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IBGE

Analfabetismo em indígenas reduz 7,8% na Bahia

A taxa de analfabetismo em terras indígenas diminuiu no Brasil e em todas as 24 unidades da Federação pelo censo

Por Gabriel Vintina*

05/10/2024 - 7:00 h
Parte do sucesso da alfabetização indígena na Bahia está relacionada à abordagem bilíngue e intercultural
Parte do sucesso da alfabetização indígena na Bahia está relacionada à abordagem bilíngue e intercultural -

O mais recente levantamento do Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), trouxe importantes dados sobre a situação da população indígena na Bahia. A taxa de analfabetismo em terras indígenas diminuiu no Brasil e em todas as 24 unidades da Federação onde existiam Terras Indígenas entre os dois últimos censos (2010 e 2022). Na Bahia, a redução foi de 7,8 pontos percentuais, passando de 26% para 18,2%.

O estado vem registrando avanços no campo da educação, em especial na alfabetização de indígenas com 15 anos ou mais. Apesar dos desafios, os números revelam uma trajetória positiva em diversos aspectos.

O número de alfabetizados alcançou 9.483, o que representa 81,8% dos 11.596 indígenas de 15 anos ou mais de idade. Quando falamos de um contexto mais amplo, considerando também os indígenas que vivem fora de áreas indígenas, a taxa de alfabetização é maior. De acordo com o IBGE, dos 186.133 indígenas de 15 anos ou mais na Bahia, 156.348 (84,0%) já são alfabetizados.

Parte do sucesso da alfabetização indígena na Bahia está relacionada à abordagem bilíngue e intercultural adotada nas escolas indígenas. Nas comunidades, além de aprenderem em português, muitos alunos têm a oportunidade de serem alfabetizados em suas línguas maternas, preservando, assim, sua identidade cultural e linguística.

Poliana Reis, diretora de Educação dos Povos e Comunidades Tradicionais da Bahia, destacou o impacto positivo desse enfoque. "Garantir que os alunos indígenas aprendam tanto em português quanto em suas línguas originárias fortalece o vínculo com sua cultura, ao mesmo tempo em que lhes dá as ferramentas para navegar em contextos mais amplos. A alfabetização vai além do aprendizado técnico, ela se conecta com a valorização da identidade indígena."

Hoje, a maioria dos jovens indígenas de 15 a 29 anos é alfabetizada, o que marca uma diferença expressiva em relação às gerações anteriores.

Apesar dos desafios em áreas rurais e isoladas, 4 a cada 5 indígenas na faixa etária acima de 15 anos

já sabem ler e escrever, evidenciando o impacto positivo das políticas educacionais implementadas nos últimos anos.

Além da educação, a questão do saneamento básico nas Terras Indígenas da Bahia também tem mostrado progressos importantes. O Censo apontou que 75,2% dos domicílios indígenas já possuem acesso a serviços de saneamento básico adequado.

Este último censo também revela que a população indígena na Bahia apresenta resultados positivos em diversos indicadores de cidadania. Por exemplo, 99,5% das crianças de até 5 anos da população baiana têm registro de nascimento.

Entre todas as crianças indígenas nessa faixa etária, 99,2% possuem registro. No entanto, quando consideramos apenas as crianças indígenas que vivem em terras

indígenas, a porcentagem de registro de nascimento é de 99,5%.

*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira

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Tags:

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