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15/07/2022 às 6:15 • Atualizada em 18/07/2022 às 14:26 - há XX semanas | Autor: Isabela Cardoso

ECONOMIA

Tá pesando no bolso? Alta dos preços diminui poder de compra

Valor aumentou mais de 12% na capital baiana desde o início do ano, segundo estudo do Dieese

Em junho de 2022, a cesta básica da capital baiana apresentou alta de 0,34% em relação a maio
Em junho de 2022, a cesta básica da capital baiana apresentou alta de 0,34% em relação a maio -

Um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostra que o valor da cesta básica subiu mais de 12% em Salvador desde o início do ano, atingindo o valor de R$ 580,82. A capital baiana foi a cidade que apresentou o segundo menor valor na pesquisa, ficando somente atrás de Aracaju (SE).

De acordo com o estudo do Dieese, em junho de 2022, a cesta básica da capital baiana apresentou alta de 0,34% em relação a maio. Em comparação ao mesmo mês em 2021, a cesta acumulou elevação de 24,29%.

Entre os 12 produtos que compõem a cesta básica, 8 tiveram aumento nos preços médios em junho, na comparação com maio:feijão carioquinha (8,33%); leite integral (4,75%), pão francês (3,36%); banana (2,47%); café em pó (2,33%); manteiga (2,08%); farinha de mandioca (1,00%) e açúcar cristal (0,92%).

Os quatro produtos apresentaram redução no preço médio foram:tomate (-4,61%); arroz agulhinha (-3,09%); carne bovina de primeira (-1,88%) e óleo de soja (-1,77%).

Já dentro do panorama dos últimos 12 meses, foram registradas elevações em 11 dos 12 produtos da cesta: tomate (73,21%); café em pó (73,03%); banana (40,67%); óleo de soja (37%); feijão carioquinha (34,77%); açúcar cristal (34,56%); farinha de mandioca (31,60%); pão francês (30,32%); manteiga (22,06%); leite integral (20,40%); carne bovina de primeira (3,84%) e arroz agulhinha (-10,61%).

Poder de compra

Segundo o economista Armando Avena, o aumento no preço da cesta básica representa diminuição do poder de compra do trabalhador baiano, já que o respectivo valor representa praticamente metade do salário mínimo, que atualmente corresponde a R$ 1.212.

"Há dois impactos claros, a nível micro, na própria subsistência do trabalhador, que já não consegue mais, se quer, repor sua alimentação. E a nível macro, porque o trabalhador que não consegue, se quer, sustentar sua alimentação, tão pouco consegue consumir outros produtos. A inflação, que até esse momento, representa 12% só em 2022, não tem reajustes salariais que compensem essa perda do poder aquisitivo", disse.

Feijão carioquinha teve aumento de 8,33% no preço médio em junho
Feijão carioquinha teve aumento de 8,33% no preço médio em junho | Foto: Isabela Cardoso | Ag. A TARDE

O economista explica que a elevação dos preços tem um choque de oferta, porque muitos produtos ficaram escassos por consequências da pandemia de Covid-19 e da guerra na Ucrânia, como exemplo do trigo.

"Além disso, a inflação brasileira tem um imponente de custo muito forte. Todos esses bens aumentaram porque houve aumento nos combustíveis, na energia elétrica. Esses aumentos que fazem o custo de produção elevar terminam disseminando por toda a cadeia produtiva, fazendo com que a inflação adquira um componente inercial. É um componente de custo, da incerteza internacional e também inercial", conclui.

Para a psicóloga Iracema Moura, consumidora baiana, o cenário atual é preocupante e não vê uma previsão otimista de melhora. Ela optou por novas estratégias nas compras de produtos de alta demanda.

"Ás vezes, é necessário você mudar a marca do produto. O leite líquido, por exemplo, uma caixa fechada a gente já não compra mais, compra. O filé de frango, a gente comprava 3, 4 bandejas, agora compramos duas. O que tenho observado é que as marcas comuns, que são mais consumidas, foram as que mais aumentaram. É vergonhoso e triste, porque você vê que a maioria da população não vai conseguir comprar", disse.

A auxiliar administrativa, Dulce Mutti, também procurou novas formas de se adaptar ao aumento dos preços para conciliar com os pagamentos de outras contas de casa.

"O valor da cesta básica onerou bastante o custo de vida da minha realidade. Tive que diminuir coisas supérfluas, coisas que comprava em quantidade, para que chegasse em um valor acessível. O óleo, o açúcar, o leite, são coisas do dia a dia que estão impossíveis. Sou uma pessoa que gosto de comer bem, gosto de coisas boas, mas com esse aumento absurdo, tive que diminuir os custos para adaptar as contas", afirmou.

Imagem ilustrativa da imagem Tá pesando no bolso? Alta dos preços diminui poder de compra
| Foto: Isabela Cardoso | Ag. A TARDE

Com esse aumento dos preços, a dentista Cirléia Sousa escolheu mudar de supermercado para equilibrar os gastos. Segundo a consumidora, o estabelecimento tem um grupo de whatsapp onde divulgam promoções todos os dias.

"O que está em promoção, vou lá no final do dia e pego, as vezes nem encontro mais, porque é a única hora que eu tenho. Mas gente já entra no mercado com medo, né? É um assalto, já vai para o caixa apreensivo. Comprar em atacado, em quantidade, também é interessante, você fica mais tempo com os produtos e não fica comprando à prestação", disse a dentista.

Em junho de 2022, o trabalhador soteropolitano, remunerado pelo salário mínimo, precisou trabalhar 105 horas e 26 minutos para adquirir a cesta básica. Já em maio, o tempo de trabalho necessário foi de 105 horas e 5 minutos, e, em junho de 2021, de 93 horas e 28 minutos.

Considerando o salário mínimo líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador precisou comprometer 51,81% da remuneração para adquirir os produtos da cesta básica, que é suficiente para alimentar um adulto durante um mês. Em maio de 2022, o percentual foi de 51,64% e, em junho de 2021, ficou em 45,93%.

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