ESPORTES
Bola de Prata: Premiação do Brasileiro destaca ‘baianos’; veja
Premiação ainda coroa 5 botafoguenses na seleção e o jovem Estevão
Por Daniel Dórea - São Paulo (SP)*
O primeiro turno do Vitória e o returno do Bahia não deixam dúvidas: os times baianos dificilmente teriam destaque na principal cerimônia de premiação do Campeonato Brasileiro: a Bola de Prata ESPN, realizada nesta segunda-feira, 9, em São Paulo.
Como era o esperado, o campeão Botafogo dominou a seleção do campeonato, com cinco jogadores dos 11 possíveis: o goleiro John, o zagueiro Bastos, o volante Marlon Freitas, o meia Savarino e o atacante Luiz Henrique – Bastos e Savarino marcaram história, respectivamente o primeiro angolano e o primeiro venezuelano a levar o troféu.
Tantos congratulados denunciam a força da coletividade da equipe botafoguense, reconhecida por uma premiação que leva em conta a média de notas concedidas por especialistas em todos os jogos. Já no talento de um homem só ninguém seria mesmo capaz de superar o fenômeno Estevão, de 17 anos, do Palmeiras. Ele faturou a Bola de Ouro, destinada ao craque da competição, o prêmio de revelação e também entrou na seleção.
Em noite que consagrou ainda as mulheres do Brasileirão de 2024, a corintiana Vic Albuquerque foi a Bola de Ouro, trazendo consigo outras três ‘brabas da Fiel’ na seleção do campeonato, além dela mesma e do técnico Lucas Piccinato – no masculino ganhou Artur Jorge, do Botafogo.
Apesar de esses terem sido indiscutivelmente os destaques da temporada no país, houve espaço para a Bahia ser lembrada. Depois de um início péssimo, passando em branco nas 12 primeiras rodadas, o centroavante Alerrandro, do Vitória, acordou, marcou 15 gols e dividiu com Yuri Alberto a artilharia da competição. Ontem, era só alegria com a Bola de Prata nas mãos e ainda um prêmio extra: o de gol mais bonito, pela épica bicicleta contra o Cruzeiro.
“Eu não imaginava estar aqui agora, sendo artilheiro do campeonato e autor do gol mais bonito, após aquele início que foi muito ruim. Mas ainda bem que o professor Carpini chegou e organizou a casa”, disse o camisa 9 rubro-negro, dividindo os créditos com o técnico Thiago Carpini. “Ele foi o principal responsável por essa mudança do time. No meu caso, ajudou muito na parte mental. É um paizão pra gente. Tem pulso firme, fala a verdade, mostra o caminho. Tenho um carinho enorme por ele”, completou o paulista Alerrandro.
Também reconhecida pelo que fez com a bola nos pés, a meia Letícia Monteiro, de 22 anos, foi eleita a revelação do Brasileiro. Nascida em Juazeiro, ela lembrou de como tudo começou. “Lá em Juazeiro eu jogava no terrão, não sabia o que era grama e nem pensava em me tornar profissional, queria estudar pra ser advogada. Mas depois as chances foram aparecendo no futebol, passei por Paraíba, Ceará, São Paulo. Eu fui aproveitando até chegar ao Inter e as coisas aconteceram”, contou.
Diversidade
Atual presidente do Bahia, o ex-goleiro Emerson Ferretti tem uma Bola de Prata guardada pelo que fez no campo no Brasileiro de 2001, pelo Tricolor. Nesta segunda-feira, 9, foi novamente reconhecido no evento, mas por suas ações fora das quatro linhas, com o prêmio Diversidade. “Sou muito orgulhoso dos meus dois prêmios. Ser o melhor goleiro do Brasileiro pelo Bahia, com tantos bons goleiros como naquela época, foi o ápice da minha carreira. O meu maior prêmio individual. Já o prêmio que ganhei hoje [ontem] diz respeito à minha atuação social, de entender que posso ajudar o mundo a ser um lugar melhor. E estou aqui por causa da minha coragem de falar sobre a minha sexualidade num meio em que esse assunto sempre foi ignorado”, afirmou o gaúcho Emerson, que revelou sua homossexualidade numa entrevista divulgada em 2022.
*O jornalista viajou a convite da organização do evento
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