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Jornal é usado na educação de alunos do sistema prisional

Publicado domingo, 29 de novembro de 2015 às 21:00 h | Autor: Brenda Gomes

A política de educação e ressocialização do sistema prisional brasileiro gera grandes discussões. Em Juazeiro - cidade que fica a 450 km de Salvador -, os professores resolveram utilizar  o jornal impresso como ferramenta para educar jovens e adultos presidiários que fazem parte das aulas de extensões do Conjunto Penal da cidade.

Apoio

O projeto conta com o apoio do programa A TARDE Educação. Os professores do município são orientados, por meio de cursos onlines e presenciais, sobre como utilizar os meios de comunicação como ferramenta pedagógica. O projeto atende cerca de 150 alunos.

As notícias, entrevistas, reportagens e outros materiais produzidos pelos alunos serão diagramados e transformados em um boletim impresso, batizado como "EJA News - Do Vale para o Mundo", uma homenagem ao Vale do São Francisco.

"É gratificante o retorno das atividades. São pessoas que, apesar de passarem por todos os fantasmas do isolamento, conseguem por algum momento se sentir capazes de produzir algo que a sociedade admira e respeita, que é construir uma notícia", afirma a psicopedagoga e especialista em EJA,  Maria Sandra de Souza.

Segundo ela, além de ajudar a despertar novos interesses e a criatividade dos alunos, o uso do jornal é uma forma de fazer com que os estudantes ultrapassem os muros do presídio.

"As pessoas que estão na detenção carecem muito de informação sobre o que se passa no mundo. Infelizmente, por motivos de segurança, não podemos entrar com o jornal inteiro, mas o pouco que levamos já estimula a criatividade e o pensamento para além do cárcere ", afirma.

Metodologia

Segundo a psicopedagoga  Maria Sandra de Souza, as atividades, que são desenvolvidas de acordo com a metodologia de Educação de Jovens e Adultos - EJA, permitem a reflexão sobre a necessidade da democratização da informação.

"Muitos deles nem conheciam o jornal antes de estarem numa prisão. Isso é algo muito preocupante. A nossa sociedade fala tanto que a comunicação é um direito de todos, mas até que ponto esse direito é universalizado e concretizado? questiona.

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