Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > ESPORTES
Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email

COPA DO MUNDO

Brasil mira título na Copa de Futebol de paralisados cerebrais

Evento é o principal da modalidade, que tenta retornar à Paralimpíada

Por Lincoln Chaves | Agência Brasil

29/03/2022 - 17:12 h
Vice-campeão em 2003 e 2013, o Brasil busca um título inédito
Vice-campeão em 2003 e 2013, o Brasil busca um título inédito -

A Copa do Mundo do Catar não será a única competição intercontinental de futebol com participação brasileira em 2022. Entre 27 de abril e 16 de maio, a cidade de Salou (Espanha) recebe o Mundial de Futebol de paralisados cerebrais (PC) - que antigamente era chamado de futebol de sete paralímpico. Vice-campeão em 2003 e 2013, o Brasil busca um título inédito.

"Nós sempre temos quatro seleções brigando: Ucrânia, Rússia, Brasil e Irã, que é uma equipe que sempre incomoda muito, mas existem outros times se preparando há muito tempo, mesmo em meio à pandemia [da Covid-19], como Estados Unidos, Argentina e Inglaterra. Então, é uma incógnita. Fora a preparação que vem sendo feita a longo prazo, tem as renovações nas seleções, o que não foge ao Brasil, então é sempre uma surpresa", afirmou o técnico Paulo Cabral, à Agência Brasil.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por ANDE (@andenarede)

A seleção esteve reunida no Centro de Treinamento Paralímpico entre os dias 13 e 23 de março, para o último encontro antes da convocação definitiva, divulgada na última sexta, 25. Dos 20 atletas que estiveram nas atividades em São Paulo, 14 foram chamados por Cabral.

"Estou muito feliz, com expectativa alta. É muito trabalho, treino, empenho, praticando o que gosto. Foi minha primeira convocação. Muitas pessoas não conhecem o futebol de PC, então [disputar] uma Copa é muito significativo, pois Deus fez o mundo não só para o convencional, mas para pessoas com deficiência também", comemorou Ângelo Matheus, um dos convocados para o Mundial, que nasceu com paralisia cerebral, devido à falta de oxigenação no parto.

>>Acompanhe as principais noticias do mundo do esporte

No sorteio das chaves, o Brasil caiu no Grupo B ao lado de Irlanda, Tailândia e Alemanha. Dos quatro favoritos apontados pelo treinador, somente a Rússia, atual campeã, está fora da Copa, suspensa pela Federação Internacional de Futebol de Paralisados Cerebrais (IFCPF, na sigla em inglês) devido à ação militar na Ucrânia - que, aliás, é o país mais vencedor da modalidade, com seis títulos mundiais.

Na última edição, em 2019, também disputada na Espanha, mas em Sevilha, os brasileiros ficaram na terceira posição, repetindo as campanhas de 1998, 2001 e 2015. Oito jogadores chamados para o Mundial de Salou fizeram parte da equipe nacional há três anos.

"Foi uma experiência muito emocionante. Uma batalha com o Irã [nas quartas de final, com vitória brasileira por 2 a 1, na prorrogação], mas nossa equipe veio fechadinha e conseguiu conquistar o terceiro lugar. O objetivo desta vez é melhorarmos e subirmos no primeiro lugar do pódio", destacou Jefferson Aparecido, remanescente da campanha anterior, que tem ataxia, um tipo de paralisia que afeta movimentos, audição e voz.

A convocação reúne, na maioria, jogadores dos dois finalistas do Campeonato Brasileiro da modalidade, realizado em fevereiro. Cinco atletas são do Centro Arco-Íris de Reabilitação Alternativa (Caíra), de Campo Grande, que ficou com o título. Outros quatro defendem o vice-campeão Vasco. Entre eles, o experiente Bira Magalhães, um dos veteranos da equipe que estará na Espanha, com sete anos de seleção.

"Acho que o diferencial do grupo é a união. Temos conversado bastante, um apoiando o outro. Todos se entregando e dando o melhor. Cada um é capitão de alguma forma, sendo exemplo pela dedicação em campo e fora, quando não está na fase de treinamento com a seleção", disse Bira, cuja paralisia cerebral afeta o lado direito do corpo.

A modalidade

No futebol de PC, os atletas são divididos em três classes: FT1, FT2 e FT3. Na FT1, estão aqueles com maior comprometimento. Cada equipe, obrigatoriamente, precisa ter ao menos um deles entre os sete titulares. A FT3 reúne os jogadores com menor grau de paralisia. Somente um pode estar no gramado em cada time.

As regras são semelhantes à do futebol convencional. As diferenças estão no número de jogadores por equipe (sete), na duração (30 minutos cada tempo), no tamanho do campo (70 metros por 50 metros) e da baliza (dois metros por cinco metros), na ausência do impedimento e na cobrança de lateral (pode ser feita com uma das mãos).

A modalidade integrou o programa da Paralimpíada entre 1984 e 2016. O Brasil foi três vezes ao pódio, com uma prata (2004) e dois bronzes (2000 e 2016). O futebol de PC (assim como a vela) ficou fora das edições de 2021 e 2024, dando lugar ao parataekwondo e ao parabadminton. O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) argumentou, à ocasião, que o esporte não teria o alcance exigido: ser praticado em pelo menos 24 países e três regiões do planeta.

"Fica um pouco difícil. A gente sempre tenta orientar aos atletas que não desistam, que há possibilidade de volta. A luta é essa. A gente busca motivar os atletas da melhor forma possível, para que tenham foco", comentou Marcos Ferreira, o Marcão, preparador de goleiros da seleção e que representou o Brasil como arqueiro em seis Paralimpíadas.

A torcida é pelo retorno aos Jogos em 2028, na edição de Los Angeles (Estados Unidos). Até lá, além da Copas do Mundo, o planejamento brasileiro envolve outras duas competições: a Copa América e os Jogos Parapan-Americanos. O Brasil é o atual campeão em ambos, sendo que, no Parapan, a seleção foi medalhista de ouro nas três vezes em que a modalidade foi disputada (2007, 2015 e 2019). Em Santiago (Chile), no ano que vem, a seleção buscará o tetracampeonato.

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags:

futebol de paralisados cerebrais, Copa de Futebol, Futebol de 7, esporte, futebol de PC, Paralimpíada

Siga nossas redes

Siga nossas redes

Publicações Relacionadas

A tarde play
Vice-campeão em 2003 e 2013, o Brasil busca um título inédito
Play

Vitória faz preparação especial para enfrentar a altitude no Equador

Vice-campeão em 2003 e 2013, o Brasil busca um título inédito
Play

Nael celebra gol antológico em vitória do Jequié: "Feliz demais"

Vice-campeão em 2003 e 2013, o Brasil busca um título inédito
Play

Barcelona-BA vai mal na Série D e CEO faz revelações em forte desabafo

Vice-campeão em 2003 e 2013, o Brasil busca um título inédito
Play

Gravação da Globo no CT do Vasco é interrompida por tiroteio; assista

x