duas ou três semanas, depois que terminar o processo de limpeza do casco da sonda, que está no litoral do Sudeste.
“Aqui no Sudeste existe um fenômeno chamado coral-sol, que obriga a gente, quando leva um equipamento daqui para a costa do Nordeste, portanto para Margem Equatorial, a raspar o casco se já estiver incrustrado”, explicou.
Sobre a Foz do Amazonas, o presidente da Petrobras informou que todas as exigências do Ibama foram cumpridas e que “as discussões vão se intensificar”. Prates deixou claro que “tudo vai depender do Ibama, é o órgão ambiental que, nesse momento, vai dar o ritmo do atendimento dessas licenças”. A Petrobras fez, no ano passado, o pedido de licença para 16 poços na Margem Equatorial.
Preço dos combustíveis
Prates disse que a nova política de preços da Petrobras diminui a volatilidade causada pela flutuação do custo do barril de petróleo no cenário internacional, mas advertiu que a redução na exportação de diesel por parte da Rússia cria uma “tempestade perfeita”, que reduz a oferta do combustível no Brasil, o que pressiona os preços para cima.
“Nós estamos analisando a possibilidade, ou não, de outro reajuste antes do final do ano”. O último reajuste da Petrobras para o diesel e a gasolina foi em meados de agosto . “A gente tem que administrar quanto tempo vai durar [a pressão de preços no exterior] e quanto a gente tem de colchão para aguentar essa volatilidade”, completou.
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