EDUCAÇÃO
Greve: Entenda reivindicações dos professores de instituições federais
Comando Nacional de Greve tem reunião com o governo federal no próximo dia 3
Por Marcela Magalhães*
Professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) e do Instituto Federal da Bahia (Ifba) continuam em greve há um mês, organizando atos públicos para pressionar o governo federal a atender suas reivindicações. Na manhã de ontem, docentes, estudantes e técnicos administrativos se reuniram em frente à Reitoria da Ufba e caminharam em direção ao Campo Grande, em um ato que reuniu aproximadamente 400 participantes contra o sucateamento do ensino público.
"Temos sofrido cortes orçamentários absurdos, inaceitáveis. Não se faz ciência e educação sem orçamento, ao mesmo tempo em que o governo federal não para de bater recorde de arrecadação", disse Manuela Nascimento, estudante de doutorado e membra do comando de greve dos estudantes da pós-graduação da Ufba.
O Comando Nacional de Greve tem uma nova reunião agendada com o governo federal, para o dia 3 de junho, e os docentes da Ufba realizarão uma assembleia ,no dia 4 de junho, para discutir os próximos passos.
A greve federal já tem um mês e meio de duração e é liderada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) e pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe). A insatisfação dos professores aumentou após o governo federal firmar um acordo com a Proifes Federação, entidade que representa menos de 20% dos docentes grevistas.
O acordo foi amplamente rejeitado em assembleias pelo país, inclusive pela Apub, sindicato que representa os docentes da Ufba, informa Clarisse Paradis, presidente da Apub. No mesmo dia, foi protocolada a contraproposta elaborada pelo Comando Nacional de Greve (CNG) do Andes-SN, que representa cerca de 80% da categoria docentes e foi requerida a reabertura de rodada de negociações.
No país, 60 instituições rejeitaram a proposta do governo federal. Em assembleia realizada no dia 24 de maio, 369 professores da Ufba votaram contra a proposta do governo, enquanto 199 foram favoráveis. A decisão de continuar a greve teve 347 votos. "O governo não se dispôs a negociar a recomposição do orçamento, sendo que essa é a pauta central dessa greve. O orçamento da Ufba teve uma queda de 87% nas verbas destinadas a custeio e capital entre 2016 e 2024", explicou Lawrence Estivalet de Mello, professor da Faculdade de Direito da Ufba e membro do comando local de greve.
Entre as reivindicações estão a recomposição orçamentária de no mínimo R$ 2,5 bilhões, no ano de 2024, para as Instituições Federais de Ensino Superior (IFEs) e o reajuste salarial. A proposta atual do governo inclui um reajuste de 0% em 2024, o que foi rejeitado pela categoria.
Nos institutos federais, a greve começou em 3 de abril. No campus Salvador a adesão é parcial e as aulas estão suspensas por decisão colegiada do Conselho do Campus, a situação é similar nos 22 campi que o Ifba tem na Bahia. "Atualmente, temos um contingente crescente de estudantes que dependem das ações da assistência estudantil para continuarem seus estudos e não temos verbas", afirmou Marcos Gilberto, professor do Ifba e membro da Apub.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
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