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05/06/2024 às 2:02 - há XX semanas | Autor: Ana Cristina Pereira

FLORESTA VIVA

Plano Bahia Florestal articula ações para aumentar área cultivada

Confira caderno especial desta quarta

Imagem ilustrativa da imagem Plano Bahia Florestal articula ações para aumentar área cultivada
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A madeira que vem das florestas cultivadas é indispensável em vários setores da indústria – da produção de papel à secagem de grãos, passando pela fabricação de móveis e uso na construção civil. Ela está presente até no poliéster dos tecidos e em produtos de beleza. Por isso, o aumento da produção e do consumo da madeira renovável está no cerne de importantes projetos, como o Plano Bahia Florestal 2033, que deu um importante passo no mês passado.

Idealizado pela Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (Abaf), o plano foi lançado no último dia 12, em evento que marcou os 20 anos da instituição. A ideia, explica o diretor executivo da Abaf, Wilson Andrade, é formar um comitê gestor com órgãos do governo estadual e iniciativa privada, além de instituições como Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Federação das Indústrias do estado da Bahia (Fieb) e Sebrae, para estimular investimentos atuais e atrair negócios.

No âmbito governamental, integrarão o comitê, por exemplo, as secretarias de Meio Ambiente, Agricultura e Desenvolvimento Econômico. A Abaf reúne 25 grandes empresas do setor, além de mais de 300 produtores independentes.

Wilson Andrade explica que o plano visa ampliar e fortalecer a cadeia produtiva de florestas plantadas para que a Bahia atenda a demanda por madeira dos mais importantes segmentos da economia, como papel e celulose, construção civil, processamento de grãos e fibras, mineração e energia. Hoje, o estado tem 700 mil hectares de área plantada, e a meta é dobrar este número até 2033. “Depende da capacidade de atrair rendimentos para o setor, pois esta é uma política de Estado”, reforça.

Na construção civil, ilustra Andrade, o potencial é muito grande, com a madeira podendo substituir o aço e o cimento em muitos contextos, reduzindo as emissões de carbono. “Vamos intensificar o que já temos feito para o uso múltiplo da madeira e estimular ainda mais a Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), a diversificação e a sustentabilidade das atividades rurais com a inclusão dos pequenos e médios produtores e processadores de madeira”, afirma.

No modelo ILPF, o produtor é estimulado a abrir espaço entre as colheitas do eucalipto para cultivar diferentes lavouras, a exemplo do café, ou criar gado e outros rebanhos. “Essa é uma tecnologia que vai crescer bastante, pois protege o solo, aproveitando os resíduos de uma plantação para a outra como adubo. Gera renda extra para os produtores e utiliza os recursos técnicos e de pessoal de forma mais racional”, detalha. Os pequenos e médios produtores e processadores de madeira são responsáveis por 20% dos insumos que abastecem a indústria.

A produção baiana está concentrada em quatro grandes áreas: Sul e Extremo Sul, Litoral Norte, Oeste e Sudoeste. Mas Andrade destaca o surgimento de novos polos, como a região de Jaguaquara, onde está sendo estudada a introdução de uma variedade mais resistente ao clima seco. O trabalho é feito em parceria com a Embrapa e universidades baianas.

Compromisso ambiental

A Bahia possui cerca de 9 milhões de hectares de áreas degradadas, que podem ser usadas para o plantio de árvores, evitando o processo de desertificação e sem concorrer com a produção de alimentos. “Ninguém desmata para plantar. Plantamos e replantamos sempre no mesmo local, e com enriquecimento do solo”, afirma Wilson, reforçando que há o compromisso das empresas associadas à Abaf de chegar à relação de um por um, ou seja, para cada hectare reflorestado preservar um de mata nativa. Atualmente, a relação está em 0,7%, ultrapassando a exigência de 0,5 % do Código Florestal Brasileiro. Empresas como a Suzano, Bracell, Veracel, Ferbasa e ERB, que integram a associação, são responsáveis por cerca de 500 mil hectares de preservação de vegetação nativa em suas propriedades.

“Nós representamos de 5% a 6% do PIB e podemos crescer muito mais, levando o desenvolvimento ao interior do estado, gerando emprego, renda e o crescimento das receitas dos municípios“, projeta Wilson, acrescendo que tudo depende do crescimento do próprio estado e de setores como o de combustíveis ou de transporte. Neste último, é grande a expectativa em torno da construção das ferrovias Leste-Oeste (Fiol) e Centro-Atlântica (FCA), que podem estimular o surgimento de novos polos de plantio. “Podemos ter, ao longo das ferrovias, polos com diferentes tipos de solo, altitude e índices pluviométricos, o que vai diversificar e descentralizar a produção, levando-a para o interior e impactando a vida de muitas pessoas”.

À época do lançamento do Plano Bahia Florestal 2033, a presidente da Abaf, Mariana Lisbôa, destacou a importância da iniciativa no momento em que cresce a demanda por madeira no Brasil e no mundo. A Indústria Brasileira de Árvores (Ibá) contabiliza investimentos de R$ 70 bilhões no setor, nos próximos três anos.

“É preciso que a Bahia esteja preparada para atrair parte desses novos investimentos, seja em ampliações ou novas indústrias. Vale lembrar que o setor de árvores cultivadas produz e conserva, além de gerar riqueza e oportunidades. O desenvolvimento de um plano pode ajudar a tirar travas, incentivar o crescimento econômico, atender a crescente demanda por produtos de madeira, gerando ainda, principalmente no interior, mais empregos qualificados, capacitações, tecnologia, renda, impostos e contribuições ambientais de elevada significância”, resumiu Mariana Lisbôa.

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