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EMPREGOS & NEGÓCIOS

Busca de brasileiros por nível superior fora do país cresce até 14%

Salão do Estudante acontece em Salvador e baianos podem tirar o sonho do intercâmbio do papel

Por Mariana Bamberg

08/10/2023 - 7:00 h
Milena tem apenas 24 anos, mas já fez três intercâmbios
Milena tem apenas 24 anos, mas já fez três intercâmbios -

A ideia de estudar ou trabalhar no exterior, conquistar uma bagagem internacional e usar isso para turbinar o currículo seria o melhor dos mundos para muitos jovens e adultos. Mas a quantidade de informações, de etapas burocráticas e a preocupação com os custos acaba, muitas vezes, fazendo com que o intercâmbio não passe de um sonho. Na próxima terça-feira, acontece em Salvador um evento que promete ajudar a tirar esse plano do papel. É o Salão do Estudante, que reúne mais de 100 instituições de ensino de diferentes países e uma programação especial com palestras de representantes dessas universidades, de consulados e de estudantes que já estudaram fora.

Essa é a segunda edição anual do salão e já aconteceu, na última semana, em Brasília e Rio de Janeiro. Agora, além de Salvador, Curitiba, Belo Horizonte e São Paulo recebem o evento, que é considerado o maior em educação internacional da América Latina. Na capital baiana, o Fiesta Convention Center será, das 15h às 18h30, o destino dos estudantes em busca de um intercâmbio. Segundo Priscilla Gomes, diretora de eventos da Business Marketing Internacional (BMI), empresa organizadora do salão, Salvador foi escolhida por ter um mercado de trabalho competitivo.

“A busca por intercâmbio tem crescido cada vez mais, principalmente por causa do mercado de trabalho, que está cada vez mais competitivo. Antigamente, um segundo ou terceiro idioma era importante para se destacar, mas hoje em dia não é só isso. Hoje em dia é preciso uma experiência internacional e um curso de graduação fora é o que vai fazer diferença no mercado de trabalho”, afirma a diretora.

Uma pesquisa realizada pela própria BMI apontou que, entre 2019 e 2022, houve um crescimento de 14% nas buscas por cursos de graduação fora do país e 12% para pós-graduação no exterior. O país mais buscado continua sendo os Estados Unidos, seguido de Canadá e Portugal. Segundo Priscilla, a preferência por terras norte-americanas se justifica pela quantidade de opções: são mais de 5 mil instituições de graduação e pós-graduação. Já o destino português tem despertado interesse dos brasileiros desde que universidades do país passaram a aceitar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) como forma de ingresso. Além deles, França, Reino Unido e até Turquia também terão representantes no Salão do Estudante.

“Cada país tem sua regra de estudo. Os próprios representantes das universidades que vão estar presentes podem tirar essas dúvidas. O consulado dos EUA, por exemplo, estará presente dando palestra sobre como tirar o visto de estudante, que é um visto especial. É muito importante pesquisar, conversar com profissionais da área, para saber qual a regra de cada país, saber que existem vistos diferentes, mas não é tão complicado quanto parece. Existem muitas opções [de países], valores, de cursos e valor”, explica.

A baiana Milena Lopes tem apenas 24 anos, mas já fez três tipos de intercâmbios diferentes. O primeiro deles foi em 2019, quando saiu de Salvador, onde cursava jornalismo, para fazer um semestre do curso em Portugal. A escolha dela foi a Universidade da Beira Interior, em Covilhã, cidade no interior português. Foi a primeira experiência internacional da jovem e abriu caminhos para outras: um intercâmbio de idiomas em 2021, quando ela estudou espanhol na Argentina, e um outro de voluntariado no Chile, neste ano.

Experiência que agrega

“Toda experiência fora do nosso país nos tira da nossa zona de conforto, então agrega de alguma forma. Só de agregar no nosso lado pessoal, já muda alguma coisa no lado profissional. No meu intercâmbio de voluntariado, por exemplo, trabalhei na recepção de um hostel, algo que eu não faria em Salvador e que teoricamente não tem nada a ver com minha área. Mas ali já ganhei uma experiência em lidar diretamente com o público, em outros idiomas e em tirar dúvida de viajantes, que agora tem muita relação com o que eu faço”, conta Milena.

Hoje Milena trabalha escrevendo para um site de viagens. Lá, fala sobre turismo, dá dicas e tira dúvidas de viajantes. Para ela, não há dúvidas de que as três experiências fora de seu país foram decisivas em sua formação profissional. De Portugal, a baiana tem certeza que voltou menos tímida, mais independente e confiante. E, além disso, pôde colocar em seu currículo matérias que não existem na grade curricular de seu curso no Brasil e o nome da universidade onde lecionam referências bibliográficas de sua área. Já na Argentina, recebeu, após um mês, um diploma de nível intermediário em espanhol, o que levaria meses para conseguir em um curso de idiomas em Salvador.

Professor e diretor de ESG da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-BA), Paulo Henrique Oliveira explica que uma experiência como um intercâmbio consegue desenvolver tanto habilidades comportamentais e sociais, quanto aptidões técnicas, mais específicas de cada profissão. Para ele, cursos das áreas de negócios e comunicação – como administração, contabilidade, Relações Públicas, Marketing e engenharias – e os de saúde costumam ser os que proporcionam ganhos mais efetivos aos estudantes com uma temporada fora do país.

“O sistema de saúde funciona de formas diferentes em cada país. Só do estudante conhecer esses sistemas já é um ganho muito grande. Para aqueles da área de negócios, de relação cultural e comunicação, o estudante vai conhecer novas formas de fazer empresa, de comunicar. Ele vai desenvolver sociabilidade, criatividade, administração de tempo, capacidade de adaptação e isso, para um mercado de trabalho que muda o tempo todo e para uma profissão que é menos operacional e mais de liderança, é fundamental”, afirma.

Para Oliveira, os estudantes estão mais engajados na busca por experiências de estudo fora do país, “o maior acesso à informação tem despertado esse desejo e essa curiosidade”. Mas ele acredita que ainda há muito a se avançar nos programas e mecanismos de intercâmbio e na desmistificação de que estudar fora é uma realidade muito distante.

Milena, por exemplo, precisou ir atrás de muita informação para cada um dos seus intercâmbios. No início da graduação, contou a seu favor o fato de sua faculdade ter um escritório específico para intercâmbios e parcerias com instituições de outros países. Ela conseguiu, por exemplo, não pagar pela universidade portuguesa e continuar apenas com a mensalidade de seu curso em Salvador. Já para o intercâmbio de idiomas, ela conta que deixou seus dados em diversas escolas argentinas até que recebeu uma proposta de seleção para bolsa de 50% e ganhou.

Para ela, existem opções para todos os bolsos e objetivos. A baiana foi parar no interior de Portugal justamente porque era mais em conta se manter do que em Lisboa ou Porto. E ela não se arrepende disso. Argentina e Chile também foram escolhidos por conta da vantagem do real sobre as moedas locais. Já no voluntariado, trabalhou em um hostel para economizar na hospedagem, que seria, segundo ela, um dos maiores custos da viagem. “Nenhum destino é invalido, todos vão contribuir de alguma forma”, opina a jovem.

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