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Atleta de mountain bike, Ulan Bastos volta ao lar para cumprir quarentena

Por Aurélio Nunes | Especial para o A TARDE

01/04/2020 - 22:30 h | Atualizada em 02/04/2020 - 0:18
Treino no rolo para bicicleta tem vista inigualável | Foto: Wali Lima | Divulgação
Treino no rolo para bicicleta tem vista inigualável | Foto: Wali Lima | Divulgação -

Treinar para manter a forma sem saber quando voltarão as competições. Essa tem sido a rotina comum a atletas de alto rendimento de todas as partes do mundo desde o início das medidas de restrição impostas para conter a propagação do novo coronavírus. Uma rara exceção ao tédio encontra-se em território baiano: Ulan Bastos Galinski, 21, cumpre o período de isolamento na casa dos pais no Vale do Capão, um dos destinos turísticos mais procurados por amantes da paz, natureza e esportes radicais.

Por ora, o primeiro colocado do ranking nacional na categoria XCO (Cross Country Olímpico) ainda não pode usufruir da estrada de terra íngreme e sinuosa que liga o povoado de 2 mil habitantes à sede do município de Palmeiras, situado a 450 km de Salvador.

Mas o momento de resgatar a infância e a adolescência nas trilhas pedregosas entre poços e cachoeiras do Parque Nacional da Chapada Diamantina deve chegar logo. “Por ser um lugar isolado, perto da entrada do Parque Nacional, eu acredito que em breve serei um dos primeiros atletas a poder treinar na rua”, prevê Ulan, que há 10 dias trocou a concentração da equipe Caloi Team, em Petrópolis (RJ), para cumprir a quarentena com a família nos ‘Alpes Baianos’, onde nasceu. “Acredito que estou mais seguro no Capão. O Parque Nacional está fechado à visitação e uma barreira na estrada impede a entrada de quem não é morador”.

Por enquanto, Ulan tem treinado na academia de ginástica que montou na casa dos pais, Maryanne Bastos e Jean Paul Galinski, proprietários do Circo do Capão. São duas horas e meia por dia no rolo de treinamento, um suporte de bicicleta para ler a potência e simular as inclinações do terreno. À tarde vem o trabalho de musculação e pilates.

“Vim para a Bahia para adaptar e mudar a intensidade do meu treino. Agora estou fazendo um trabalho de base semelhante ao que fazemos durante a pré-temporada”, explica. Como os outros dois integrantes da equipe, Pedro Lage e Marcela Lima , Ulan foi orientado pelo patrocinador a usar máscara na viagem de volta pra casa, intensificar os hábitos de higiene, não ter contato com ninguém além da família e não sair de casa.

Quando for finalmente liberado, poderá tirar vantagens de sua localização. “O Vale do Capão tem trilhas típicas para a prática do mountain bike, com muitas pedras, é excelente para desenvolver a técnica da modalidade. Sem contar o efeito psicológico de estar com a família num lugar onde treinei horas e horas sonhando em alcançar o que tenho hoje”.

Em Petrópolis, porém, Ulan tem acompanhamento de psicóloga, fisiologista e de uma nutricionista para fazer uma dieta balanceada. “O mais difícil em casa é controlar a boca”, reconhece.

Ídolos

Entre um ponto e outro, o ciclista também navega entre duas fases distintas da carreira: no Capão, tem a oportunidade de rever os ídolos Alexandre Arthur e Anilson Marques, ex-campeões baianos que inspiraram sua geração a dar as primeiras pedaladas; em Petrópolis, treina sob a orientação do atual ídolo, o local Henrique Avancini, campeão mundial maratona de 2018 e atual segundo colocado no ranking mundial.

Os resultados de Ulan em 2019, quando foi campeão de cinco etapas da Taça Brasil, impressionaram Avancini, que o convidou para trocar a TSW Racing Team pela Caloi Team, equipe da qual é mentor. “Ulan me chamou a atenção pela mentalidade esportiva que carrega, e este é um ponto fundamental para que o atleta possa crescer na carreira”, diz Avancini.

Os dados atestam o momento de ascendência de Ulan. Na lista do último ranking mundial divulgada pela União Ciclística Internacional (UCI), ele aparece em 110º lugar no geral e em sétimo entre os atletas sub-23. Subiu 12 posições em relação ao levantamento anterior. “A médio prazo, acredito que ele vai se consolidar como um dos melhores atletas brasileiros da modalidade”, preconiza o mentor.

Paris na mira

Com o ciclo olímpico de Tóquio fechado, Ulan Galinski mira seus esforços para representar o país em 2024, em Paris, cidade natal de seu pai. Num horizonte mais próximo estão a cidade do México, onde será realizada a próxima etapa do Pan-americano, e a Alemanha, onde Ulan representa o país numa etapa do mundial. Resta saber quando. As duas provas estavam marcadas para o mês de maio, mas devem ser adiadas, embora a suspensão atual das competições de mountain bike só vigore até 30 de abril. “É difícil manter a motivação sem saber quando será nossa próxima competição”, confessa.

“Outro dia eu estava com preguiça de fazer o pilates, mas depois me lembrei que Avancini disse que esse era um bom momento para a gente refletir sobre o impacto social da nossa profissão. Depois que essa pandemia passar, vai ter muita gente precisando de uma razão pra se alegrar. É por essa alegria que as pessoas precisam que eu não posso deixar de treinar”, filosofa.

Na gangorra da vida entre a Bahia da infância e o Rio da vida adulta, Ulan busca razões para inspirar-se e servir de inspiração. “Logo que cheguei, me contaram que teve uma festa à fantasia aqui no Capão e um menino de 13 anos apareceu todo paramentado de ciclista. Ele dizia pra todo mundo que estava fantasiado de Ulan”.

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