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EMPREGOS & NEGÓCIOS

Parceria no amor e nos negócios

Na véspera do Dia dos Namorados, falamos com casais que unem afeto e um sonho empreendedor

Por Laura Pita*

07/06/2025 - 4:02 h | Atualizada em 07/06/2025 - 22:25

Empreender é transformar ideias em ação para gerar valor em diversas áreas da vida. Apesar dos desafios, o caminho se torna mais leve quando é percorrido com parceiros que compartilham os mesmos ideais. E se esse parceiro for também seu amor? Quando a relação une afeto e um sonho empreendedor, surge uma oportunidade única de crescimento conjunto, colaboração e fortalecimento mútuo. Foi assim que, mesmo diante de obstáculos, os casais Verônica Dourado e Tiago Dias, do foodbike “Ôh, Farofeiro”, Arthur Lima e Igor Leo Rocha, da plataforma “Afrosaúde”, e Jéssica e Leonardo Owadokun, advogados criadores do perfil “Os seus advogados”, transformaram o vínculo afetivo em alicerce para seus negócios.

Jéssica e Leonardo, após se formarem em direito entre 2012 e 2013, começaram a orientar empreendedores sobre o uso estratégico das ferramentas jurídicas e, em 2020, migraram para o digital com a criação da página nas redes sociais “Os seus advogados”. Em 2019, Arthur e Igor fundaram a Afrosaúde, plataforma que conecta pacientes e profissionais negros de saúde e bem-estar, unindo o conhecimento de Arthur na área da saúde à visão estratégica de Igor, com foco em representatividade e impacto social. Já Verônica e Tiago criaram, em 2019, a “Ôh, Farofeiro”, foodbike de espetinhos artesanais para eventos, após mudanças profissionais - ela assumiu a gestão do negócio e ele, projetista de móveis, contribuiu com a estrutura e inovação, somando forças para empreender em parceria.

Os casais têm algo em comum: a clareza na divisão de tarefas e o reconhecimento das habilidades individuais guiam o sucesso de seus negócios. “Quando não se define com clareza as funções e habilidades de cada um, surgem dificuldades”, destaca Rosângela Gonçalves, gestora estadual do Programa Sebrae Delas e do Programa Plural, do Sebrae Bahia. Para isso, Jéssica e Leonardo recomendam: “avaliem as habilidades que o outro tem e construam a confiança no trabalho do outro”.

Arthur e Igor também sugerem definir por escrito as habilidades de cada um, além de outras informações importantes para a parceria profissional. “Coloquem tudo no papel, não para engessar a relação, mas para protegê-la. Escrevam quem faz o quê, como serão as decisões, a divisão dos lucros e o que fazer diante de mudanças. Chamem isso de ‘acordo de sócios’, mesmo sem investidor. Isso evita que pequenas fricções virem mágoas. Reservem também um momento semanal para falar sobre expectativas e emoções - metas abafam sentimentos, e ignorá-los cobra caro. A empresa é um projeto, mas o casal é a razão de ser”.

Entre os elementos essenciais a serem discutidos, as finanças da empresa muitas vezes são deixadas de lado. “Finanças são um tema sensível tanto na gestão de empresas quanto nos relacionamentos, e quando esses dois universos se encontram, a complexidade aumenta. É necessário construir um planejamento financeiro sólido. Um ponto essencial é, desde o início, se possível, separar as finanças. O que é dinheiro da empresa fica na empresa; o que é do casal, fica com o casal. Pode até ser difícil no começo, mas é importante criar esse hábito o quanto antes para garantir uma gestão financeira mais saudável”, recomenda Rosângela.

Ao abordar esses e outros temas, discordâncias e brigas eventualmente vão surgir. Consequentemente, o casal deve encontrar maneiras de lidar com a opinião do outro sobre os negócios, como salientam Jéssica e Leonardo. “Hoje, partimos da premissa que somos nossos principais aliados e, nessa condição, precisamos fazer a sociedade conjugal e empresarial darem certo. Isso faz com que a discordância do outro não seja vista como um ataque, mas como um ponto de vista para ser avaliado. Mas, até atingirmos essa clareza, a comunicação é um grande desafio. Porque todo mundo acredita que está fazendo da ‘melhor forma’ e a sua ‘melhor forma’ não necessariamente é a do outro”.

Além de encontrar o melhor jeito para se comunicar, outro elemento importante para a saúde afetiva do casal é o tempo de qualidade para o romance. “A gente fica quase o dia inteiro juntos, mas não são 24 horas como casal. Muitas dessas horas são como sócios. Então, não dá para confundir. Não é porque estamos juntos o tempo todo que estamos de fato vivendo como casal. Estar junto para curtir, para aproveitar um ao outro como marido e mulher é diferente de estar junto falando de negócio, fazendo compras, produzindo, vendo treinamento, fechando com clientes… São categorias diferentes, e é preciso ter esse cuidado”, afirmam Verônica e Tiago.

Equilibrio e confiança

Com atenção para equilibrar a vida de casal com as tarefas que os negócios impõem, Arthur e Igor concluem que empreender com seu parceiro amoroso pode apresentar vantagens significativas. “A confiança que nasce de compartilhar sonhos e cotidiano acelera tudo: decisões estratégicas fluem, ideias amadurecem com franqueza e o propósito comum dá coesão à cultura da nossa relação. A gente sente isso na prática, onde a gente consegue se entender somente com um olhar. Essa intimidade permite que cada um brilhe na sua especialidade e os interesses se entrelaçam, fazendo com que o projeto avance alimentado por valores alinhados e complementaridade genuína: um equilíbrio delicado, mas fortalecedor”.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló

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