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INSPIRAÇÃO

Indústria que avança: 12 cases de sucesso do setor

Negócios apostam na inovação para o crescimento no mercado

Por Da Redação

25/05/2024 - 0:00 h | Atualizada em 25/05/2024 - 0:32
Imagem ilustrativa da imagem Indústria que avança: 12 cases de sucesso do setor
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Reconflex cresce e fortalece os valores

É quase impossível pensar na Reconflex sem associar à marca ao casal Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli. A fábrica de colchões localizada em Santo Antônio de Jesus tem uma longa parceria com o casal, por acreditar que os artistas expressam os valores da empresa.

“Essa é mais uma longa e grande parceria de sucesso da empresa. Escolhemos a Bruna e o Riccelli porque acreditamos que eles representam muito dos nossos valores. Juntos há muitos anos, sempre muito discretos, construíram uma família e carreira muito sólidas, compartilham de bons hábitos de saúde e transmitem uma energia maravilhosa, são muito queridos e especiais para todos nós”, explica a diretora de marketing, Thayse Mendonça.

“O nosso último trabalho com a Bruna foi bem recente. Em abril deste ano (2024) lançamos o BBSILK, nosso travesseiro, que é mais um aliado na rotina de autocuidado das mulheres, e ninguém melhor do que a Bruna para falar de beleza, saúde e bem-estar”, resume a diretora.

A Reconflex foi fundada em 1993, em Santo Antônio de Jesus, a cerca de 108 quilômetros de Salvador, em uma área de 3.000 m² e com aproximadamente 15 funcionários. Hoje, a matriz ainda está localizada em Santo Antônio de Jesus, mas mudou de endereço e cresceu bastante, ocupando uma área com 60.000 m². Há uma filial em Caruaru (Pernambuco), com 55.000 m² de área. A empresa tem 550 colaboradores diretos.

Empresa familiar, os fundadores continuam até hoje na liderança da empresa, mas agora contam com o apoio da segunda geração. “Iniciamos produzindo apenas colchões de espuma. Com o passar do tempo, e o investimento em novas tecnologias, avançamos na fabricação de colchões de molas, colchões conjugados, bases para colchões e travesseiros. Sempre atentos às mudanças de mercado e novidades do setor, para oferecer o melhor em qualidade de sono.

A Reconflex hoje tem um mix bem extenso: colchões com uma diversidade de molejos, espumas especiais e tecidos de alta tecnologia, para atender às necessidades de conforto individuais de cada cliente; diferentes tecnologias de travesseiros, como por exemplo, látex natural com seda pura, espuma viscoelástica, fibra siliconada, dentre outros modelos.

Que fatores levaram a Reconflex ao sucesso? “Sempre mantemos em mente que nosso negócio é muito mais amplo do que parece, já que tudo relacionado ao sono envolve qualidade de vida, bem-estar e saúde. O desenvolvimento de produtos é pensado para utilizar tecnologias que permitam um sono de mais qualidade, e entendemos que isso é cada vez mais relevante, já que infelizmente ainda vivemos numa sociedade que está apenas começando a valorizar um sono de qualidade”, explica Thayse.

“Fora isso, o fato de ser uma empresa familiar faz com que não tenhamos visão de curto prazo. Tudo que se faz aqui é pensando nas próximas décadas, e não no próximo mês. Isso faz com que tenhamos relações fortes e duradouras com clientes, fornecedores e consumidores finais. Por último, a equipe que temos é de excelência e sempre fez toda a diferença na construção desses relacionamentos e da marca”, resume a diretora de marketing.

Teiú diversifica a produção e amplia a eficácia logística

Fundada em 1957, na cidade de Vitória da Conquista, localizada a cerca 517 km de Salvador, a fábrica de produtos de limpeza Teiú diversifica a produção e amplia a eficácia logística. No segundo semestre do ano passado, a empresa lançou a marca Vatz, linha de produtos de limpeza multiuso de última geração, e hoje trabalha fortemente na divulgação.

“Estamos apostando nessa linha de produtos de limpeza multiuso mais sustentável, que não requer uso de água para limpeza de superfícies e pode ser usada em madeira, plástico, acrílico etc.”, comenta o presidente da empresa, Helder Mendes Ribeiro.

Na mesma época, a Teiú lançou a Átila, marca de produtos funcionais de base. “São produtos de limpeza com custo-benefício muito bom, voltados para o mercado popular, a fim de atender aos consumidores de menor poder aquisitivo”, explica Ribeiro.

Hoje a empresa fabrica uma linha completa de produtos de limpeza - alvejante perfumado, tira-manchas, lava-louça, gel de limpeza, água sanitária, lava roupas líquido, multiuso, aromatizador de ambiente, pastilha adesiva, amaciante, limpa-vidros, inseticida, vassouras, rodos, pás, escovas, sacos para lixo etc. E ainda uma marca de higiene pessoal, a Maran, que inclui sabonete em barra e líquido. No total são 154 produtos.

O sabão marmorizado Teiú, primeiro produto que saiu do parque fabril, quando a empresa ainda era a “Saboaria Conquistense”, na década de 50, ainda está em produção. O nome faz alusão a um teiú, réptil característico do sertão, que tem a pele marmorizada. Hoje a indústria gera 750 empregos diretos e distribui seus produtos em 14 estados. A Teiú tem unidades industriais em Vitória da Conquista e Feira de Santana, além de centros de distribuição, com frota própria, nas mesmas cidades.

Tia Sônia vai dobrar a fábrica e multiplicar a produção

O crescimento da indústria de alimentos Tia Sônia, localizada em Vitória da Conquista, a 512 quilômetros de Salvador, comprova que é possível transformar uma receita caseira de família em uma marca forte, sucesso de vendas em várias regiões do país. Enquanto planeja lançamentos, a empresa se prepara para a ampliação do parque industrial, que vai multiplicar a produção de granola, principal produto do portfólio.

Hoje a empresa ocupa um galpão de 6 mil metros quadrados, mas o projeto é construir uma fábrica de 12 mil metros quadrados no Centro Industrial de Vitória da Conquista. “Este ano a gente fez o primeiro módulo, de logística, com 2.200 metros quadrados, iniciando a operação lá no centro industrial. A área tem um total de 16 mil metros quadrados. A ideia é começar a construir a fábrica no final deste ano”, detalha o empresário Marcos Fenício, um dos fundadores da empresa, que ocupa a direção geral da Tia Sônia.

A meta é concluir o projeto de ampliação no final de 2026. “A gente fabrica hoje mais ou menos umas 300 toneladas de granola por mês e a ideia é multiplicar por quatro vezes isso”, explica o empresário. A empresa tem um portfólio de 80 itens, incluindo 14 tipos de granola, mas até o final do ano serão 22 tipos, das tradicionais, até as diferenciadas. “Em breve vamos lançar a granola de pipoca e a de paçoca”, conta Fenício.

Tia Sônia é líder em vendas de granola no Nordeste e ocupa a segunda posição em vendas, no Brasil. No portfólio hoje estão as linhas de alimentos integrais, barras, cookies, snacks, pastas (de amendoim) e bebidas (achocolatados). “Quase todos os ingredientes que eu uso na granola, eu vendo separado”, explica o empresário. A empresa tem uma loja virtual que atende a todo o Brasil. Com 250 funcionários, a Tia Sônia tem centros de distribuição em Salvador, Recife e São Paulo.

A história da empresa começou em 1996 com o início da produção, na garagem da casa da mãe (Sônia), da receita caseira de granola – alimento que é consumido há décadas pela família de origem portuguesa. Ao lado do filho, a empresária Sônia Maria Lopes Dias aprimorou a receita ao longo de décadas; ela faleceu em 2022, aos 82 anos.

Parceria com a Veracel promove a diversidade

Numa parceria com o SENAI Bahia, a Veracel inaugurou, em setembro de 2022, uma capacitação inédita: um curso exclusivo para mulheres na área de Operação de Máquinas Florestais. Um ano depois, em 2023, a empresa ofereceu uma colocação para cada uma das 20 mulheres formadas e fez história ao ter sua primeira turma de operadoras totalmente feminina. Mais de 650 mulheres se inscreveram, das quais 20 foram selecionadas para o curso. Na contratação, 19 aceitaram a proposta da Veracel e iniciaram suas atividades como operadoras trainee em outubro. A efetivação do grupo ocorreu após a aprovação de todas na prova teórica e a conclusão de um período de estágio prático na empresa.

“A contratação deste grupo é muito emblemática para a Veracel e representa a realização de um sonho nosso de ampliar a diversidade na área da colheita”, ressalta Jacks Missel, gerente de Suprimento de Madeira da Veracel. “Essas 19 mulheres foram pioneiras dentro da empresa e deixaram um legado de aprendizado para nós como companhia, além de terem aberto oportunidades para outras mulheres de nosso território que queiram trabalhar na área florestal”, complementa o gerente.

Laiandra Santos, uma das contratas por meio do curso, considera a oportunidade como uma conquista para a sua vida profissional. “Um passo importante na minha carreira profissional foi dado. Minha felicidade é sem tamanho, já que, além de concluir o curso, também fui contratada. Tenho um sentimento de realização e gratidão”, conta.

O projeto integra as iniciativas de diversidade da empresa, que tem como meta promover a equidade de gênero e a inserção de mais talentos femininos no setor florestal, ainda predominantemente composto por homens. Atualmente, a empresa conta com 23 mulheres em cargos de operadoras de máquinas florestais, incluindo a primeira mulher mecânica, contratada em 2023 junto com outros sete mecânicos. Esse grupo também participou da capacitação oferecida pela companhia em parceria com o SENAI.

Telamix Movelaria & Metalurgia

A indústria Telamix, que se enquadra no perfil de microempresa, localizada em São Cristóvão, obteve ganhos de 20% de produtividade em três meses, após fazer uma consultoria breve no Sebrae dentro do programa Brasil Mais Produtivo, depois de 30 anos de existência.

A empresa trabalha com ferro e fabrica varais de parede, displays e expositores de produtos, estante de prateleiras, o gradil da Feira de São Joaquim, corrimão de escada, guarda-corpo, escada marinheiro, móveis e decoração, exaustor solar, soluções para a indústria e comércio e para a construção civil e outros produtos, além de oferecer o serviço de pintura eletrostática a pó para metais.

De acordo com o proprietário Maurício Lassmann, o programa lhe deu outra visão de uma área específica da empresa, a mudança de layout, que eliminou o desperdício do espaço físico e do tempo da movimentação dos funcionários e da movimentação do material, também do tempo de preparação de produtos para depois serem fabricados, da pré-fabricação e da fabricação das telas. Segundo ele, o programa valeu muito a pena, principalmente porque a empresa é a sua única fonte de renda.

De acordo com ele, sucesso é um empresário sobreviver 30 anos com uma pequena empresa no Brasil.

Biscoitos Itália

Com 46 anos de mercado, a pequena empresa familiar Biscoitos Itália, de Feira de Santana, também se beneficiou com o Programa Brasil Mais Produtivo, com melhorias no layout da fábrica, na organização e na adoção de novas rotinas de trabalho, e na eliminação de desperdícios, obtendo um ganho de 22% de produtividade em seis meses, com quase nenhum investimento.

"A gente tem acesso a várias ferramentas e consultorias do Sebrae, que são um produto caro para uma pequena e média empresa que não tem recursos para contratar grandes profissionais. Às vezes, a gente precisa de financiamento e empréstimos bancários, e essa ajuda que o governo dá, incentivando um Brasil Mais Produtivo, com a participação do Sebrae e do Senai, é de grande importância. Vale muito a pena participar", afirmou Geraldo Pires, um dos administradores da indústria.

Com 90 funcionários, Pires celebra que esse ganho de produtividade aconteceu sem precisar contratar nenhum a mais. "Você consegue alcançar com a mesma mão de obra e maquinário, apenas mudando o layout da empresa. O consultor chega na linha de produção com um novo olhar que a gente no dia a dia do trabalho não percebe mais", avaliou, acrescentando que eles também oferecem curso de líderes que mudou a sua maneira de trabalhar.

"Eles orientam a gente a ser organizar melhor e a fazer mudanças. Trabalham com a direção, com os funcionários e com os líderes no mesmo pensamento de mudar e melhorar", comemorou. E com a eliminação do desperdício, são eliminados materiais que poderiam ir para o lixo e com um menor consumo de energia. Agora eles estão indo para a segunda parte do programa, que vai trabalhar a inovação para a eficiência energética.

Segundo Pires, hoje a pequena e média empresa cumpre praticamente as obrigações das grandes empresas. "Todo mundo tem que se unir para descarbonizar o planeta e isso não é falado apenas pelo Senai, Fieb e Sebrae, mas em palestras que se têm em todos os órgãos, associações e também em reportagens da imprensa. Todos os dias a gente está ouvindo falar da agenda 2030 da ONU e as práticas ESG. Então não tem como você não se preocupar com isso", comentou.

Ele celebra a união de forças que vem somar coisas boas para eles. A fábrica produz biscoitinhos populares como o coquinho, o palito e o doce, além de salgadinhos de milho. Todos os produtos foram contemplados na consultoria e em todos eles Geraldo teve muitos bons resultados. Com uma produção 24 horas, eles produzem quatrocentos mil quilos de biscoitos e salgadinhos por mês.

A família Pires vende os seus biscoitos e salgadinhos para 150 cidades baianas no entorno de Feira de Santana, abastecendo pequenos e médios mercadinhos, super atacadistas e supermercados.

Braskem é destaque em boas práticas

Focada na promoção de operações mais sustentáveis na Bahia, a Braskem tem implementado medidas que buscam reduzir anualmente as emissões de gases de efeito estufa em suas unidades no Polo Industrial de Camaçari. As ações adotadas no estado já representam cerca de 10% do total de 900 mil toneladas de gases de efeito estufa que deixaram de ser emitidos em suas plantas industriais, nos últimos três anos, por meio do Programa de Descarbonização Industrial. As iniciativas se tornaram referência, sendo replicadas nas unidades do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo e México.

“Essas realizações englobam o Programa de Descarbonização Industrial, iniciado em 2021, bem como investimentos em inovação, adoção de novas tecnologias e fontes de energia renovável, aliada ao treinamento da equipe para a otimização de processos”, aponta o diretor Industrial da Braskem na Bahia, Carlos Alfano. A companhia baiana estabeleceu como metas globais reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 15% até 2030 e atingir a neutralidade de carbono até 2050 em suas operações.

Um dos objetivos principais do programa de descarbonização é o aumento da participação de energias renováveis e combustíveis de baixo carbono na matriz energética da empresa. “Por meio dos contratos firmados na compra de energia limpa para abastecer nossas operações no Brasil, esperamos a redução de mais de 3,2 milhões de toneladas de CO2e durante os 20 anos de vigência dos acordos”, afirma Alfano.

Dois desses contratos foram estabelecidos na Bahia em parceria com a EDF Renewables do Brasil: um em Campo Formoso, assinado em 2018, e outro, no sudoeste do estado, em 2022. Já em 2023, 80% da energia elétrica adquirida pela Braskem em todo o mundo foi proveniente de fontes renováveis. Um cenário naturalmente favorável para isso é a localização das unidades industriais na Bahia, que possui atualmente a liderança nacional na geração de energia eólica, com 312 usinas em operação, conforme a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A redução do consumo de energia é outra ação adotada para melhorar a ecoeficiência operacional das plantas da empresa. Iniciativas como a implementação de projetos de Indústria 4.0 e a eletrificação de equipamentos têm contribuído para a competitividade e ecoeficiência energética. Um exemplo é o uso de tecnologias avançadas pioneiramente nas unidades da Bahia, que otimizam o consumo de energia em tempo real nos fornos de pirólise por meio de modelos matemáticos e estatísticos.

A Braskem também tem investido fortemente em ações de eficiência hídrica, a exemplo da implementação de iniciativas para reduzir as perdas de água de resfriamento na planta de Olefinas, parte da unidade Q1, no Polo Industrial de Camaçari. Com esta ação, foi possível economizar um total de 1 bilhão de litros de água nos últimos dois anos, o que corresponde ao consumo médio de uma cidade com 14.400 habitantes. As boas práticas renderam à Braskem, em 2023, o Prêmio de Sustentabilidade da Solenis. A empresa foi a vencedora entre os clientes da América Latina com os melhores projetos de uso reduzido de água.

Realce Industrialização

Vencedora do primeiro lugar no Prêmio Fieb Indústria Sustentável, na categoria micro e pequenas empresas, a Realce Industrialização produz peças plásticas para materiais de construção e elétricos, de iluminação e decoração utilizando uma matéria-prima 100% reciclável em 70% de seus produtos há mais de cinco anos. Sua empresa, com 55 funcionários diretos, situada há vinte anos em Conceição do Jacuípe, aderiu ao Pacto Global da ONU.

Além da unidade de fabricação, eles possuem uma unidade de reciclagem e incentivam a coleta seletiva na própria fábrica, além de receber materiais da comunidade e das empresas do entorno, além de comprar o material bruto e processado de três cooperativas, beneficiando cem famílias. Eles possuem uma capacidade de recuperação de material reciclado (resinas termoplásticas processadas) de 150 toneladas por mês. Outros tipos recolhidos são encaminhados para cooperativas de reciclagem, inclusive as garrafas pet, cujo plástico não é utilizado em sua fábrica.

Ao longo de três anos eles receberam 50 toneladas de resíduos de polipropileno e polietilano das fábricas da região e com isso produziu mais de dois milhões de produtos a partir do material reciclado, gerando faturamento superior a R$ 15 milhões. Os seus produtos plásticos são vendidos na Bahia e em Sergipe. "Muita gente diz que o plástico é um vilão para o meio ambiente, mas na verdade ele é uma solução viável economicamente e mais sustentável do que outros materiais. Ele pode dar origem a outros produtos e, com educação da população, não tem que ir para o lixão ou para o mar. Nós retiramos o plástico do ambiente e ele não retorna para lá", afirmou o proprietário Thiago da Costa.

Ele contou que a matéria-prima para fazer produtos como luvas e mangueira de eletrodutos 100% reciclados vem de recipientes de shampoo, de detergente, de água sanitária e outros vasilhames. No processo, utiliza a água através da captação da chuva em um tanque subterrâneo de 10 mil litros, e a energia através das 600 placas solares, sem emitir carbono no processo.

"A gente tem que descarbonizar o planeta, as mudanças climáticas estão afetando todo mundo. Praticamente todos os meus produtos têm um componente ou mais reciclado, quando não na sua totalidade". Para o proprietário, receber o prêmio foi algo muito gratificante e que o deixa emocionado pelo reconhecimento de que estão no caminho certo da sustentabilidade.

Jacobina Mineração Pan American Silver

Foi a primeira indústria de mineração do Brasil a obter a declaração de conformidade aos critérios ESG pela norma da Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT) Prática Recomendada PR 2030, que define as práticas e diretrizes envolvendo a implementação do conceito ESG nas empresas.

Com agenda robusta, as ações ESG da mineradora beneficiaram 500 mil baianos nos últimos 15 anos, em uma atuação marcada pela sustentabilidade, o desenvolvimento econômico e social da região, além de uma excelência operacional e da segurança de todos. Além de aprimorar o desempenho operacional da empresa, as práticas promovem também a responsabilidade corporativa e a sustentabilidade em todas as operações, visando o benefício não só da empresa, mas também de seus funcionários, a comunidade local e o meio ambiente. A mineradora busca atrair investidores e parceiros comprometidos com práticas de negócios responsáveis.

"As ações de ESG são uma realidade na Jacobina Mineração Pan American Silver muito antes de estar em voga no mundo. Temos um processo histórico de melhorias no processo de governança e nas ações de apoio à comunidade, principalmente nas áreas de meio ambiente e educação. Incentivamos o desenvolvimento de uma cultura do pensamento sustentável dentro e fora da empresa e é isso que garante a força e a continuidade das ações de ESG em nossa mineradora", afirmou Sandro Magalhães, Country Manager Brasil e Argentina na Jacobina Mineração Pan American Silver.

A empresa desenvolve ações sociais anuais como "O Dia Integrar", com mais de 36 mil atendimentos gratuitos nas áreas de saúde, cidadania, educação ambiental, lazer e beleza. Na área da educação ambiental, oferece programas para crianças e adolescentes de escolas municipais. Entre as ações de responsabilidade ambiental, destaca-se a implantação de uma usina de compostagem em parceria com uma cooperativa local.

Segundo Magalhães, a utilização racional dos recursos naturais é uma premissa para o desenvolvimento dos negócios e 95% da água que é utilizada na mineração do ouro é reutilizada. Além disso, eles monitoram e preservam 18 nascentes que estão dentro da propriedade da mineradora.

Bracell

A Bracell Bahia adota a filosofia de que o negócio só será bom para a empresa se for bom também para a comunidade, o país, o clima e o cliente, e é com base nisso que ela norteia as suas decisões administrativas e operacionais. Para o cultivo do eucalipto e a produção da celulose solúvel, a empresa se comprometeu com o uso sustentável dos recursos naturais e a preservação e recuperação dos remanescentes de vegetação nativa em suas propriedades.

"Precisamos ter uma cadeia produtiva sustentável, de modo a garantir produtos de alta qualidade que atendam às especificidades que o cliente necessita para as suas aplicações finais. É a única maneira de assegurar a constância das atividades e uma relação positiva com o meio ambiente e as comunidades vizinhas', informou o diretor -geral da Bracell, Guilherme Araújo.

Além disso, a indústria firmou o compromisso Um para Um, em que pretende igualar o total de hectares de plantio de eucalipto com o de vegetação nativa preservada, inclusive em áreas públicas até 2025. Ela alcançou 92% da meta em 2023. A indústria de celulose tem ainda programas ambientais com foco no monitoramento dos recursos hídricos, da fauna e flora silvestres e do solo, com dados que subsidiam as decisões sobre o manejo florestal.

No campo social, a Bracell investe em educação continuada há dez anos em dez municípios, contribuindo com a formação de professores, coordenadores pedagógicos, gestores escolares e equipe técnicas das secretarias de Educação, além de mais de 24 mil estudantes. Outro investimento social é em programas de bem-estar e empreendedorismo, como o programa Fomento a Negócios de Impacto, com foco no empoderamento, capacitando profissionais e gerando renda para os participantes.

Outros programas são a Farmácia Verde, projeto Polinizadores, Mulheres Produtoras e o Nós do Campo, que cooperam positivamente para a autonomia e sustentabilidade dessas comunidades. Os seus colaboradores internos também adotam fortemente os valores fundamentais da empresa. "Tudo isso diferencia a Bracell no mercado e contribui com uma marca caracterizada pela sustentabilidade de ponta a ponta em seu processo produtivo", afirmou Araújo.

Polo Salvador

A indústria de camisas polo e fardamento corporativo Polo Salvador, localizada no Condomínio Bahia Têxtil, no bairro do Uruguai, está enquadrada como pequena indústria, mas a sua representatividade é um exemplo de empresa que adota de forma plena o conceito de ESG. Em 2023, ela foi certificada como uma das empresas mais sustentáveis do mundo pelo G-20. Ela coleciona 15 certificações e prêmios atribuídos a práticas sustentáveis, incluindo a Declaração de Conformidade relativa ao Programa de Verificação ESG da ABNT PR 2030, baseada nos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável da ONU, inédita no Brasil para a micro, pequena e média empresa.

Com um espírito de sustentabilidade muito grande e movido pelo fortalecimento das práticas ESG, o proprietário Hari Hartmann possui 100% de autonomia energética por meio de 137 placas solares fotovoltaicas, e reaproveitamento da água da chuva para os seus processos. Todo o lixo é reciclado e os cerca de 10% de retalhos são doados a uma creche. "Nossa ideia era trabalhar em um ambiente sustentável, com o menor desperdício e a maior produtividade. Em um ano e meio, quitamos todos os nosso débitos", conta o propríetário Hari Hartmann.

A empresa confecciona cinco linhas de camisas, com percentuais de algodão e poliéster variáveis de acordo com a necessidade do cliente. O poliéster das fibras é obtido através do beneficiamento de garrafas pet. No final do ano passado, ele lançou uma camisa sustentável que pode ser usada até cinco vezes sem apresentar odor. São as camisas polo 100% sustentáveis, testadas durante sete meses na Alemanha e única no Brasil.

O tecido das peças recebe tintura e amaciante feitos a partir de tecnologia antibacteriana, que recicla o silicone de capas de celular. A cada dez camisas produzidas, uma capa de celular de silicone é retirada do meio ambiente. Ele produz diariamente duas mil peças. A camisa é sustentável desde a matéria-prima até a economia de água. O valor varia de R$ 40 a R$ 50, de acordo com o bordado da logomarca do cliente.

Para alcançar esse resultado, Hari Hartmann teve o apoio fundamental do Sebrae em inúmeros cursos, missões empresariais, capacitações, treinamentos e consultorias, aliado àa sua iniciativa, busca e inquietação, o que ajudou a atingir um grau de maturidade empresarial e conquistar prêmios e certificações.

Basf

O Complexo Acrílico da Basf, em Camaçari, é a primeira unidade de produção da empresa na América do Sul a obter a Certificação Internacional de Sustentabilidade e Carbono (ISCC Plus) para a produção de seus produtos a partir de matérias-primas recicladas ou renováveis como alternativa aos recursos fósseis, livres também do desmatamento. O seu portfolio inclui produtos como o ácido acrílico, acrilato de butila, polímero super absorvente, acrílicos, solventes e plastificantes, que são insumos utilizados em diversas indústrias como adesivos, construção civil, higiene e produtos de pintura.

Segundo o vice-presidente do Negócio de Petroquímicos da Basf para a América do Sul, Marcos Carvalho, a sustentabilidade é algo que guia todas as ações e foram estabelecidas metas globais bastante robustas para os próximos anos. Elas incluem reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 25%, até 2030 (em comparação com 2018) com a perspectiva de uma jornada rumo à neutralidade climática e atingimento de emissões líquidas zero, até 2050.

Como a produção química da Basf requer uma grande quantidade de energia e alguns processos criam gases de efeito estufa como subprodutos, eles têm o objetivo de reduzir continuamente as emissões de gases de efeito estufa resultantes da geração de energia na fábrica, através de iniciativas como o Programa Triple E (Excelência em Eficiência Energética), que reduz o consumo de energia e já identificou 450 oportunidades de melhoria desde 2019, sendo que 180 já foram implementadas. Essas iniciativas representam uma economia de R$ 28,2 milhões por ano e uma redução de emissões de 23,7 mil toneladas de CO2 equivalente por ano.

Além disso, o programa Zero Aterro introduz a lógica da circularidade nas operações, uma vez que são destinados 100% dos efluentes do Complexo Acrílico para compostagem, reciclagem e coprocessamento, reaproveitando esses materiais. A iniciativa já evitou que mais de 650 toneladas de restolho fossem descartadas nos aterros sanitários da região.

Em parceria com cooperativas e fornecedores baianos, eles passaram a direcionar o lixo industrial para coprocessamento, no qual é transformado em combustível para cimenteiras; o sanitário para a reciclagem, e o lixo orgânico dos refeitórios para a compostagem.

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