TRANSIÇÃO ENERGÉTICA
Cerca de 93% da energia elétrica gerada no estado é zero carbono
Confira o caderno especial desta quarta
Por Letícia Belém
Além de ter dado início ao planejamento do Atlas do Mar e Bioma Costeiro para mapear as oportunidades deste ecossistema no estado, a Bahia já conhece o potencial de geração de energias limpas através do desenvolvimento do Atlas Solar, do Atlas Eólico e do Atlas do Hidrogênio Verde, todos entregues pelo Senai Cimatec ao governo do estado.
A Bahia é líder no país na transição energética para uma geração de energia elétrica descarbonizada e sustentável, através de fontes renováveis limpas como a solar fotovoltaica, a eólica e a biomassa, além de estar no desenvolvimento de tecnologias para a implementação de um parque gerador de hidrogênio verde em breve.
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura da Bahia (Seinfra), atualmente cerca de 93% da capacidade instalada para a geração de energia elétrica no estado vem de fontes renováveis, como água, sol, vento e biomassa. Os 7% restantes vêm da atividade das termelétricas fósseis e hidrelétricas em funcionamento.
A energia eólica corresponde a cerca de 51% de geração de energia elétrica na Bahia. Já a energia solar corresponde a aproximadamente 11% da capacidade instalada total no estado. O estado corresponde a 31% da capacidade instalada no país de potência geradora de energia de fonte eólica, sendo o maior produtor do país, e a 15% da capacidade instalada nacional de energia solar fotovoltaica, ficando atrás apenas do estado de Minas Gerais.
Atualmente, há 331 parques eólicos em operação, com 9,6 GW de potência outorgada, em um investimento estimado em R$ 46 bilhões, e geração de 96 mil empregos. Há também 53 usinas em construção, com 2,24 GW de potência outorgada, em um investimento estimado em R$ 11 bilhões.
Há também 71 empreendimentos fotovoltaicos em funcionamento com potência instalada de 2 GW. O investimento feito pelas empresas do setor energético nos parques em atividade na Bahia foi de R$ 39,7 bilhões na energia eólica e de R$ 8,3 bilhões na energia solar. A expectativa para este ano é de ampliação da geração de energia elétrica para 10,1 GW.
Existem 53 parques eólicos em construção e outros 196 serão implantados nos próximos cinco anos com uma potência já outorgada de 8,12 GW, em um investimento estimado em R$ 52 bilhões, com capacidade de gerar 81 mil empregos.
Sobre a fonte solar, sete usinas se encontram em construção, em um investimento de R$ 1,3 bilhão e 350 MW de potência outorgada, gerando dez mil empregos. Outras 556 serão implantadas no prazo de cinco anos no estado, com 24,56 GW de potência outorgada em um investimento estimado de R$ 88 bilhões, com capacidade de geração de 737 mil empregos.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE), Angelo Almeida, com base na energia gerada no ano de 2023 pela fonte eólica, de 29.121 GW, a capacidade foi de atender cerca de 223 milhões de residências ou 630 milhões de habitantes através do Sistema Interligado Nacional. Já com a fonte solar fotovoltaica, pode-se inferir que a energia gerada por esta fonte no estado abasteceu cerca de 31 milhão de residências, ou 88 milhões de habitantes através do Sistema Interligado Nacional.
Ele destaca os impactos positivos que podem ser gerados nos municípios baianos e seus habitantes onde as indústrias de energias renováveis são implantadas, como a arrecadação de diferentes tipos de impostos e taxas.
A secretaria faz o acompanhamento do procedimento de regularização fundiária que permite a conciliação entre o modo de vida dos agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais do Polígono das Secas, suas atividades produtivas e culturais e a implantação dos empreendimentos de geração de energia elétrica por fontes renováveis.
A SDE oferece incentivos fiscais para as empresas do setor de energias renováveis, como a desoneração do imposto estadual de circulação de bens e mercadorias (ICMS) na aquisição de bens destinados ao ativo fixo; a isenção de ICMS na compra e venda de equipamentos e componentes utilizados para a energia solar e eólica, e na aquisição de energia elétrica gerada a partir de fontes renováveis destinadas à produção de hidrogênio e amônia verdes.
Oferece também uma redução de até 90% na base de cálculo do imposto na importação de linhas de transmissão e nas aquisições estaduais destinados à empresa que opere, exclusivamente como concessionária de transmissão de energia para a implantação da sua rede.
O Senai Cimatec Sertão é um outro campus voltado para o desenvolvimento de tecnologias na região semiárida do Nordeste do país, especificamente nos biomas da caatinga e do cerrado, com o objetivo de promover um novo ciclo de progresso econômico, social e ambiental. Já foi iniciado o projeto de desenvolvimento de tecnologia de produção de etanol e biogás a parte da planta agave (sisal).
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