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ECONOMIA

Sansuy demite e não paga rescisões

Por JORNAL A TARDE

19/01/2006 - 0:00 h

A fábrica do setor plástico dispensou 174 operários em dezembro e entrou com um pedido de recuperação judicial



Patrícia França




Em duas assembléias realizadas, ontem de manhã, na porta da fábrica da Sansuy e no Sindicato dos Químicos/Petroleiros, em Camaçari, funcionários e demitidos da empresa deflagraram uma mobilização para exigir a quitação imediata das rescisões contratuais dos 174 operários dispensados em dezembro e o pagamento da segunda parcela do 13º- dos que estão na ativa. A empresa, que é líder de mercado no Brasil e na América Latina na produção de laminados flexíveis de PVC, entrou com pedido de recuperação judicial na 3ª- Vara Cível de Embu, em São Paulo. A crise também forçou a demissão de 234 funcionários da unidade paulista.



A Justiça deverá se manifestar até amanhã e, caso o parecer seja favorável à recuperação judicial, a Sansuy terá 180 dias para negociar o pagamento de suas dívidas diretamente com os credores. Na semana passada, em reunião ocorrida na sede da empresa em Embu (SP), da qual participaram funcionários, sindicalistas e acionistas, o diretor-presidente Takeshi Honda comprometeu-se a efetuar, no dia 13 de fevereiro, um depósito de R$ 800 na conta dos demitidos, mas não sinalizou quando pagaria o valor total das rescisões.



Os empregados, que já haviam recebido um adiantamento no mesmo valor este mês, decidiram rejeitar a proposta. O diretor do Sindicato dos Químicos e Petroleiros da Bahia, Luiz Tavares, explicou que o que a empresa tem oferecido é muito pouco. “Isso é nada para os funcionários, alguns com direito a rescisões que vão de R$ 45 mil a R$ 60 mil”, disse Tavares. “Além de não cobrir as despesas mensais das famílias, alguns operários têm dívidas em bancos para cobrir”.



O gerente administrativo da fábrica de Camaçari, Yoshiro Murata, não quis falar sobre as questões envolvendo a empresa, justificando que o assunto estava sendo tratado pela matriz. A reportagem fez contato com a sede da Sansuy, em São Paulo, mas não obteve resposta até o fechamento dessa edição. Apesar da aparente calma, o clima é de apreensão na unidade baiana.



APREENSÃO – Um funcionário do setor de laboratório, que preferiu não se identificar, disse que a direção da empresa tem adotado o silêncio e que as informações que chegam são via sindicato e jornais. Ainda na expectativa de receber a parcela devida do 13º- salário este mês, o funcionário revelou que muitos estão inseguros, sem saber se serão atingidos por novas demissões.



No encontro que tiveram com os sindicalistas, os acionistas da Sansuy disseram que só em fevereiro teriam condições de desembolsar recursos da ordem de R$ 300 mil para tentar resolver a situação emergencial dos atuais demitidos. Alegaram, ainda, dificuldades de caixa para comprar matéria-prima. A crise de liquidez, segundo a direção da empresa, decorre do desequilíbrio cambial, com o real valendo mais que o dólar, a concorrência de produtos vindos da China, além de problemas de gestão administrativa.



No final do ano passado, segundo o sindicato dos empregados, a empresa divulgou um faturamento líquido de mais de R$ 264 milhões, no período de janeiro a novembro de 2005. O sindicalista Luiz Tavares informou, ainda, que a Sansuy há quatro anos não deposita o valor referente ao FGTS dos funcionários e deve cerca de R$ 200 milhões ao INSS. Só na Bahia os débitos com a Previdência somam R$ 79 milhões - valor que a classifica como segunda maior devedora no Estado.



PERFIL – A Sansuy oferece matéria-prima para a fabricação de produtos das áreas agrícola, médica, transportes, construção civil, arquitetura, dentre outras. É uma empresa de capital aberto que tem como sócios minoritários a Braskem, com 16,2% das ações ordinárias e 10,2% do capital total, e a Elekeiroz (Itaúsa), com 10% do capital total. Essas participações foram herdadas pelas aquisições da Trikem, produtora de cloro, soda cáustica e PVC – hoje integrada à Braskem –, e da Ciquine, adquirida pela Elekeiroz.



A empresa está, no momento, desativando a unidade de Taboão da Serra (SP) e centralizando suas atividades nas fábricas de Embu (SP) e Camaçari (BA), responsáveis por uma produção de 35 mil toneladas anuais. Em Camaçari emprega 470 funcionários e produz lonas para comunicação visual, biodigestores, cisternas e filmes de material plástico laminado.

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