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14/08/2024 às 4:00 - há XX semanas | Autor: Da Redação

EDUCAÇÃO

Educação e ciência transformam vidas de jovens

Inspirados nos problemas cotidianos, estudantes da rede estadual criam soluções inovadoras na sala de aula, com o apoio dos professores

O projeto Robôchicas busca incentivar  a participação de meninas  em campos da tecnologia como a  robótica
O projeto Robôchicas busca incentivar a participação de meninas em campos da tecnologia como a robótica -

Um desejo genuíno de mudar o mundo e resolver problemas da comunidade em que estão inseridos é o sentimento compartilhado pelos estudantes Ana Carolina Balbino, Joice Kelly, Iran Oliveira e João Pedro. Ao perceberem, nas aulas de educação científica, que ser um cientista não é algo distante da realidade dos jovens, como muitos podem pensar, os alunos da rede pública de ensino, com acompanhamento de seus professores, estão transformando suas próprias vidas e as de suas comunidades com soluções e inventos nascidos da curiosidade por solucionar problemas do cotidiano.

A história de João Pedro surgiu dentro de casa. Foi o sofrimento de sua avó, portadora de diabetes, que o fez se dedicar às pesquisas com o objetivo de desenvolver um produto que auxiliasse pessoas portadoras desta enfermidade no tratamento de suas feridas.

Desta maneira, João e a colega Itila Maykely, orientados pelo professor Saulo Capim, descobriram na mangabeira, árvore da mangaba, uma potencial matéria-prima para criar um creme cicatrizante.

Preocupado com a situação da avó, João observou, na casa da tia, que todas as vezes que alguém fazia um corte na mangabeira para retirar o látex, a árvore cicatrizava rapidamente. Esse foi o gatilho para o início de uma pesquisa com poder transformador.

“Minha avó tinha úlceras nos membros inferiores e, enquanto criança, eu vivenciava o dia a dia dela, toda questão de cuidado com curativos, as amputações em parte dos membros inferiores, o que prejudicou muito a locomoção dela”, afirma. “A partir dessas observações, o projeto nasceu”, complementa o jovem, que se prepara para cursar Engenharia Química.

Responsável por trabalhar com jovens desde que se mudou para Alagoinhas para ser professor do Instituto Federal Baiano (Ifbaiano), Saulo Capim lembra que o produto nascido das mãos dos estudantes já está em comercialização.

“É um produto que gerou uma startup e atualmente está no mercado com o nome de Cicatribiovet”, conta. “Os alunos fazem parte da patente, que foi submetida ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), e vão ganhar os royalties como inventores do que é comercializado da Cicatribiovet.”

Inseticida

Foi também com olhar atento e curiosidade que Iran Pereira, estudante de Ilhéus, conseguiu resolver um problema que incomodava pequenos agricultores de sua cidade: a infestação de formigas nas hortas. Iran percebeu que os incômodos insetos não se proliferavam ao lado da plantação de mandioca do seu pai.

Com isso, o jovem e os colegas Ayla Souza e Diogo dos Santos, liderados pela professora Margarete Correia, decidiram investigar um possível efeito inseticida da folha de mandioca. Assim surgiu o inseticida à base da folha de mandioca, mais um produto inovador, com potencial de mercado, nascido com dedicação e esforço dos seus inventores.

Embora já tenha se formado e não esteja mais no Centro Estadual de Educação Profissional Gestão e Tecnologia da Informação Álvaro Melo Vieira, o mais novo estudante de Medicina Veterinária na Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) reforça o desejo de levar o projeto adiante.

“Realizamos alguns testes e comprovamos que o inseticida é eficaz contra as formigas”, relata Diogo. “É um produto de baixo custo e que pode ser empreendido no mercado, por isso que a gente pensa em levar o projeto adiante.”

A ciência que se faz nas salas de aula também acontece nas rodas de conversas entre amigos ou até mesmo com uma memória da infância. Foi aos 7 anos que Ana Carolina Balbino, estudante de Ciência da Computação, na Universidade Federal da Bahia (Ufba), aguçou, pela primeira vez, a curiosidade para a programação.

Responsável pelo projeto Robôchicas, que ajuda meninas a se inserirem em campos como a robótica, Ana conta que seu tio a presenteou com um computador aos 7 anos. “Sempre que ele dava manutenção e eu o via formatando o computador, achava aquilo o máximo, então pra mim virou meta entender de computador igual ao meu tio”, recorda.

Educação científica chega para revolucionar ensino na Bahia

Uma proposta transversal da Secretaria da Educação (SEC), da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e da Coordenação Geral de Políticas para a Juventude (Cojuve) promete revolucionar a educação na Bahia. Trata-se da inclusão da Educação Científica no currículo escolar do ensino médio que está sendo regulamentada pelo Conselho Estadual de Educação (CEE).

Em fase de conclusão, a normativa trará as diretrizes curriculares para as escolas públicas e privadas da Bahia, bem como para as universidades estaduais, integrantes do sistema estadual de ensino do Estado.

A ação de popularização e indução da ciência faz parte do Programa Bahia Mais Inovadora e visa a ampliar a oferta de conteúdo científico e introduzir os jovens no processo de pesquisa e inovação tecnológica. Em parceria com o Instituto Anísio Teixeira (IAT), também será promovida a qualificação dos professores.

A iniciação científica, atividade extracurricular que é realizada em um período do ano e abrange uma parcela dos alunos, será ampliada e incluída no currículo das escolas de tempo integral da rede pública, passando a atingir a totalidade dos alunos e perdurar durante todo o ano letivo.

Para o secretário da Secti, André Joazeiro, a educação científica faz parte de uma revolução em curso no sistema de ensino da Bahia. “É uma virada de chave na cabeça dos nossos jovens, que passarão a consumir menos conteúdo pronto e começarão a receber uma maior quantidade de desafios, que os obrigarão a pensar, pesquisar e desenvolver seu próprio conhecimento”, enfatiza. “O governador Jerônimo é um revolucionário por essência, demandou de nós uma ação transformadora da realidade socioeconômica do estado, consciente de que a transformação só acontecerá, de forma consistente, sustentável e interiorizada, através da educação e da ciência. Está aí a entrega, uma juventude portadora de futuro”.

A secretária da Educação, Rowenna Brito, destaca a importância do conhecimento científico como elemento essencial para formar cidadãos críticos capazes de entender e transformar a sociedade em que vivem.

“Todo o trabalho da SEC é dedicado a promover o desenvolvimento pleno dos nossos estudantes e oferecer oportunidades para suas vidas, por meio da educação”, destaca. “A ampliação do conteúdo de ciência, tecnologia e inovação nas escolas, parte essencial nesse processo, será possível porque estamos fazendo os investimentos em infraestrutura necessários. Não são apenas prédios mais bonitos e confortáveis, com equipamentos de esporte, lazer e cultura. Temos laboratórios de química, física e biologia, além de informática, robótica e audiovisual, o que nos permite a atividade da experiência científica em todos as áreas do conhecimento.”

Presidente do CEE, Roberto Gondim explica o andamento da normativa. “As sugestões acolhidas estão sendo analisadas para incorporação nas diretrizes da Resolução, que seguirá para votação do Conselho Pleno, e, posteriormente, homologação da Secretaria da Educação”, detalha. “Temos a expectativa do aprimoramento da educação científica nas escolas, naquilo que a aprendizagem conceitual das bases científicas implica no reconhecimento de tecnologias para o dia a dia das cidadãs e dos cidadãos.”.

A previsão é que a normativa esteja pronta até outubro, para, em 2025, começar a treinar professores. Essa ação, segundo Nivaldo Millet, coordenador Geral de Políticas para a Juventude da Bahia, democratiza ainda mais o acesso à produção científica, reforçando o lugar de protagonismo das juventudes no âmbito do empreendedorismo, da própria produção da ciência e da criação de soluções para problemas cotidianos.

“Secti e SEC têm fomentado este protagonismo”, destaca Millet. “É um novo olhar do nosso governo sobre as capacidades das juventudes para que se tornem produtores da ciência e do empreendedorismo.”

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