BAHIA
Programa Brasil Mais Produtivo vai beneficiar 1,2 mil empresas
Projeto lançado ontem, no Senai Cimatec, prevê investimentos de R$ 2 bi em 4 anos
Por Fábio Bittencourt
Com o objetivo de fomentar a melhoria da produtividade em micro, pequenas e médias empresas (MPME) nacionais, foi lançado ontem, no Centro de Eventos do Senai Cimatec, em Salvador, o programa Novo Brasil Mais Produtivo. A ação prevê destinar R$ 2 bilhões em investimentos ao longo de quatro anos, e atender, só na Bahia, 1,2 mil empreendimentos. Em todo o País, a meta é beneficiar algo em torno de 290 mil negócios, por meio de plataforma online, ações de consultoria na área de gestão, processos, capacitação, entre outros.
As empresas interessadas em participar do projeto devem realizar a inscrição o quanto antes no endereço eletrônico https://brasilmaisprodutivo.mdic.gov.br. As vagas são limitadas.
Lançado em novembro do ano passado, o programa é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em uma parceria inédita entre o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Empresa Brasileira de Inovação Industrial (Embrapii) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES). O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Angelo Almeida, também integrou a reunião.
De acordo com o gerente Executivo de Inovação e Tecnologia do Senai Cimatec, Flávio Marinho, o projeto é “ambicioso”, e “junta grande atores porque precisa fazer acontecer”. Ele destacou que a indústria brasileira vem perdendo volume em relação a países de Europa, China e Índia, que ganham em escala, ao conseguir custos melhores e capacidade de fornecimento.
Ainda de acordo com Marinho, o Novo Brasil Mais Produtivo é alicerçado em quatro pilares: plataforma aberta; diagnóstico e consultoria; otimização de processos industriais; e transformação digital.
Sócio da Biscoitos Itália, em Feira de Santana, a 109 Km da capital, o empresário Geraldo Pires participou da fase piloto do projeto e, ontem, durante o evento de lançamento do programa, contou que a experiência proporcionou um incremento de 21% no faturamento da fábrica. “As grande empresas têm assessoria, acesso a linhas de financiamento, estrutura para melhorar a produtividade. As pequenas, não. Elas estão preocupadas com todos os setores, e ninguém faz tudo bem (sozinho). Esse apoio do Brasil Mais Produtivo vem trazer esse conhecimento e mostrar que a gente precisa melhorar e fazer mais com menos”, falou.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Carlos Henrique Passos, pontuou que a retomada do programa está associada ao movimento da neoindustrialização proposto pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo MDIC. Segundo ele, o objetivo é trabalhar para assegurar a retomada do processo de modernização e evolução da indústria, enfatizando inovação, compromisso ambiental e integração com cadeias produtivas internacionais.
Recursos do Sistema S
O Brasil Mais Produtivo esteve em operação entre 2016 e 2018, foi retomado em 2021-2022, como Brasil Mais, e agora chega em um novo contexto, ao incluir a capacitação empresarial no processo de consultoria. “Nosso papel é tornar este programa desafiador e atraente para que as empresas permaneçam nele e conquistem a melhoria de produtividade”, disse Passos.
O presidente da Fieb ressaltou ainda que sempre indagou “por que os recursos do Sistema S, que são oriundos das empresas, não podiam ser revertidos para a melhoria de desempenho do setor”. E apontou que a chegada de Ricardo Alban à CNI e a reconstrução do Ministério da Indústria e Comércio tornaram esta demanda uma realidade com o Brasil Mais Produtivo.
O coordenador de Indústria do Sebrae Bahia, Tércio Calmon, participou do ato representando o diretor superintendente da entidade, Jorge Khoury. Calmon frisou que qualquer empresa do país pode acessar a plataforma e participar, mas que, neste momento, há um foco nas indústrias.
“A gente entende que essa transformação precisa vir da base da indústria, para que a gente consiga alcançar, principalmente, o aumento de produtividade e eficiência energética. E tem um outro fator que é a questão da aproximação com o ambiente da indústria 4.0, da transformação digital das indústrias”, justificou.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes