EMPREGOS & NEGÓCIOS
Brasil já ocupa a terceira posição no mercado de estética
Setor movimenta R$ 48 bilhões por ano no país e é uma oportunidade para quem quer empreender
Por Joana Lopes

O setor de estética e cuidados pessoais no Brasil segue em expansão acelerada, consolidando-se como um dos mais promissores tanto em faturamento quanto em oportunidades para novos empreendedores. O Euromonitor International aponta que o setor já movimenta cerca de R$ 48 bilhões por ano, colocando o Brasil na terceira posição entre os principais mercados globais de beleza e cuidados pessoais. Em outra frente, a consultoria Mordor Intelligence estima que o mercado brasileiro deve movimentar US$ 41,6 bilhões (cerca de R$ 225 bilhões) até 2028, mantendo o país como o terceiro maior do mundo na área de estética, atrás apenas de Estados Unidos e China.
Para quem deseja aproveitar o bom momento e empreender na área, o mercado de estética oferece oportunidades promissoras — mas também exige preparo. Segundo Leandro Ramos, CEO da Eh Medical, referência em distribuição de tecnologia para saúde e estética, o setor demanda formação sólida, bons equipamentos e foco no atendimento ao cliente.
“O primeiro passo para ingressar na estética com segurança e sucesso é investir em capacitação de qualidade”, orienta Ramos. Ele recomenda buscar cursos profissionalizantes reconhecidos, além de especializações em nichos como tratamentos faciais, corporais e estética avançada. “Quem domina uma técnica específica e oferece resultados consistentes tende a se destacar”.
Além do conhecimento, investir em equipamentos modernos e certificados é essencial. “Aparelhos de qualidade aumentam a eficácia dos tratamentos e reforçam a credibilidade do profissional”, afirma o executivo. Ele ainda alerta para a importância de fornecedores confiáveis e suporte técnico eficiente, que garantem a durabilidade dos equipamentos e evitam interrupções no atendimento.
Por fim, o atendimento humanizado e personalizado é outro diferencial competitivo. “Explicar o passo a passo dos procedimentos, ouvir o cliente e criar vínculos genuínos ajudam a construir uma base fiel de pacientes”, destaca Ramos. Programas de fidelidade, condições especiais e um ambiente acolhedor também fazem diferença na experiência do cliente e na sustentabilidade do negócio.
Daniela Barros, fisioterapeuta e biomédica, conhece bem essa jornada. Formada há 15 anos em fisioterapia, ela se especializou em uma área pouco conhecida até então: a fisioterapia dermatofuncional. Passou a trabalhar com a reabilitação de pacientes queimados e em tratamentos pós-cirúrgicos, com recuperação e cicatrização da pele. “Comecei a empreender com um consultório de 7 m² e meu carro era praticamente um consultório ambulante também. Em menos de um ano, tive que atender em duas salas, e o negócio foi crescendo”, conta ela, dona da clínica Nudik.
Investir em inovação
Por cinco anos, ela conciliou o atendimento aos pacientes com as funções administrativas da empresa, sem sequer uma secretária. “Economizada para investir em tecnologia e comprar máquinas de ponta, que eu parcelava em 24 ou 36 vezes”, lembra Daniela, que há um ano levou a Nudik para um casarão de três andares no Rio Vermelho, onde conta com 12 colaboradores.

Como mulher negra, Daniela sempre entendeu que muitos profissionais não estavam preparados para cuidar de peles como a sua. Então, inspirada pela própria busca por cuidados adequados, passou a desenvolver protocolos personalizados para tratar manchas, acne e realizar depilação a laser com segurança em peles negras. Sempre atenta às novidades de um mercado em que novidades surgem constantemente, ela participa frequentemente de congressos, mas avalia a aplicabilidade das inovações em seu público. “Tem muitas coisas que parecem tendência, mas são releituras de tratamentos antigos. E tem muita coisa que não condiz com a realidade das pessoas que vivem no clima de uma cidade como Salvador, por exemplo. Eu trago o que faz sentido para meus pacientes”, pondera.
“Nem tudo que vem surgindo no mercado é bom”, concorda Indira Ayama, biomédica e dona da clínica Harmonir e do Instituto Indira Ayama, que oferece cursos em estética avançada. Ela dá aulas na área desde 2018 e, há quatro anos, abriu a clínica: “É um setor muito rentável, mas exige um alto investimento em capacitação, tecnologias, aparelhos e certificações sanitárias”, ressalta. Para ter sucesso no negócio, Indira, que não tinha referência de empreendedores na família ou entre amigos, recomenda planejar com cautela cada passo do negócio, sem pular etapas. “Não compare sua trajetória com as do demais”.
Para investir nesse mercado, o casal Viviane e Maurício Capela apostou em uma franquia. Há três semanas, eles inauguraram uma unidade da Botolifting na Barra. Ela, dentista, e ele, engenheiro de software, queriam empreender em um setor promissor.

“A estética é uma das áreas que mais cresce, mesmo em tempos de crise. Optamos por uma franquia porque ela oferece bastante suporte. A equipe da marca veio fazer treinamentos da clínica em nossa semana de inauguração”, conta Viviane. Ela menciona o longo processo burocrático para obter as licenças necessárias como um dos desafios iniciais, mas está otimista e já estuda novos aparelhos, tratamentos e tecnologias nesse mercado que tem feito brilhar os olhos dos pequenos empreendedores.
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