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Presidente do BC diz que PIX será alternativa para cartão de crédito

Campos Neto disse que tomou um 'puxão de orelha' por ter falado sobre o fim do crédito rotativo

Publicado sexta-feira, 11 de agosto de 2023 às 17:34 h | Autor: Da Redação
Presidente do Banco Centra, Roberto Campos Neto
Presidente do Banco Centra, Roberto Campos Neto -

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira,11, que o banco prossegue trabalhando em novas funcionalidades do PIX, o sistema de transferência de recursos em tempo real, e segundo ele, poderá ser, no futuro, uma alternativa ao cartão de crédito.

A declaração do economista foi dada um dia após ele ter informado que o BC avalia alternativas para reduzir a inadimplência nas operações com cartão de crédito rotativo. Dentre as falas, estaria o fim do rotativo do cartão de crédito, e o parcelamento do saldo devedor com juro menor. Outra sugestão foi cobrar uma tarifa para compras parceladas com prazo maior.

"É superimportante, a gente está fazendo várias políticas com o PIX crédito, que vão desafogar e dar alternativas. Mas a nossa ideia era dar uma opção que passasse por ter um parcelamento, e não ter o rotativo. De tal forma que a gente conseguisse equilibrar os números por produto. É importante que o cartão de crédito continue a ser uma alternativa viável", disse Neto durante participação no Fórum de Gestão Empresarial da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap).

Ainda não há informações detalhadas sobre como funcionaria o PIX na modalidade de crédito, pois o produto ainda não foi oficialmente lançado. A ideia é autorizar os bancos a oferecerem empréstimos por meio dessa ferramenta - inclusive com parcelamento (como ocorre atualmente com o cartão de crédito).

Sobre o fim do crédito rotativo do cartão de crédito, Campos Neto afirmou que tomou um "puxão de orelha" por ter antecipado os estudos sobre o assunto. Ele não informou, porém, quem o repreendeu.

O presidente do BC observou que houve um aumento em um "período muito rápido" na concessão de novos cartões de crédito, com o número de cartões em circulação saltando de pouco mais de 100 milhões de unidades para 215 milhões.

"Aumento muito grande, muita gente com dois, três, quatro, cinco cartões. O que começou a acontecer que você tinha, de um lado, um custo muito grande, pois aumentou muito parcelamento sem juros. Saía do parcelamento sem juros e entrava no rotativo, já entrava em uma situação ruim", disse Campos Neto.

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