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13/12/2020 às 6:04 • Atualizada em 21/01/2021 às 0:00 - há XX semanas | Autor: Thiago Conceição

EDUCAÇÃO

Pandemia altera lógica de ensino e gera impacto na aprendizagem da graduação

William depende de aulas práticas para se formar | Fotos: Alex Oliveira | Ag. A TARDE
William depende de aulas práticas para se formar | Fotos: Alex Oliveira | Ag. A TARDE -

A substituição das aulas presenciais pelas remotas nas instituições privadas de ensino superior do estado, autorizada pelo Ministério da Educação (MEC) desde o dia 17 de março, trouxe adaptações ao modelo de aprendizagem e o debate sobre a eficácia da troca de conhecimento entre alunos e professores, neste momento de conclusão das atividades letivas de 2020.

O MEC chegou a estabelecer a retomada das aulas presenciais a partir de 1º de março de 2021, em comunicado no último dia 7, mas voltou atrás e homologou o Parecer 19, do Conselho Nacional de Educação (CNE), que estende até 31 de dezembro de 2021 a permissão para atividades remotas no ensino básico e superior em todo o País. A validação da medida foi publicada no Diário Oficial da União da quinta-feira passada.

E, para que as atividades remotas deste ano sejam aproveitadas, o Conselho Estadual de Educação da Bahia (CEE-BA), de forma inédita no País, publicou a Resolução 50, que trata da certificação do regime especial de atividades remotas na educação básica e superior, no último dia 19.

“Com a Resolução 50, as instituições também farão autoavaliações do sistema remoto de ensino, com a validação de agentes importantes, a exemplo dos professores. Hoje, nós temos uma auditoria para certificar essas atividades remotas na Bahia. Isso dará maior tranquilidade com relação ao processo de aprendizagem, que deve seguir de forma híbrida em 2021, mesclando as ações presenciais com as remotas”, afirmou Paulo Gabriel Nacif, presidente do CEE-BA.

Mudança

Para Carmen Vasconcelos, professora de comunicação e coordenadora de cursos da Faculdade 2 de Julho, a mudança do modelo essencialmente presencial para o online foi difícil.

“De uma hora para a outra, por causa da pandemia, as instituições de ensino tiveram que aderir ao ensino remoto. Por consequência, os professores perdem questões pedagógicas, a exemplo dos gestos dos alunos, além de outras linguagens que são captadas apenas de forma presencial. Além disso, existem alunos que têm dificuldade na concentração ou na autodisciplina, elevando os desafios dos docentes”, diz Carmen.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-BA), Rui Oliveira, reforça a importância de apoio aos professores: “Muitos professores têm como base as aulas presenciais. Por isso é importante garantir a qualificação destes profissionais, visando garantir a qualidade de ensino e valorização dos profissionais”.

Imagem ilustrativa da imagem Pandemia altera lógica de ensino e gera impacto na aprendizagem da graduação
José Hamilton Sampaio observou uma adaptação rápida ao novo modelo

Preparação

Para o professor e consultor de negócios José Hamilton, do Centro Universitário UniRuy, as aulas remotas fazem parte de uma tendência do futuro. No entanto, é preciso preparação.

“No caso do local onde ensino, aconteceu a adaptação rápida ao modelo remoto, com o treinamento dos professores. Porém, o ponto mais desafiador é a questão da infraestrutura que o modelo pede, até para garantir a qualidade de ensino em todas as instituições. A disponibilidade de uma maior velocidade de internet é um exemplo”, aponta José Hamilton.

De acordo com Carlos Joel Pereira, presidente da Associação Baiana de Mantenedoras do Ensino Superior (Abames), as instituições da rede privada em processo de adaptação: “Profissionais terão que passar por treinamento, as instituições precisam entender que nada será como antes, garantindo, assim, o investimento em tecnologia e qualidade do ensino híbrido”.

A estudante Ialana Souza, 22, no 8º e último semestre de matemática da Universidade Católica do Salvador (UCSal), não esconde a preocupação: “O processo de orientação remota foi difícil, levei um tempo para construir uma rotina com o professor e orientador. E tenho o sonho de ter uma formatura linda, presencial, não sei se isso vai acontecer, a pandemia está aí e a defesa do TCC [trabalho de conclusão de curso] será entre este mês e janeiro de 2021”.

William Rocha, 29, do 7º semestre de engenharia da computação na UniRuy, só precisa concluir matérias práticas para se formar “As matérias que preciso são práticas e com os laboratórios fechados o momento é de espera. Para não ficar parado, estou pegando matérias remotas teóricas e dedicando tempo para a parte de projeto do meu TCC, que envolve o uso de drone e tem partes práticas que serão feitas em laboratório”, conta o jovem.

Imagem ilustrativa da imagem Pandemia altera lógica de ensino e gera impacto na aprendizagem da graduação
Ialana Souza: processo difícil

Nas instituições públicas desafio é por qualidade

Nas instituições públicas de ensino superior da Bahia, alunos, professores e demais colaboradores dizem que só retomarão as aulas presenciais com a real condição de segurança. Entretanto, discentes e docentes reconhecem o dilema de manter a qualidade e o volume de atividades de ensino, pesquisa e extensão de forma online.

Desde setembro, a Universidade Federal da Bahia (Ufba) opera com o chamado semestre letivo suplementar (SLS), um período excepcional que não cancela os semestres 2020.1 e 2020.2, de caráter presencial.

O cenário também é vivenciado pelos professores e alunos da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), que desde o começo de novembro adota um semestre excepcional de 45 dias.

Realidades distintas

“A Uneb tem estudantes de diferentes realidades, distribuídos pelas unidades da instituição em várias regiões do estado. Estou falando de alunos indígenas, quilombolas. E, diante das diversidades sociais e todo o trabalho de ensino, pesquisa e extensão realizados pelos docentes e estudantes das universidades públicas, não é possível acelerar o processo de aprendizado ou atuar apenas de forma remota”, afirma a professora Flávia Lorena, da coordenação da Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb).

Complexidade

Diante do tamanho do desafio de ensino para as instituições públicas, a coordenadora reforça que o semestre suplementar não substituiu o modelo tradicional, com carga horária própria.

A estudante de enfermagem Mara Costa, 23, que está no último semestre do curso e faz parte do Diretório Acadêmico (DA) da Uneb, tem noção da dificuldade do ensino remoto.

“Por questões sociais e econômicas, muitos colegas enfrentam dificuldade de acesso ao ensino remoto. E no caso de estudantes de áreas como a de saúde, com estágio prático, muitos partilham o sentimento de insegurança quanto aos atrasos na formação”, diz a estudante.

Docentes

No âmbito do ensino nas universidades federais, a presidente do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior da Bahia, Raquel Nery, destaca o desafio que a pandemia trouxe . “Os professores têm feito esforços para sustentar a qualidade de ensino, pesquisa e extensão. Porém muitas destas atividades exigem o presencial, especialmente em cursos como os de saúde, biologia”, afirma a presidente.

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