EDUCAÇÃO
Bahia Faz Ciência: estudantes desenvolvem produtos capilares sustentáveis
Produtos foram feitos à base de alecrim e aloe vera
Por Mônica Carvalho
As estudantes Bianca Hyrana Cortes de Oliveira, Maria Fernanda Sousa Santos e Emanuelle Lemos Oliveira, do Colégio Estadual de Boquira, desenvolveram produtos capilares orgânicos à base de alecrim e aloe vera. O projeto, que transforma ingredientes naturais em shampoo e condicionador de baixo custo, foi destaque no 5º episódio da série Bahia Faz Ciência, produzida pelo Grupo A TARDE em parceria com a SECTI da Bahia.
Apresentada pela química Kananda Eller, a série destaca iniciativas inovadoras de estudantes e professores da rede pública, como essa solução sustentável para cuidados capilares criada sob a orientação da professora Cássia Fabiane Castro.
Alecrim: do quintal ao laboratório
A ideia de transformar o alecrim em produto capilar surgiu da busca por alternativas naturais e acessíveis para a população local. “Nós sabemos o quanto custa cuidar dos nossos cabelos e da nossa beleza em geral. Então, uma iniciativa como essa faz bem ao nosso bolso e à nossa autoestima”, comentou Kananda no início do episódio.
Boquira, historicamente conhecida pela mineração de chumbo, é uma cidade que hoje destaca-se pela agropecuária, com foco na criação de caprinos. No entanto, o projeto das estudantes explora o potencial econômico e social de outra riqueza local: as plantas medicinais. O alecrim, amplamente utilizado na culinária e em tratamentos naturais, foi escolhido pelas estudantes por suas propriedades antioxidantes, antissépticas e estimulantes para o couro cabeludo.
O processo de criação e os benefícios dos produtos
O desenvolvimento do shampoo e condicionador envolveu pesquisas e experimentação para criar produtos sustentáveis e acessíveis, feitos com matérias-primas locais de Boquira, como alecrim e aloe vera. O shampoo limpa profundamente o couro cabeludo e estimula o crescimento capilar, enquanto o condicionador nutre e dá brilho aos fios. Embora não seja totalmente orgânico, contendo 3% de sabonete glicerinado, o projeto já busca substituir esse componente por uma alternativa 100% natural. “Nosso objetivo é fazer um produto 100% orgânico, eliminando o uso de produtos sintéticos”, destacou a estudante Maria Fernanda.
Impacto social e inovação na ciência
O projeto das alunas de Boquira vai além dos benefícios estéticos. Ele representa uma solução de baixo custo que pode impactar positivamente tanto a economia local quanto a autoestima da comunidade. Com produtos feitos a partir de ingredientes simples e acessíveis, as estudantes demonstram que é possível inovar na ciência sem abrir mão da sustentabilidade.
A professora e orientadora Cássia Fabiane ressaltou a importância de iniciativas como essa nas escolas estaduais. “Projetos como esses não só incentivam os alunos a explorarem a ciência de maneira prática, mas também mostram que eles podem criar algo relevante para suas comunidades. É uma forma de inspirar os estudantes a investirem no conhecimento e na inovação, promovendo a ciência baiana”, destacou.
Bahia Faz Ciência: valorizando o conhecimento local
A série Bahia Faz Ciência, em seu quinto episódio, se consolida como uma plataforma de valorização científica, destacando projetos que impactam estudantes e comunidades. “Ao longo desses cinco episódios, vocês puderam acompanhar as maravilhas que estudantes de diversos cantos da Bahia fizeram através do poder da ciência”, afirmou Kananda Eller.
O próximo episódio apresentará um projeto inovador que utiliza fibra da palma para criar filtros de baixo custo, garantindo água potável a comunidades baianas. Disponível no canal A TARDE Play no YouTube, a série mostra que a ciência é um instrumento de transformação social e econômica, especialmente para os jovens da rede pública de ensino.
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