CELEBRAÇÃO
IAT celebra 41 anos aprimorando professores e gestores educacionais
Celebração Casa dos Educadores da Bahia avalia a ‘Educação e a máquina de fazer democracia’
Por Priscila Dórea
Sob o tema "Educação e a máquina de fazer democracia", se encerram hoje as atividades em comemoração aos 41 anos do Instituto Anísio Teixeira (IAT), órgão que integra a Secretaria de Educação da Bahia (SEC) e conhecido como a Casa dos Educadores da Bahia. Responsável pela formação de profissionais da educação, promoção de estudos e pesquisas educacionais - além de trabalhar com inovação e tecnologias educacionais -, o IAT marcou a vida de milhares de educadores nas últimas décadas. Só em 2024 o instituto contemplou cerca de 20 mil educadores com suas ações.
“O IAT é essa importante formação profissional para muitos dos meus colegas que ainda estão na ativa e também para mim, que sigo na caminhada pela educação de qualidade e que valoriza o trabalho do professor, possibilitando uma formação melhor para os nossos jovens”, afirma a professora aposentada e doutoranda da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Celeste Pimentel, aluna de uma das primeiras turmas de especialização do IAT na década de 1990.
Entre as principais ações do IAT estão as formações em Gestão Escolar, Saúde Mental e Emocional nas Escolas, Assédio Zero, STEAM +, Educação Antirracista, Tecnologias na Educação e a formação de Equipes Técnicas. Além, claro, das Caravanas Digitais com atividades lúdicas e formativas, e muitas outras atividades realizadas, inclusive, em seu aniversário. Desde 2022, afirma o diretor-geral do instituto Iuri Rubim, as comemorações do IAT são feitas a partir daquilo que eles fazem melhor: produzir e compartilhar conhecimento.
“O tema deste ano, Educação e a Máquina de Fazer Democracia, é certeiro pois, a partir da educação, a gente forma cidadãos que vão compreender o que é democracia e assim serão capazes de defendê-la. afinal a democracia só existe porque existem diferentes ideias, opiniões e argumentos. E o IAT é um rico espaço para isso. Costumamos dizer que não há educador na Bahia, principalmente na rede estadual, que não tenha sido afetado em sua trajetória formativa pelo Instituto Anísio Teixeira”, afirma Iuri Rubim.
Formando gerações
Gerações de profissionais da educação na Bahia tiveram o IAT como principal parceiro na sua formação e a gestora do Colégio Estadual Juiz Jorge Faria Góes (Feira de Santana), Flávia Almeida de Araújo, foi uma dessas. “Já perdi a conta de quantas coisas fiz no IAT. Ele nos dá essa abertura para trocar informações e enxergar inúmeras possibilidades para fazer, de fato, as ideias acontecerem. Costumo dizer que só não se forma no IAT quem não quer e tenho o privilégio de afirmar que cerca de 95% dos meus professores se formaram aqui”, garante.
Coordenadora pedagógica do Colégio Estadual de Jacobina, Camila Ribeiro explica que a formação continuada do IAT é uma “condição imprescindível” para os coordenadores pedagógicos da Bahia. “É uma formação que potencializa nossas escolas e nossos estudantes”. Camila, assim como a professora de artes do Colégio Estadual Giovania Nogueira Nunes (Itatim), Fabiana Mariana, está participando do STEAM+ neste aniversário do IAT, atividade focada no empoderamento de meninas nas áreas de ciência, engenharia, arte, tecnologia e matemática.
É uma atividade, sobretudo, interdisciplinar, que busca fazer com que os educadores aprendam a abrir os olhos das meninas para áreas às quais elas pouco acessam na formação superior. “E se já estamos vendo os resultados entre nós educadoras, imagina o efeito disso nas alunas? A interdisciplinaridade era uma chave que eu havia virado e agora estou aprendendo ainda mais. E com outras mulheres, o que é muito importante. Essas atividades e formações que o IAT promove sacodem a gente, pois mostram o quanto somos capazes e o quanto mais podemos desenvolver em sala de aula”, afirma a professora.
O Seminário "Educação e a máquina de fazer democracia" do IAT é aberto ao público e se encerra hoje com muito conteúdo. Com três diferentes oficinas e uma mesa redonda com o tema "O que dita o acesso ao conhecimento?", hoje acontecem ainda duas conferências. Para conferir a programação completa e palestrantes, acesse @iat_ba.
Um defensor da educação gratuita e obrigatória
Natural de Caetité, Anísio Spínola Teixeira (1900-1971) foi um dos grandes defensores da educação pública gratuita, laica e obrigatória, além de ter difundido o movimento Escola Nova - que tinha entre suas metas a eliminação do ensino tradicional que mantinha fins puramente individualistas.
Formado pela Universidade de Direito do Rio de Janeiro em 1922, após concluir o curso ele foi convidado para ser Inspetor Geral de Ensino da Bahia, onde deu início a sua trajetória na educação.
Em 1925, Anísio passou a defender a ideia de que toda escola deveria oferecer uma educação gratuita, integral e de qualidade, querendo desenvolver nos alunos características intelectuais, cívicas e morais.
Precursor na implantação de escolas públicas para todos os níveis, Anísio Teixeira foi quem propôs que o ensino público fosse articulado em uma rede que se estendesse até a universidade.
Uma de suas iniciativas mais importantes como secretário de Educação e Saúde foi a fundação do Centro Popular de Educação Carneiro Ribeiro, conhecido como Escola-Parque (Caixa D’água), em 1950.
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