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Baianos disputam seletiva olímpica por vaga para Paris-2024

Três atletas baianos tentarão carimbar seus passaportes

Por Luiz Teles

04/05/2024 - 9:00 h
Caribé já tem índice nos 100 m livres, mas precisa confirmar a vaga
Caribé já tem índice nos 100 m livres, mas precisa confirmar a vaga -

A próxima semana será de muita expectativa para o esporte olímpico da Bahia. Na piscina da sede da Comissão de Desportos da Aeronáutica (CDA), no Rio de Janeiro, três atletas baianos tentarão carimbar seus passaportes para Paris-2024 na disputa da Seletiva Olímpica Brasileira de Natação, que acontece entre os dias 6 e 11 de maio. Nas braçadas de Celine Bispo, Breno Correia e Guilherme Caribé estão as esperanças de o estado levar um número recorde de nadadores em uma única edição dos Jogos. As eliminatórias acontecerão pela manhã e as finais começarão às 18h do mesmo dia.

A missão dos três não será fácil, mas está longe de ser impossível. Pelos resultados obtidos no atual ciclo olímpico, é muito possível que possam garantir uma vaga na seleção que irá a Paris. Guilherme Caribé, por exemplo, é um dos seis atletas do Brasil que já obtiveram índice para a Olimpíada. Contudo, ele precisa confirmar seu posto na Seletiva Olímpica, que terá ao todo 28 provas (14 por gênero), compreendendo apenas as disputas individuais integrantes do programa Olímpico (revezamentos não serão realizados).

Explicando a situação de Caribé, pelas regras da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), o evento é obrigatório para os atletas que desejam participar da próxima edição dos Jogos Olímpicos - mesmo para quem já possui índice exigido pela Federação Internacional (FINA). Assim, o campeão e o vice de cada prova da Seletiva Olímpica Brasileira de natação, desde que atinjam o índice Olímpico (veja a tabela ao lado) na Final A, assegurarão as duas cotas disponíveis em cada distância. Caso as vagas não sejam preenchidas, a seleção será formada com os índices obtidos nos eventos ‘salvaguardas’ estipuladas pela CBDA, que foram os Mundiais de 2023 e de 2024, Mundial Júnior, Universíade e finais dos Jogos Pan-Americanos e do Troféu José Finkel, todos em 2023.

Já têm índice olímpico para o Brasil: Beatriz Dizotti (1500m livre), Gabrielle Roncatto (400m livre), Maria Fernanda Costa (200m e 400m livre), Kayky Mota (100m borboleta), Guilherme Costa (200m, 400m e 800m livre) e Guilherme Caribé (100m livre). Além deles, o país classificou cinco revezamentos (4x100m livre masculino; 4x100m livre feminino; 4x200m livre masculino; 4x200m livre feminino e 4x100m medley misto) e poderá levar 10 atletas sem índice para compor eles. E é justamente nessas vagas abertas de revezamento que moram as melhores chances de Celine Bispo e Breno Correia irem a Paris.

Breno Correia

Aos 25 anos, o soteropolitano Breno Correia tenta ir a sua segunda Olimpíada, após representar o Brasil em Tóquio-2020, nadando as provas de revezamento dos 4x100m e 4x200m livres. No atual ciclo olímpico, seus resultados oscilaram um pouco, mas ele chega confiante para a Seletiva. “É hora de provar para mim mesmo que posso. Os índices diretos são difíceis, mas já nadei abaixo na prova dos 100m (o índice é de 48s34 e Breno já fez 48s11, em 2019). Minha preparação foi toda com foco na Seletiva”, disse o nadador do tradicional Pinheiros e que mora em São Paulo desde 2017. Ele disputará no Rio de Janeiro as provas dos 50m, 100m e 200m livres.

Se não conseguir o índice direto, Breno precisa chegar entre os quatro primeiros colocados nas provas de 100m e 200m, o que o credenciaria a uma das vagas dedicadas ao revezamento, que não precisam de índice. Nos 100m ele é dono da 3ª melhor marca brasileira na temporada 2024 (48s97) e nos 200m tem a 5ª (1m48s32).

Celine Bispo

Essa mesma situação se aplica às chances de a jovem Celine Bispo estrear em Olimpíadas em Paris. Aos 19 anos, ela as melhores marcas pessoais da carreira nas duas últimas temporadas. Especialista nos 100m borboleta e nos 100m livres, ela também nadará a prova dos 200m livres na Seletiva. Diferentemente de Breno Correia, ela ainda não nadou abaixo dos tempos de índice olímpico nessas provas em sua carreira, mas tem até três chances de ir aos Jogos nos revezamentos, mesmo caso não obtenha as marcas necessárias.

A mais difícil dela viria nos 100m borboleta. Para isso, teria que vencer a prova da Seletiva e torcer para que uma vaga seja aberta no revezamento 4x100m medley misto, onde as mulheres nadarão as etapas de borboleta e livre em Paris. Como a prioridade do Brasil são as provas com chances de alcançar finais, é provável que a CBDA opte em ‘improvisar’ no 4x100m medley misto, priorizando atletas dos outros revezamentos nas 10 vagas que tem direito sem índice.

Já nos 100m e 200m livres, o cálculo de Celine é também chegar entre as quatro primeiras colocadas nas provas. Nos 100m, a marca obtida por ela (55s49) no último Troféu Brasil, em 2023, seria hoje a 2ª melhor da temporada 2024. “Fizemos uma ótima preparação focada na Seletiva, com uma temporada de treinos na altitude, no México, com ótimos resultados para ela”, disse o técnico Murilo Barreto, que trabalha com Celine Bispo no Yatch Clube da Bahia.

Guilherme Caribé

Guilherme Caribé, de apenas 21 anos, está entre os maiores nomes da atualidade da natação nacional. Apesar de não ter ido a Tóquio-2020, o soteropolitano deve ir a Paris com boas chances de ir à final dos 100m livres.

Desde 2022, quando na disputa do Troféu Julio de Lamare nadou abaixo de 22 segundos nos 50m e de 48s nos 100m, Caribé, que é atleta do Flamengo e nadou a última temporada da NCAA, pela Universidade do Tennessee, é visto por muito como ‘o novo Cielo’, em alusão ao maior nadador de velocidade da história do Brasil. Quando fez seus melhores tempos, o baiano nadava pelo Clube dos Funcionários da Petrobras, em Salvador.

“Será o momento mais importante da minha carreira. Por mais que eu já tenha nadado abaixo do índice, preciso estar entre os dois primeiros colocados na seletiva para garantir minha participação na Olimpíada. A responsabilidade é grande e agora é manter a cabeça no lugar para fazer o que fiz nos treinos e dar o meu melhor para sair com as vagas dos 50 e 100 livre, como também dos revezamentos. Tenho a possibilidade de integrar o 4x100 livre, o 4x100 medley e o 4x100 medley misto”, disse à reportagem de A TARDE.

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Tags:

atletas baianos Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos índices olímpicos paris-2024 revezamentos Seletiva Olímpica Brasileira de Natação

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