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ECONOMIA

Varrer o chão para pagar as compras? Supermercado participativo chega ao Brasil

Um mercado onde quem consome também põe a mão na massa

Iarla Queiroz

Por Iarla Queiroz

25/11/2025 - 10:50 h
A Gomo se apresenta como a primeira cooperativa de consumo participativa da América Latina
A Gomo se apresenta como a primeira cooperativa de consumo participativa da América Latina -

Um novo jeito de fazer compras está prestes a desembarcar no centro de São Paulo — e ele não se parece em nada com o que já existe no varejo alimentar. A Gomo Coop, uma cooperativa de consumo participativo, vai abrir sua primeira unidade na região da República trazendo um conceito ousado: aqui, quem é cliente também ajuda a tocar a operação.

Para ter acesso aos produtos, cada pessoa precisa cumprir 3 horas de trabalho mensais em alguma função da loja — seja no caixa, na reposição, no estoque ou até na limpeza. A lógica por trás disso é simples e direta: quando todo mundo participa, os custos caem e os preços ficam mais acessíveis, sem abrir mão da qualidade de itens frescos, orgânicos e convencionais.

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Um modelo que conquistou cidades pelo mundo

A inspiração não veio do nada. A Gomo segue os passos da Park Slope Food Coop, criada há mais de 50 anos no Brooklyn, Nova York, e considerada a maior referência global desse formato. O sucesso foi tanto que a iniciativa se espalhou por capitais como Paris, Lisboa, Berlim e Bruxelas, sempre transformando vizinhos em consumidores, colaboradores e donos do mesmo espaço.

Onde tudo começou

A história da Gomo nasceu do incômodo de um grupo de pessoas com o modelo tradicional de consumo nas grandes cidades. Eles já tinham experiência no comércio de orgânicos em São Paulo, mas perceberam que poderiam construir algo mais profundo, sustentável e comunitário.

A virada veio quando o grupo participou de um curso de formação de cooperativas e teve contato direto com iniciativas internacionais — entre elas, a própria Park Slope. Foi a fagulha que faltava para criar um espaço guiado por autogestão, governança democrática e princípios sólidos da economia solidária.

Hoje, a cooperativa reúne mais de 20 membros fundadores, todos comprometidos em fortalecer a alimentação de qualidade, estimular vínculos comunitários e incentivar práticas de consumo mais conscientes.

Park Slope: o marco que impulsionou um movimento global

Fundada em 1973 no Brooklyn, a Park Slope Food Coop se tornou o grande símbolo desse formato. Lá, todos são donos, clientes e colaboradores — e o famoso turno mensal é a espinha dorsal da operação.

A expansão do modelo ganhou força em 2016, quando a francesa La Louve, em Paris, abriu suas portas após anos estudando o sistema americano. A repercussão gerou documentos, pesquisas e até um documentário (“Food Coop”, 2016) que ajudaram a expandir o conceito pelo mundo.

Cooperativas participativas pelo mundo

  • La Louve – Paris (2016): 15.000 cooperantes
  • Bees Coop – Bruxelas (2017): 3.000 cooperantes
  • Rizoma – Lisboa (2020): 565 cooperantes
  • La Osa – Madri (2020): 1.450 cooperantes
  • Food Coop BCN – Barcelona (2022): 525 cooperantes
  • Super Coop – Berlim (2022): 1.280 cooperantes

Gomo Coop: a primeira do tipo na América Latina

A Gomo chega com o título de primeira cooperativa de consumo participativa da América Latina. O funcionamento é direto: quem compra também participa da rotina da loja, e tudo o que é construído retorna para a própria comunidade.

A primeira unidade está quase pronta na Rua Santa Isabel, 172, na República, e deve inaugurar em breve.

O desafio de abrir um supermercado do zero

Diferente de grandes redes, que exigem produtos gratuitos dos fornecedores na abertura, uma cooperativa começa sem crédito e sem acordos que prejudiquem quem produz. Isso significa que a primeira compra precisa ser feita à vista, e por isso o apoio da comunidade é essencial nesse início.

Na Gomo, o objetivo não é gerar lucro — e sim reduzir custos coletivamente. Cada turno mensal ajuda a manter os preços baixos e melhora a estrutura da operação. Quem participa tem voz ativa, pode votar nas decisões e acompanhar de perto as finanças e o futuro da cooperativa.

Com apenas 3 horas por mês, qualquer pessoa tem acesso a produtos orgânicos, agroecológicos e a uma mercearia completa.

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