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24/06/2024 às 5:50 - há XX semanas | Autor: Madson Souza

SBPC VAI À ESCOLA

Projeto trabalha educação, comunicação e ciência com alunos da rede

Programa fomenta a autonomia dos estudantes e uma maior proximidade deles com a sociedade

O entusiasmo é fruto do programa “SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência)
O entusiasmo é fruto do programa “SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) -

“Vamos falar sobre a história do colégio, colocar notícias, experimentar formatos, e acompanhar a resposta dos outros alunos”, conta cheia de planos para a rádio da escola, a estudante do Centro Estadual em Educação Profissional Isaías Alves (CEEPIA), Mirela Santana, de 18 anos. O entusiasmo é fruto do programa “SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) Vai à Escola”, que trabalha a relação entre educação, ciência e comunicação com alunos da rede pública de educação do estado.

Entre oficinas práticas para montagem de rádios web, formação sobre comunicação pública, sessões de cinema gratuitas e debates, o projeto fomenta a autonomia dos estudantes, a soberania digital e uma maior proximidade do ambiente estudantil com a sociedade.

Em parceria com o grupo de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias (GEC) da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia (FACED/UFBA), as ações do programa que receberam o título de “Fazendo ciência através da rádio: da produção de conteúdos à comunicação científica”, são realizadas ao longo deste mês e de julho. A montagem de rádios web é uma das atividades principais da iniciativa que vem sendo desenvolvida no Colégio Estadual Luis Rogério de Souza, no Centro Estadual em Educação Profissional Isaías Alves (CEEPIA) e na FACED.

Com minicursos sobre direito à comunicação, produção de roteiros para rádio e comunicação pública; o projeto também possui uma parte mais prática com as oficinas que são pautadas na construção de programas de rádio. É de olho em informar sobre as atividades da escola, mas também produzir conteúdo sobre música e cultura, que a estudante do terceiro ano do ensino médio do Colégio Estadual Luis Rogério de Souza, Layla Almeida, de 18 anos, vê o desenvolvimento da rádio como uma conquista para os alunos.

“Estou amando fazer parte da rádio, porque posso expressar minha forma de comunicação. É um meio importante de dar voz ao aluno e mostrar que não estamos ali só para ficar sentados, ouvindo um professor falar”. Para a professora da Faced, membro da Secretaria Regional da SBPC e coordenadora do projeto, Salete Cordeiro, as ideias de programas vão surgir através da vontade dos estudantes.

“Os programas vão nascer a partir das temáticas que se originam do chão da escola, de cada território, do desejo dos jovens, pois a gente está trabalhando com estudantes do ensino médio. Eles têm muitas demandas de comunicação para dentro da escola e também de produção de comunicação científica para as suas comunidades”, afirma.

Comunicação é desafio

O desafio que a comunicação tem apresentado ao ambiente educacional é a prova da necessidade de um programa como esse na educação básica, explica Salete. “Ele tem uma relevância porque hoje a gente tem esse potencial imenso da comunicação que tá em todos, tá por todos os lados e principalmente está nas mãos das crianças e dos jovens e muitas vezes os professores não sabem o que fazer com isso, não sabem como pensar essa dinâmica que tem causado muitas controvérsias e provocações”.

Essa autonomia dos estudantes é um dos objetivos do projeto, que busca oferecer condições para que eles sejam os protagonistas da iniciativa e pensem na estrutura operacional, burocrática, infraestrutura, produção de conteúdo e outras coisas relacionadas à rádio.

Não é só Layla que ficou inspirada com o desenvolvimento das rádios. Com planos de cursar jornalismo na graduação, a estudante Yasmin dos Santos, de 17 anos, que está no segundo ano do ensino médio no CEEPIA, vê a oportunidade como uma chance de se qualificar. “Já fiz podcasts também e a rádio tem a ver com meu curso de áudio e vídeo. Acho importante aproveitar essa oportunidade para me aproximar da área com que pretendo atuar”, comenta.

Já a também estudante do CEEPIA, Mirela Santana, de 18 anos - no primeiro ano do ensino médio porque deixou o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA) após cursar dois anos - pensa sobre o impacto das rádios web para as escolas.

“Essas rádios podem ajudar no processo para que nós, estudantes, sejamos ouvidos, nossas demandas. Além de ser um espaço para apresentar a escola para o mundo, desenvolver nossos projetos, explorar nossa criatividade e mostrar que o ensino público não é só aquela coisa estigmatizada que as pessoas pensam”.

A professora Ana Cristina do Colégio Estadual Luís Rogério de Souza fala sobre a importância dessa iniciativa para os alunos e para a comunidade ao redor. “Tem transformado a vida desses jovens estudantes que passaram a se engajar na produção dos conteúdos com o olhar de quem vive o cotidiano da comunidade. Assim começam a se perceber enquanto cidadãos e a importância das narrativas locais que não são ouvidas e vistas por outros canais de comunicação”.

Soberania digital

Um dos pontos abordados pelo projeto é a soberania digital através do uso de soluções livres, ou seja, uso de tecnologias que não pertençam a grandes corporações, como Google, Amazon, Facebook, Apple e Microsoft (GAFAM). As rádios web são desenvolvidas no projeto através de software livres, como o Audacity.

“Não é possível a gente continuar com a presença da GAFAM da forma que está na nossa sociedade. Google e Microsoft principalmente dominam a educação pública brasileira e lamentavelmente as próprias universidades. É preciso pensar em soberania digital. Estamos trabalhando na produção de vídeos, transmissão de streaming, sempre com uso de soluções livres”, afirma o professor da Faced, Nelson Pretto.

Ele discorda dos projetos de lei de proibição de celulares em escolas, porque considera que o ambiente estudantil precisa agir para o uso consciente e crítico desses dispositivos. “Proibir não resolve. É nas escolas que esses aparelhos precisam ser usados e criticados. Temos debatido com os alunos a naturalização desses processos”.

Ações levam projeto para além das escolas

Além das ações dentro das escolas, um dos destaques do projeto em Salvador são as ações de movimentação para fora das escolas. Numa parceria com a Saladearte Cinema UFBA acontecerão nos dias 03 e 04 de julho três sessões de cinema seguidas de debates, sempre com entrada gratuita até a lotação da sala que fica no Cinema UFBA, no Vale do Canela. Além disso, no dia 05 de julho acontece o debate sobre "Inteligência Artificial e a atual divisão internacional do trabalho", no auditório do Instituto Anísio Teixeira (IAT). Ambas as iniciativas são abertas ao público geral.

A professora da Faced, Salete Cordeiro, ressalta a importância das atividades fora do ambiente escolar. “É super importante porque a formação dos jovens não se dá somente dentro da escola, dentro da sala de aula, mas deve extrapolar. Os jovens têm direito de ocuparem todos os equipamentos públicos, e no caso do cinema, proporcionar aos estudantes de se aproximarem da ciência através dessa linguagem tem um potencial que envolve várias dimensões formativas”.

No dia 3 de julho, às 15h, o filme assistido e debatido será “Estrelas além do tempo”, que conta da contribuição crucial de mulheres afro-americanas na ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Outro filme, este no dia 04, às 14h, é “Arábia”, que retrata as dificuldades e esperanças da classe trabalhadora, explorando temas como dignidade, sobrevivência e autodescoberta. Para fechar a trinca, também no dia 04, às 18h, o longa “Bicentenário da Independência: Heróis e Heroínas da Liberdade”, que conta a história da independência do Brasil e da Bahia. Após todas as exibições acontecerá uma discussão sobre o filme.

Já o debate sobre inteligência artificial e trabalho acontece no dia 05 de julho, às 14h. Com a presença do conferencista e professor Sérgio Amadeu da Silveira, da Universidade Federal do ABC, sendo seus debatedores as professoras Karina Menezes, da FACED/UFBA e integrante Raul Hacker Club, Tania Hetkoski, professora da Uneb e secretária regional da SBPC e Rita Fernandes, da Faculdade de Medicina da Bahia. A coordenação do debate será da professora da Faced, Salete Cordeiro, que indica o potencial da experiência para os alunos.

“São diversas linguagens acadêmicas às quais os estudantes vão tendo experiência de vivenciar. A chance de poder se manifestar nesses espaços públicos, fazendo perguntas, se posicionando, dando sua opinião, proporciona um aprendizado de cidadania ímpar. Outro fator é que tendo a oportunidade de estar em outros ambientes fora da escola eles têm a chance de explorar um pouco mais a cidade que habitam, conhecer os espaços públicos que eles têm direito de usufruir”.

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