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EDUCAÇÃO

Sempre em frente: Bahia avança no Ideb pela terceira vez

Entre os destaques do Ideb está o Colégio Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas

Por Redação

19/12/2024 - 3:00 h
Colégio Indígena Capitão Francisco Rodelas teve o melhor resultado
Colégio Indígena Capitão Francisco Rodelas teve o melhor resultado -

A Bahia deu um salto significativo na qualidade do ensino e da aprendizagem. De acordo com os dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que mede o desempenho dos estudantes em exames de larga escala, a rede estadual de ensino avançou pela terceira vez consecutiva, registrando, em 2023, um índice de 3,7 com relação ao desempenho dos colégios de Ensino Médio estadual. O dado resultou no avanço da 24ª para 18ª posição no ranking nacional, destacando-se como o 11º estado que mais avançou em termos de aprendizagem.

Entre os destaques do Ideb, divulgado pelo Ministério da Educação (MEC), está o Colégio Estadual Indígena Capitão Francisco Rodelas, situado na Aldeia Mãe do Povo Tuxá, no município de Rodelas.

A escola teve o melhor desempenho entre as escolas indígenas de ensino médio do país, com a nota 5,3. A unidade, que oferta todas as etapas da Educação Básica, também apresentou um bom desempenho, tanto nas séries iniciais (nota 5,4), como nas séries finais (nota 6,3) do ensino fundamental.

Os colégios que atendem estudantes de faixas socioeconômicas mais baixas foram os que tiveram dados mais elevados. Entre 2019 e 2023, as escolas pertencentes às faixas 1 e 2, que representam os menores níveis socioeconômicos, registraram os maiores crescimentos, com aumento de 10,6% e 11%, respectivamente.

O bom resultado é fruto dos investimentos na educação baiana focados na estrutura física, na valorização do quadro profissional, nas políticas públicas que vêm sendo adotadas para assegurar o acesso e a permanência dos estudantes na escola.

A secretária Rowena Brito fala que o trabalho é contínuo e espera avançar ainda mais nas próximas avaliações. “A Bahia tem feito o esforço de avançar nos indicadores de aprendizagem. O Ideb é um desses indicadores e a gente almeja avançar sempre. A nossa expectativa agora é como o IDEB de 2025, porque a gente faz a prova no ano que vem para o resultado sair em 2026. Tem uma motivação na rede, os professores estão engajados e motivados. Semana passada entregamos o Prêmio de Gestão da Aprendizagem, com uma boa participação de diretores das escolas. Premiamos pelo envolvimento desses gestores por terem esse olhar com a aprendizagem porque o nosso foco e a nossa tarefa é garantir a aprendizagem dos nossos estudantes.”, pontuou a gestora.

Para alcançar o alto índice de participação nas provas, a SEC adotou uma série de estratégias envolvendo, desde atividades de recomposição da aprendizagem, com o uso de plataformas digitais, à realização de aulões e simulados, além da valorização da carreira do magistério público estadual.

Também merecem destaque o trabalho de busca ativa por estudantes que deixaram de frequentar as aulas, a ampliação da oferta de transporte da alimentação escolar de qualidade. Essas iniciativas foram essenciais para a redução do abandono escolar, que caiu de 11,5%, em 2021, para 5% em 2023.

Prêmio Ideb

Como reconhecimento pelo avanço na qualidade da Educação e às boas práticas pedagógicas aplicadas pelas unidades escolares e nos Núcleos Territoriais de Educação (NTEs), a SEC criou o Prêmio Ideb, com valor estimado em R$ 10 milhões.

Ao todo, 288 unidades escolares, distribuídas entre os 27 NTEs, foram premiadas por seus avanços na proficiência e no fluxo.

O Prêmio foi distribuído da seguinte forma: R$ 500 mil divididos igualmente entre os NTEs com, pelo menos, uma escola que tenha cumprido a meta do Ideb.

As escolas que atingiram suas metas receberam, juntas, R$ 9,5 milhões, repartidos de maneira igualitária. Sendo 40% destinados a iniciativas propostas pelos professores, como participação em eventos educacionais e execução de projetos. Os outros 60% foram investidos em melhorias de infraestrutura tecnológica e aquisição de equipamentos e mobiliário.

Parceria entre estado, municípios e União fortalece alfabetização

Na Bahia, a alfabetização segue sendo uma prioridade. Uma série de iniciativas estão sendo implementadas, em colaboração com o governo federal e os municípios, para garantir que a educação alcance todas as camadas da população. Uma dessas ações é a distribuição para os municípios do kit didático complementar do Compromisso Nacional da Criança Alfabetizada (CNCA), do governo federal.

O material é personalizado com identidade visual e textos adequados à linguagem e ao contexto dos alunos baianos, visando aprimorar as práticas pedagógicas na alfabetização.

O regime de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios é uma das iniciativas para o fortalecimento da alfabetização. Através da Rede Nacional de Articulação de Gestão, Formação e Mobilização (Renalfa) são implementadas ações de formação continuada de educadores; melhoria em infraestrutura física; gestão e acompanhamento dos processos pedagógicos; avaliação e reconhecimento de boas práticas em parceria com as secretarias municipais de educação.

A estratégia tem como foco assegurar que estudantes estejam alfabetizados ao final do 2° ano do ensino fundamental, além de recompor aprendizagens, com ênfase na alfabetização de crianças matriculadas no 3°, 4° e 5° anos.

Para Manoel Calazans, assessor especial da SEC, as estratégias dos governos Federal e Estadual para manter os estudantes na escola, os incentivos pedagógicos, a formação dos profissionais e a colaboração com os municípios são fundamentais para a Bahia combater o analfabetismo, reduzir a evasão escolar e garantir a alfabetização na idade apropriada. “Embora o pacto federativo determine que os municípios são responsáveis pela educação infantil e ensino fundamental 1 e 2, e o Estado, prioritariamente, pelo ensino médio, sem um regime de colaboração entre estados e municípios, a criança que não for alfabetizada no tempo adequado chegará ao ensino médio com dificuldades cognitivas para acompanhar o conteúdo. Por conta disso, o estado fica atento ao que acontece no âmbito municipal, articulando as ações no campo da alfabetização”, esclarece.

Calazans também chama atenção para a importância dos programas de assistência estudantil. “As políticas públicas de permanência do estudante são muito importantes na redução do analfabetismo. A Secretaria de Educação do Estado tem grandes programas, a exemplo do Bolsa Presença. Trata-se de uma bolsa para que os estudantes e a família tenham uma renda extra, mantendo os filhos na escola e, assim, diminuindo as taxas de analfabetismo. Considero que o governo federal, o estado e os municípios precisam desse alinhamento para fortalecer a alfabetização na idade certa” concluiu.

Este ano, o Estado ampliou a oferta de vagas para a modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA), que é voltada para pessoas com idade acima de 18 anos e não concluíram os estudos na idade certa. Foram 141 mil vagas em 773 unidades escolares, o que significa 30 mil vagas a mais em comparação ao ano passado, sendo que 25.235 delas são em Salvador. Em julho de 2024, o governo do estado anunciou a ampliação do projeto, com investimento de mais de R$ 22 milhões para a criação de 450 turmas em 40 municípios.

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