ENTENDA A CIRURGIA
Câncer da Preta Gil: Médico explica amputação do reto e elogia cantora
Especialista detalha ao Portal A TARDE cirurgia e revela como ocorre a recuperação
Por Luiz Almeida e Bianca Carneiro
Preta Gil emocionou o Brasil mais uma vez com um relato forte dado na televisão. A cantora revelou ao Fantástico, neste domingo, 8, que passou por uma cirurgia para remoção do reto, a parte final do intestino grosso.
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O Portal A TARDE conversou com o médico coloproctologista Isaac José Felippe Corrêa Neto sobre o procedimento enfrentado pela filha de Gilberto Gil. Ela passou por uma "amputação abdominoperineal do reto", que, segundo o especialista, "consiste na ressecção de todo reto, canal anal e orifício do ânus".
"O local habitual do orifício anal fica ocluído e o paciente passa a necessitar de uma colostomia terminal e definitiva. Nesses casos, o cólon do lado esquerdo fica exteriorizado na pele da parede abdominal e as evacuações passam a ocorrer exclusivamente por essa via", afirmou.
Neto destacou que a recuperação de uma cirurgia deste tipo depende da cicatrização da ferida perineal, mas garantiu que, "normalmente, por não haver suturas intestinais na cavidade abdominal, não oferece grandes riscos".
E quem passa pela cirurgia de remoção do reto? Isaac José Felippe Corrêa Neto disse que "pacientes com adenocarcinoma de reto distal com acometimento dos músculos envolvidos na continência anal, denominados esfíncter anal externo e puborretal, são candidatos ao procedimento realizado".
"Isso pode ocorrer como primeira opção em alguns casos ou em situações de recidiva do adenocarcinoma de reto baixo como o da Preta Gil", sinalizou o médico.
Médico elogia decisão de Preta Gil
Ao Portal A TARDE, o médico do Grupo Fleury afirmou que os pacientes acabam tendo a qualidade de vida comprometida em função da cirurgia: "Há a necessidade permanente e para a vida toda do uso de colostomia com a evacuação ocorrendo exclusivamente pelo intestino que é exteriorizado através da parede abdominal e fixado na pele do abdomen, comumente a esquerda", explicou.
Neto também destacou que entre os incômodos dos pacientes após o procedimento está o fato de não conseguir controlar a eliminação de gases e fezes pela colostomia. Para amenizar a situação, podem ser utilizados mecanismos com bolsas coletoras dotadas de odores e também lavagem pela via da colostomia.
"Com os cuidados e aprendizagem, existem pacientes que lidam muito bem com a colostomia e até frequentam praias sem grandes impactos nas relações sexuais", falou.
O especialista ainda elogiou a famosa, pois o procedimento é um tabu: "Lida profundamente com a intimidade do paciente e extirpa o ânus com necessidade de uso de colostomia para o resto da vida. A atitude da Preta Gil é louvável pois, além de expor o problema, pode servir para toda população sobre a cirurgia, tratamento do câncer recidivado e uso de colostomia".
"Além disso, pode contribuir para que a população e os profissionais de saúde se atentem para o rastreamento do câncer colorretal e de canal anal com a realização de uma história clínica adequada e exame físico-proctológico, pois tumores do reto distal (corresponde a cerca de 10% dos cânceres colorretal) podem ser diagnosticados através do exame físico-proctológico", concluiu.
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