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Projeto quer combater pobreza energética em comunidades periféricas

A iniciativa RevoluSolar já instalou placas solares em 7 comunidades do RJ e SP

Publicado sexta-feira, 19 de abril de 2024 às 06:00 h | Autor: Carla Melo, do Rio de Janeiro*
Painéis solares instalados nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira (RJ)
Painéis solares instalados nas comunidades da Babilônia e Chapéu Mangueira (RJ) -

No Brasil, a acessibilidade a recursos de energia solar ainda é o principal desafio na transição energética. Apesar das fontes solares representarem 13,1% de toda a matriz elétrica do Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do país, a democratização dessa potência ainda é um grande empecilho em comunidades periféricas.

Há pelo menos oito anos, a iniciativa RevoluSolar usa as ferramentas da energia solar para realizar um objetivo social: acabar com a pobreza energética - que é a falta de acesso aos serviços energéticos modernos por pessoas ou grupos mais vulneráveis. A atuação do projeto atualmente impacta mais de 2.000 pessoas diretamente.

O projeto, fundado no Morro da Babilônia, no Leme (RJ), por empreendedores locais e estrangeiros, além de atuar nas instalações das placas solares, também conta com programas de capacitação profissional para que a própria comunidade seja instruída na manutenção e limpeza dos equipamentos. Para Eduardo Avila, diretor executivo do RevoluSolar, é preciso pensar além da instalação.

“O custo da energia solar caiu 90% na última década, 30% só no último ano, mas ainda é preciso desenhar modelos para que todas as pessoas possam ter acesso. Isso possibilita ter oportunidades de trabalho. O RevoluSolar tem o objetivo de resolver essa injustiça social também através da capacitação profissional para que a própria comunidade faça a manutenção dos equipamentos. Isso tem impacto ambiental, social e econômico”, explica o empresário.

Isso vai de encontro com o que acontece no mercado de trabalho: A energia solar proporcionou que quase um milhão de empregos foram criados no Brasil desde 2012, segundo Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Somente com a atuação do projeto, cerca de 70 moradores foram capacitados para realizar a autogestão das instalações através de cursos, artigos, palestras e oficinas.

Atualmente, sete comunidades foram contempladas com energia solar através da iniciativa: Babilônia e Chapéu Mangueira (RJ), Kurasí Tury (AM), Circo Solar (RJ), ‘O Sol Nasce para Todos’ - Complexo de Favelas da Maré (RJ), e em São Paulo foram implantadas os projetos Energia para Todos 4.0 e o Coletivo de Energia Solar Paulo Freire.

Eduardo Avila explica que os recursos e a viabilidade para a instalação da energia solar são frutos de parcerias com empresas do setor de energia fotovoltaica, mas também com o Estado. O projeto já instalou 172 kW, gerou mais de +200 MWh e evitou mais de 16 toneladas de carbono.

O RevoluSolar foi uma das iniciativas participantes do WebSummit, a maior conferência da Europa em tecnologias, realizada anualmente desde 2009, reúne diversas empresas de tecnologia da internet e milhares de participantes interessados na temática. Mais uma vez o evento é realizado no Rio de Janeiro.

* Repórter viajou a convite do Stone

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