EMPREGOS & NEGÓCIOS
Pequenos empreendedores festejam lucros com o Carnaval de Salvador
Negócios ligados a moda e beleza, além de turismo, alimentos e bebidas, comemoram período
Por Joana Lopes

A movimentação econômica do Carnaval 2025 deverá se aproximar dos R$ 1,8 bilhão, de acordo com o Observatório do Turismo da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Secult), e não são só as grandes marcas que irão aumentar o faturamento. A festa também é uma oportunidade para pequenos negócios, especialmente aqueles ligados à moda e beleza, além de turismo, alimentos e bebidas.
“As indústrias têxteis situadas na capital são responsáveis pela fabricação de boa parte dos abadás, e, seguindo neste contexto, percebemos que a cadeia inclui também as indústrias de estamparia, comércio de vestuário e acessórios e serviços. As customizações de abadás são muito requisitadas neste período e gera aumento de faturamento em todos os setores envolvidos”, afirma Marcia Brandão, gestora de Moda e Cadeia de Serviços Industriais do Sebrae Bahia.
Naama Rodrigues, dona da marca Laços de Flor, que está no mercado há 11 anos, é uma das empreendedoras que compõem esse cenário. Ela começou fazendo lacinhos para o cabelo da filha e logo outras mães da escola dela quiseram comprar os acessórios. “Decidi, então, fazer cursos de empreendedorismo e abrir um ateliê de acessórios e fantasias infantis. Em datas especiais, como São João, comecei a criar looks ‘tal mãe, tal filha’, com conjuntos combinando entre adultos e crianças”, conta. Com o sucesso do negócio, ela passou a fazer também adereços para o Carnaval, como fantasias, ombreiras, brincos e tiaras, tudo costurado à mão.
“Faço o que a cliente quer, sob medida e personalizado, e envio para todo o Brasil. O primeiro semestre sempre é o melhor período de venda”, diz ela. A procura é tanta, que Naama conta com o serviço temporário de algumas costureiras para fabricar cerca de 400 peças só para a folia. “Este ano, decidi buscar parceria em algumas lojas para vender as peças. Assim, consigo chegar em outros públicos”, relata.
O costureiro e figurinista Caio dos Santos também aproveita o período para aumentar a renda. Há quatro anos, ele começou a bordar fardas de fanfarras, como já tinha o material para as peças, passou a customizar abadás e criar roupas para a festa. Hoje, a procura por suas fantasias e conjuntos feitos com paetês, rendas e pedrarias começa meses antes da folia, nas redes sociais. “Como eu sempre participei das fanfarras, acabo sendo garoto propaganda das minhas próprias criações.
É interessante pensar parcerias (...) O segredo é equilibrar o tripé investimento, produção e lucro
Quem me vê na rua já pergunta de onde é a roupa e quanto custa”, ri. Graças ao sucesso das fotos no Instagram, Caio passou a oferecer, desde o ano passado, seus serviços de customização de abadás em shoppings da cidade.
Para aproveitar o aumento da demanda durante esse período, os empreendedores devem apostar no planejamento e se atualizar em relação às tendências de mercado. “É interessante pensar parcerias estratégicas e colaborações com os produtores e fornecedores locais. Em resumo, o segredo é equilibrar o tripé investimento, produção e lucro”, afirma Marcia Brandão.
A trancista e hair stylist Marília Aragão segue à risca essas orientações. Empreendedora desde 2018, ela tem um ponto de atendimento no Salvador Norte Shopping e diz que o Carnaval “é um período super importante” para quem tem negócios no setor de beleza. “Conseguimos um lucro que garante a sobrevivência do negócio nos meses seguintes, que têm menor movimento, até o São João.”
Conquistar clientes
Marília destaca que a folia é o momento de aumentar a cartela de clientes, já que tem pessoas que aproveitam o clima festivo para investir em tranças coloridas ou fazer penteados diferentes. “Para se preparar para o aumento da procura, é importante estar atenta às tendências de beleza para o Carnaval, fazer um estoque mínimo de material, sem gastar o que não tem, e treinar agilidade e penteados criativos”, recomenda.
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Na sua área, ela diz que é importante ter um portfólio. Para quem está começando, sua dica é realizar pequenas promoções antes da festa e fazer fotos e vídeos dos cabelos dos clientes para compor esse currículo visual.
No caso dos negócios que dependem financeiramente de épocas festivas, é essencial implementar estratégias que maximizem o lucro para garantir sustentabilidade ao longo do ano, como explica Marcia Brandão. “É importante estudar as vendas anteriores para identificar padrões de consumo e prever a demanda para dimensionar o estoque seguinte. O empreendedor também deve mapear eventos similares ao longo do ano para ampliar o portfólio e expandir o negócio”, orienta a especialista do Sebrae. Ela acrescenta que fazer a reserva de capital para cobrir as despesas durante os meses de baixa também é essencial. Assim, a empresa conseguirá chegar com saúde financeira até os próximos carnavais.
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