CRISE ECONÔMICA
Saúde financeira é a maior preocupação para os nordestinos, diz estudo
Desde o início da pandemia, 63% das famílias nordestinas precisaram reduzir gastos e 49% afirmam estar “apertado” financeiramente
Por Da Redação
Uma pesquisa realizada pelo Instituto FSB, sob a encomenda da SulAmérica que teve como objetivo traçar um panorama das saúdes física, emocional e financeira dos brasileiros. Na região Nordeste, mostrou o estudo, a preocupação com os gastos tem sido a maior preocupação dos nordestinos desde o início da pandemia de Covid-19.
Desde 2020, mesmo com centenas de milhares de brasileiros perdendo a vida a partir de consequências do coronavírus, 43% dos moradores da região Nordeste que foram entrevistados é a saúde financeira que mais dá dor de cabeça, seguido da saúde emocional (31%) e física (26%). Pouco mais de 20% (21%) possui plano de saúde, em comparação com 33% na região Sul e 39% no Norte/Centro-Oeste. Essa é a menor taxa do país.
Uma hipótese que pode explicar essa situação é a perda do poder de compra dos nordestinos, visto que a pesquisa mostrou que 63% das famílias nordestinas precisaram reduzir gastos no período. E quase metade dos nordestinos, ou 49%, afirma estar “apertado” financeiramente.
O levantamento mostrou ainda que 27% dos nordestinos tiveram que fazer alguma redução (grande ou muito grande) nos gastos diários. Além disso, cerca de 32% da população não possui renda suficiente para arcar com os custos básicos de casa. E 28% dos entrevistados revelaram não serem capazes de lidar com despesas inesperadas.
Como forma de amortizar os efeitos econômicos da crise vivenciada no país, a pesquisa mostrou que 37% dos nordestinos recorreram a empréstimos no último ano, e 48% dos empréstimos contratados no último ano possuem pagamentos atrasados, o que pinta um cenário preocupante em relação à adimplência das pessoas na região.
Saúde física e mental
O estudo mostrou também que 22% dos moradores do Nordeste procuram um médico pelo menos uma vez por ano. Outros 22% procuram os consultórios médicos uma vez a cada seis meses e 16%, uma vez a cada três meses. Cerca de 5% dos nordestinos procuram o médico todo mês e 19% não se consultam com médicos.
Os resultados também não são animadores para a preocupação com a saúde mental. Apenas 8% dos moradores do Nordeste dizem se consultar com um psicólogo, e, dentre eles, um terço (37%) começou há menos de um ano, 21% fazem terapia há mais de um ano e 13%, há mais de dois. A pandemia pode ter sido, portanto, um fator que desencadeou uma maior procura por apoio psicológico na região.
Além disso, cerca de 43% dos moradores do Nordeste consideram-se acima do peso, 35% dizem estar com o peso ideal e 17%, abaixo do peso (2% não sabem). Essa é a menor taxa de sobrepeso, registrado a partir de uma autoavaliação, do país.
Em contrapartida, a maioria (78%) dos moradores da região diz estar tomando medidas para melhorar sua saúde e bem-estar. As principais iniciativas nesse sentido registradas na pesquisa são: ir à academia de ginástica ou praticas esportes (60%), frequentar shoppings (56%), bares e restaurantes (42%), frequentar cinemas, teatros e museus (46%) e manter uma dieta saudável (76%). A grande maioria (82%) também está passando igual ou mais tempo com a família.
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