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16/07/2023 às 8:30 | Autor: Mariana Bamberg

EVENTO

Produtores baianos fornecem 70% do cacau para chocolate no País

Ilhéus, no sul do estado, sedia o 30º Chocolat Festival, um dos maiores da América Latina

São esperados 300 expositores de 120 marcas, e público de 70 mil visitantes
São esperados 300 expositores de 120 marcas, e público de 70 mil visitantes -

Quem já leu Jorge Amado provavelmente sabe que Ilhéus, no sul da Bahia, é conhecida como a terra do cacau. E, de quinta-feira até domingo, essa fama deve ficar ainda maior, porque a cidade sedia a 30ª edição do Chocolat Festival, considerado um dos maiores eventos de cacau e chocolate da América Latina. São esperados 300 expositores de, pelo menos, 120 marcas.

O evento acontece no Centro de Convenções da cidade, com uma programação repleta de atividades – incluindo culturais – para crianças, empreendedores, e amantes da fruta e do doce.

Essa será a 14ª vez que o festival acontece em Ilhéus, cidade de origem do evento. Durante os quatro dias, além da venda de produtos, chocolateiros, empresários, produtores, chefs especializados, pesquisadores e apenas curiosos vão poder acompanhar o que os expositores têm a apresentar sobre as inovações e a tradicional cultura do cacau e do chocolate. A expectativa, segundo o idealizador do evento, Marco Lessa, é receber cerca de 70 mil visitantes, dez mil a mais do que na edição do ano passado.

Entre as novidades que serão expostas no festival, produtos artesanais, como cachaça, cerveja, vinagre balsâmico, pimenta, e até embalagem a base de cacau. Para Lessa, o festival, criado em 2009, é desde então um estimulador do empreendedorismo no setor, que acabou resultando em um divisor de águas no mercado brasileiro de chocolate.

“Não tínhamos produtos nacionais, eram marcas estrangeiras que produziam aquele chocolate ao leite. Também vivemos um período de uma crise muito forte, com a praga da vassoura de bruxa. Mas o Brasil acabou se tornando um grande produtor de chocolate intenso. Hoje, o ao leite ainda é mais consumido, por razões históricas, mas enquanto ele cresce 5% ao ano, o intenso cresce 20%. Atribui-se parte disso ao estímulo do festival no surgimento de marcas”, avalia o fundador da Chocolat.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), nos primeiros três meses deste ano houve um crescimento de 9,8% na produção de chocolate, quando comparado ao mesmo período de 2022. Foram 219 mil toneladas do doce. Jaime Recena, presidente da associação, avalia o mercado brasileiro de chocolates como promissor.

“Temos resultados positivos de produção, exportação e uma importante geração de empregos. Destaco também o reconhecimento internacional do Brasil como produtor de chocolates de qualidade, assim como exportador”, afirma.

O presidente da Abicab reconhece, por exemplo, o crescimento no número de produtores do chamado chocolate bean to bar, ou aqueles que são produzidos a partir do grão do cacau e não da massa, como a maioria dos industrializados. Ainda assim, entre os consumidores brasileiros, os bombons e as barras comuns continuam sendo as preferidas: representam, respectivamente, 44,5% e 30,8% das vendas do setor.

E, assim como nas histórias de Jorge Amado, a Bahia tem destaque nesse mercado. De acordo com Recena, o estado é um dos maiores produtores de cacau, e representou sozinho, no ano passado, 68% do fornecimento total do fruto. Na produção de chocolate intenso, os baianos também vão bem. Das 350 marcas do festival, Lessa estima que, pelo menos, 200 são do estado.

Como o café e o vinho

“Cerca de 99% delas são micro e pequenas empresas. Mas, entre elas, temos marcas e produtores premiados nacionalmente e fora do Brasil”, aponta o fundador da Chocolat Festival.

Há 20 anos, João Tavares é produtor de amêndoa de cacau. Ele é a terceira geração da família que trabalha com o fruto. Nestas duas décadas, já ganhou três vezes o título de melhor cacau da América do Sul no International Cocoa Awards.

Para ele, assim como aconteceu com o café e o vinho, houve no Brasil um aprimoramento no consumo do chocolate, o que tem aberto espaço para a categoria dos intensos.

“Antes, não se exigia o aprimoramento. Hoje temos uma grande variedade e o aperfeiçoamento das técnicas, isso faz parte do enriquecimento da qualidade”, afirma.

João, que já palestrou em outras edições do festival, vai, desta vez, apenas como visitante. Mas, para ele, no final das contas, o que importa são os encontros proporcionados pelo evento.

“É sempre um momento para celebrar a cultura do cacau na região, encontrar amigos e chocolateiros, fazer contatos e oferecer nosso produto. Não adianta produzir com qualidade se o cliente não tiver o conhecimento, em um evento como esse o morador vai, o turista vai e tem acesso, conhece”, revela o produtor.

A Docacao, marca do casal Taís e Carlos Tomich, será uma das expositoras no festival. Na fazenda Capela Velha, entre Ilhéus e Uruçuca, eles cultivam o cacau e produzem cerca de 500 kg de chocolate por mês, além de outros produtos, como licor, melaço, geleia e chá à base do fruto.

A indústria do casal foi criada em 2020 e, desde então, o crescimento anual das vendas gira em torno de 100%. Eles já preveem que, no futuro, deve haver uma limitação, mas creditam esse desempenho à qualidade do produto, e à alavancada do segmento de chocolates intensos. Além disso, uma estratégia ligada ao turismo também tem contribuído muito para os resultados da marca: a visitação guiada à fazenda Capela Nova.

Antes mesmo da fábrica, Taís e Carlos já ofereciam o passeio pela propriedade para divulgar o cultivo do cacau. Agora, os visitantes são apresentados também à linha de produção, e passam por uma degustação.

“Essa é uma das formas que o consumidor pode ter contato com o produto. Depois ele pode pedir em casa, nós enviamos para todo o Brasil, ou então ele pode encontrar nos nossos pontos de venda”, detalha Carlos.

O festival é outra forma de levar o produto aos consumidores. Mas, para Carlos e Taís, o resultado mais importante de um evento como esse é o contato com o segmento. Eles contam, por exemplo, que em uma das edições do evento conheceram empresários que passaram a comprar mensalmente mais do que eles vendem em três dias de festival.

“Esse evento é um movimento fundamental para as empresas, que em sua maioria são pequenas, não têm condições de fazer propaganda. O festival é esse espaço para um mercado que tem muito espaço para empreender. Cacau não é só chocolate”, afirma o sócio.

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