SALDO NEGATIVO
Retração da demanda global derruba exportações baianas
Queda acumulada foi de 26,8% no primeiro semestre. Preços também caíram 17,4% em média.
Por Da Redação

A queda de preços internacionais e a redução da demanda global impactaram diretamente as exportações baianas. No primeiro semestre encerrado em junho, a balança comercial do estado fechou com queda de 26,8% a US$ 5 bilhões aproximadamente.
Na comparação anual, foi registrada também uma retração do volume embarcado da ordem de 11,4%. A avaliação é da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan), a partir da base de dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Nas exportações, os preços caíram em média 17,4% no primeiro semestre, reflexo do ambiente global de desaceleração da economia e aperto monetário em vários mercados, já que no mesmo período do ano passado. O recuo contrasta com o aumento do consumo mundial pós covid e a consequente alta de preços motivados pela reabertura da economia e também pela guerra no leste europeu que elevou os preços de diversos produtos, sobretudo petróleo e grãos, principais setores da pauta de exportação do estado.
Em junho, as exportações baianas registraram US$ 745,2 milhões, 47,2% menos que o mesmo mês do ano passado. Os preços dos produtos de exportação no último mês caíram acima do esperado (-21,1%), e a queda do volume embarcado foi ainda maior: - 33%.
Em alguns setores, esta queda superou também o declínio nos preços, como foi o caso do setor químico/petroquímico (-28,1%); metais preciosos (-28,7%); metalúrgicos (-51,1%), algodão (-32,2%); café e especiarias (-39,3%) e derivados de petróleo (-96,4%).
No segundo semestre, a situação não deve melhorar. Os embarques agrícolas, principalmente de soja em grãos, se concentram na primeira metade do ano. Além do fator sazonal, há o conjuntural. Os principais parceiros comerciais dão sinais de redução em suas atividades econômicas e, portanto, menor propensão às compras.
Por sua vez, as importações baianas no semestre caíram menos que as exportações, alcançando US$ 4,74 bilhões e recuo de 18,6% no comparativo interanual. Os preços médios recuaram 15% (menos que o das exportações), enquanto que o volume desembarcado teve redução de 4,3%.
No seu total, a redução nas importações é sinal de baixo dinamismo na economia, traduzido na redução da corrente de comércio do estado em 23% no período, reflexo principalmente da ainda baixa produtividade na indústria de transformação.
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