EDUCAÇÃO
Estudante autista de escola pública é aprovado no Ifba
Ariel Ayala Silva, 18, aluno da rede estadual de ensino, conquistou vaga no curso de licenciatura em computação do Instituto Federal da Ba
Por Redação
O jovem Ariel Ayala Assis Souza da Silva, de 18 anos, aluno do Centro Territorial de Educação Profissional do Piemonte da Diamantina II (Cetep), em Jacobina, conquistou uma vaga no curso de licenciatura em computação do Instituto Federal da Bahia (Ifba), Campus Jacobina. A aprovação veio acompanhada de um reconhecimento especial: ele alcançou o primeiro lugar na categoria Pessoa com Deficiência (PCD). Além disso, Ariel aguarda o resultado do vestibular da Universidade do Estado da Bahia (Uneb).
Vindo da rede pública estadual, Ariel sempre demonstrou dedicação aos estudos e participou do Sistema de Avaliação Baiano da Educação (Sabe), que mede o aprendizado dos estudantes da rede estadual. Ele conta que Computação sempre foi o curso que desejou fazer, pois possibilita aliar a tecnologia à arte.
“Quero fazer artes na computação, e até desenvolver jogos”.
No Cetep, o estudante encontrou um ambiente preparado para acolhê-lo, onde professores e equipe pedagógica se empenharam em garantir sua inclusão.
“Eles me ajudaram muito”, afirma.
Ariel se destaca em projetos científicos no ambiente acadêmico. Em 2023, apresentou um estudo sobre hiperfoco no espectro autista, explorando o sistema solar como tema principal. No ano seguinte, com o apoio das professoras Vasti, Lara e Regivânia, desenvolveu uma pesquisa sobre a importância dos satélites na comunicação e realizou a apresentação de forma independente na feira de ciências da escola.
As experiências consolidaram em Ariel confiança, e ampliaram as perspectivas para o ensino superior.
O comprometimento da família e da escola foi essencial para que ele desenvolvesse plenamente suas habilidades. A mãe do estudante, Simone Assis, conta que acompanhou de perto toda sua caminhada.
Na busca por inclusão, contou com o apoio do Núcleo Territorial de Educação Piemonte da Diamantina II (NTE 16), que ajudou na viabilização de profissionais de apoio para o Cetep, garantindo que ele recebesse o suporte necessário; e com o auxílio da escola, que promoveu uma semana pedagógica voltada para o autismo, contribuindo para a conscientização e formação dos educadores, fortalecendo ainda mais sua trajetória acadêmica.
“Devido ao meu trabalho ser lado a lado com a escola (Cetep), facilitou. Pois qualquer coisa que necessitavam eu ia lá e, sempre, no intervalo ficava com ele para dar suporte. Todo o pessoal da escola abraçou a causa desde quando ele entrou” , fala.
Acolhimento
O diretor do Cetep, Gildeon Alves dos Santos, reforça que a inclusão dos estudantes PCD começa na matrícula, com um diálogo entre a escola e a família para atender às necessidades individuais.
“A conquista de Ariel mostra que, com acolhimento, adaptação e respeito às diferenças, os estudantes podem superar desafios e alcançar seus objetivos. Ele é um exemplo de determinação e inspiração para toda a comunidade escolar”, afirma Santos.
Ainda de acordo com o diretor do Cetep, o ingresso de Ariel no Ifba representa não apenas uma vitória pessoal, mas também um reflexo do impacto positivo de uma educação pública inclusiva e acessível.
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