DÍVIDA HISTÓRICA
Recuperação judicial da Americanas será a 4ª maior da história
Loja informou ter uma dívida de cerca de R$ 43 bilhões e 16.300 credores
Por Da Redação
De acordo com levantamento feito pelos escritórios de advocacia Lara Martins Advogados e Mingrone e Brandariz, especializados em recuperação judicial, a recuperação da Americanas será a quarta maior da história entre as operações já realizadas no Brasil (confira o ranking abaixo).
Na quinta-feira, 19, a empresa entrou com um pedido de recuperação judicial e informou ter uma dívida de cerca de R$ 43 bilhões, além de uma lista com 16.300 credores, que tem de ser apresentada em 48 horas.
O pedido de recuperação judicial é feito para assegurar a continuidade da empresa e evitar que ela pare de funcionar. Ao recorrer à Justiça, a companhia consegue blindar seu caixa de cobrança dos credores por 180 dias, que podem ser prorrogados pelo juiz da recuperação.
Nesta etapa, a empresa deve iniciar a negociação com os credores para formular um plano de recuperação, que os credores precisam aprovar em assembleia.
O sócio do Mingrone e Brandariz Advogados e presidente da Comissão de Direito Empresarial da OAB Pinheiro, Fernando Brandariz diz que após publicação do deferimento, o grupo tem o prazo de 60 dias para apresentar o plano de recuperação judicial aos credores.
“É muito provável que seja deferido o processamento da recuperação judicial, com a consequente determinação de suspender todas as ações e execuções existentes contra o grupo”, destacou Brandariz ao O Globo.
Na terça-feira, 17, a Americanas anunciou a contratação de Camille Loyo Faria para diretora financeira e de relações com investidores da companhia. Ela deve iniciar o mandato no dia 1° de fevereiro.
Camille é ex-diretora de finanças e de relações com investidores da TIM e ocupou o mesmo cargo na Oi entre novembro de 2019 a agosto de 2021, quando a empresa estava em recuperação judicial.
Ranking das empresas
Obebrecht - R$ 80 bilhões – ainda em processo. Iniciada em 2019
Oi - R$ 65 bilhões – finalizado após seis anos, em dezembro de 2022
Samarco - R$ R$ 55 bilhões – ainda em processo, desde 2021
Americanas (ainda aguarda ser aceita) - R$ 43 bilhões
Sete Brasil - R$ 19 bilhões - ainda em processo de RJ. Iniciado em 2016
OGX - R$ 12,3 bilhões - iniciado em 2014 e finalizada em 2017
Ações excluídas
Com o fechamento da quinta-feira, a ação das Americanas despencou 42,55% e terminou o dia cotada a R$ 1. De acordo com a Economatica, desde quando foi divulgado o rombo contábil, as ações já acumulam queda de 91,7%.
Com o pregão que aconteceu nesta sexta-feira, 20, a Americanas foi excluída do Ibovespa e de mais 13 índices da Bolsa depois do pedido de recuperação judicial.
As ações continuam a ser negociadas na Bolsa, mas os acionistas devem ter mais dificuldade de negociar.
O índice da Ibovespa reúne dezenas de empresas que estão entre as mais negociadas da Bolsa e serve como referência para o mercado.
Outros indicadores que excluíram ações das Americanas
Índice Governança Corporativa (IGCX)
Índice Carbono Eficiente (ICO2)
Índice de Consumo (ICON)
Índice Brasil (IBXX)
Índice de Governança Corporativa Trade (IGCT)
Índice de Governança Corporativa Novo Mercado (IGNM)
Índice Brasil Amplo (IBRA)
Índice Valor (IVBX)
Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISEE)
Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG), de empresas que ofereçam melhores condições aos acionistas minoritários
Small caps (SMLL), que são empresas com um menor valor de mercado
Índice Brasil 50 (IBXL)
GPTW (índice de empresas certificadas pela GPTW como as melhores para trabalhar).
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