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Descarte de equipamentos amplia ações de inclusão digital

Nilson Marinho

Por Nilson Marinho

05/01/2020 - 11:44 h | Atualizada em 05/01/2020 - 12:51
Crianças atendidas pela OAF, localiza na Lapinho | Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE
Crianças atendidas pela OAF, localiza na Lapinho | Foto: Felipe Iruatã | Ag. A TARDE -

O acesso à internet que nos parece universal, na verdade, está longe de estar presente na vida de todos os brasileiros. O que não sabemos, no entanto, é que podemos ajudar a diminuir essa desigualdade digital. Basta olhar com mais atenção para aqueles computadores – ou peças deles – esquecidos nos quartos da bagunça e doá-los para entidades que recebem aparelhos para utilização na promoção da inclusão digital e capacitação para o mercado de trabalho.

A distância da rede de computadores é maior para aqueles com menor poder aquisitivo como comprova o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) ao verificar em pesquisa que, enquanto mais de 90% das pessoas nas classes A e B são usuárias de internet, 58% das classes D e E estão desconectadas.

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“Achamos que estamos todos conectados, mas não estamos. Nós vivemos a era da cultura digital, da conectividade, mas essa realidade não está dada para todo mundo, principalmente para as crianças. Vivemos em um país subdesenvolvido e que, infelizmente, tem uma desigualdade social muito grande”, afirma Sule Sampaio, doutora em educação e membro do grupo de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias da Universidade Federal da Bahia (Ufba).

Doação

Em Salvador, por exemplo, aparelhos em desuso podem ajudar na alfabetização de crianças que vivem na Organização do Auxílio Fraterno (OAF), localizada no bairro da Lapinha.

A instituição que possui 90 crianças, de 0 a 17 anos, tem apenas três equipamentos utilizados para ajudá-los a ler e escrever. Os alfabetizados utilizam os computadores para a realização dos trabalhos escolares.

“As crianças que nós recebemos chegam com histórico de vulnerabilidade social muito grande. Muitas vezes, eles chegam com 7 ou 8 anos, sem nunca terem pisado em uma escola. A tecnologia ajuda no processo de aprendizagem”, explicou a pedagoga Iolanda Bonfim.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) também está de portas abertas para receber doações. Por lá, as máquinas são utilizadas em atividades pedagógicas nos laboratórios com alunos ou no setor administrativo.

“A era da cultura digital, da conectividade não está dada para todo mundo”

Já aparelhos quebrados ou sem uso podem ter suas peças reaproveitadas pelo Sindicato dos Empregados em Escritórios de Empresas e Agências de Navegação e Atividades Afins do Estado da Bahia (Seeeanba).

Lá, a cada três meses, são oferecidos cursos de informática e manutenção de micro para pessoas carentes, em parceria com alunos bolsistas do programa Onda Digital da Ufba.

A iniciativa teve início há quatro anos e, desde então, 200 pessoas já foram capacitadas. No curso de manutenção, os alunos desmontam as peças com o auxílio dos bolsistas, consertam as peças danificadas e montam novos aparelhos que serão usados no curso de informática quando não são doados para outras entidades.

“Não são só os jovens, que são a grande maioria, mas os idosos saem de lá maravilhados. É muito gratificante porque ajudamos pessoas que, de outra forma, não teriam acesso à informática”, disse o presidente da Seeeanba, Paulo Marques.

Descarte

Há, também, a possibilidade de fazer o descarte de forma regular e gratuita, evitando que o lixo eletrônico contamine o meio ambiente.

O Brasil, inclusive, de acordo com a The Global E-waste Monitor, em 2017, era o segundo maior produtor de lixo eletrônico das Américas, com 1,5 mil de toneladas, atrás dos Estados Unidos, com 6,3 mil toneladas.

O JJ lixo eletrônico atende em domicílio, dependendo da distância da casa do cliente, mas a doação pode ser feita na sede na Rua Jogo do Carneiro, bairro da Saúde, próximo ao Sesc Nazaré.

Um dos proprietários, Joandro Araújo, afirma que coleta de estabilizadores a bateria de carros, menos pilhas e lâmpadas. "Separamos os elementos químicos e enviamos para uma empresa em São Paulo. As peças mandamos para reciclagem, para pequenas cooperativas”.

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