EDUCAÇÃO
Quase 27 mil baianos aderiram ao Desenrola Fies;R$ 1,3 bi renegociados
O prazo para participação no programa foi prorrogado por três meses até 31 de agosto
Por Fábio Bittencourt
Quase 27 mil (26.666) estudantes universitários na Bahia já aderiram ao Desenrola Fies e renegociaram R$ 1,3 bilhão em dívidas junto ao Fundo de Financiamento Estudantil. O prazo para participação no programa, previsto inicialmente para encerrar na última sexta-feira, foi prorrogado por três meses até 31 de agosto.
Os incentivos vão desde desconto de 99% sobre o total do saldo devedor, caso de quem é inscrito no CadÚnico ou foi beneficiado com o auxílio emergencial em 2021, até parcelamento em 150 vezes, com abatimento de 100% dos encargos. O valor mínimo das prestações é de R$ 200. Há redução também para quem optar por pagamento à vista.
Pode abraçar o Desenrola Fies estudantes com contratos de financiamentos firmados até o fim de 2017. As parcelas atrasadas devem ser anteriores a 30 de junho de 2023. Os abatimentos e deduções variam de acordo com o perfil do devedor.
Os interessados devem procurar a agência, ou acessar o aplicativo do banco responsável pela operação, entre Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.
Inadimplência de 64%
Por e-mail, a assessoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) informou que a inadimplência do Fies na Bahia gira em torno de 64% de toda a carteira ativa.
Ainda de acordo com a autarquia vinculada ao Ministério da Educação, apenas 22,8% das estimativas de adesão à renegociação foram concretizadas, “o que demonstra a necessidade de uma extensão do prazo, especialmente considerando a situação de calamidade pública que aflige o Rio Grande do Sul”.
O estado teve apenas 26,8% das adesões estimadas realizadas até agora, diz o FNDE em nota.
Para o vice-presidente do Conselho Regional de Economia da Bahia (Corecon), Edval Landulfo a medida não só o Rio Grande do Sul, “mas a Bahia, todo o país”.
Segundo ele, o Desenrola Brasil, além de facilitar para as famílias de um modo geral, “tem o propósito de arrecadar recursos que por algum motivo deixou de ser pago, para financiar novos entrantes (nas faculdades)”.
“Estávamos atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais, no número de contratos renegociados. Dos cerca de R$ 112 milhões pagos (na repactuação das dívidas) pela região Nordeste, a Bahia contribuiu com R$ 32 milhões. Então veja que iniciativa importante para o nordestino, que quer pagar o Fies”, afirma Landulfo, destacando o contexto econômico de compressão.
Quem não tem dívida
“Houve quem perdeu emprego, teve queda na renda, e deixou de pagar o Fies, deixou de pagar um boleto. A inflação dos alimentos massacrou boa parte da população. O ideal vai ser sempre fazer um esforço e pagar, não contrair dívida a longo prazo. Mas o governo acertou na medida”, conta o economista e educador financeiro.
Ainda de acordo com as regras do Desenrola Fies, até quem não tem débito inadimplido com o Fies pode ser beneficiado. Aí os descontos podem alcançar 12% do valor final da dívida, inclusive para pagamento à vista. Só não pode aderir à renegociação quem ainda não concluiu o curso ou ainda está pagando apenas parcelas trimestrais (carência).
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