SÉRIE A
Brasileirão começa com favoritos ao título e disputa acirrada abaixo
Como será o desempenha da dupla BA-VI na edição de 2024?
Por Patrick Levi
Se há algo que já foi difícil de negar sobre o Campeonato Brasileiro é que essa era uma competição que, diferentemente dos outros torneios de pontos corridos pelo mundo, não tinha lista curta de favoritos pré-definida. Nas conversas sobre futebol, seja nos botequins ou nas mesas redondas da televisão, chegava-se a afirmar que o Brasileirão tinha de início dez times cotados ao título.
Essa característica democrática, no entanto, parece ter se perdido ao longo do tempo, visto que, analisando os principais troféus que são disputados no continente nos últimos anos, é possível notar que a briga pelo protagonismo agora se restringe a poucos clubes – os mais ricos do país.
A edição que começa nesta sábado, 13, já mostra que Palmeiras e Flamengo saem na frente dos concorrentes, já que venceram os seus respectivos estaduais e são, dado o que pode ser visto em campo, os favoritos para terminar a Série A na ponta.
No futebol europeu a regra sempre foi essa que está virando norma no Brasil. É extremamente incomum Real Madrid e Barcelona não encabeçaram a disputa na Espanha; assim como era regra a Juventus empilhar títulos do Campeonato Italiano seguidos; e o Bayern, mais dominante ainda na Alemanha, ao fim da temporada estar com mais uma Bundesliga no seu currículo – foram 11 vezes em sequência (2012-2023).
Em terras brasileiras, nas últimas oito edições da Série A, o título foi ou para o alviverde paulista ou para o rubro-negro carioca em seis oportunidades (80% das vezes). Domínio esse que chegou até mesmo na maior competição da América, já que as equipes conseguiram quatro títulos nos últimos cinco anos. Nesse cenário, sobra para os demais clubes do Brasileirão uma luta muito particular: a briga do miolo.
Quem bate de frente?
Não seria exagero afirmar que a ‘terceira força’ do futebol brasileiro nos últimos anos tem sido o Atlético Mineiro. Único time que, desde 2019, conseguiu superar o Verdão e o Mengão no Brasileirão (venceu em 2021), o Galo, liderado por Hulk, é o clube que não deixou de ganhar títulos grandes nesse momento particular do futebol brasileiro – venceu uma Copa do Brasil, em 2021, e a Supercopa do Brasil, justamente contra o Flamengo, no ano seguinte.
Outro time que pode ameaçar essa hegemonia é o Grêmio, atual heptacampeão do Gauchão. Com a moral lá em cima por conta de mais um título estadual, a equipe conta com o experiente atacante Diego Costa em excelente fase.
Não só isso. No último Brasileirão, não fosse um erro de arbitragem contra o Corinthians na Neo Química Arena (um pênalti claro não marcado), os comandados por Renato Gaúcho poderiam ter, na última rodada, pontuação idêntica à do Palmeiras (70), que foi campeão brasileiro no ano passado.
E a dupla Ba-Vi?
Desde 2018 o futebol baiano não tinha dois representantes na elite do Campeonato Brasileiro. Naquele ano, o Vitória terminou a competição na penúltima colocação, enquanto o Bahia chegou em 11°.
Mas aquele era um ano em que as equipes baianas estavam em situação bem distinta da atual. O Leão ainda não tinha recebido a alcunha de Colossal e não tinha no seu comando Léo Condé, que, para muitos torcedores rubro-negros, é o responsável pelo crescimento recente do clube.
Agora, o Vitória chega à Série A participando de um outro grupo: o de campeão nacional. Após vencer a Segundona do ano passado e, nessa temporada, já ter levantado outro caneco (do Baiano), é possível o clube sonhar em, além de escapar do G-4, se classificar para a Copa Sul-Americana.
O Tricolor de Aço, idem. Com os reforços que o Grupo City trouxe para essa temporada, como Caio Alexandre, Éverton Ribeiro e Jean Lucas, as contratações mais caras da história da instituição, o Bahia tem elenco para brigar entre os dez primeiros colocados.
No papel esse é um dos melhores – se não o melhor – time do Esquadrão dos últimos anos, e o técnico Rogério Ceni já se mostrou efetivo em competição de pontos corridos quando conseguiu fazer um trabalho com início, meio e fim (vide o título da Série B de 2018, com o Fortaleza).
Dadas as circunstâncias, estar envolto nessa briga da ‘meiuca’ nesse Brasileirão seria positivo para a dupla Ba-Vi que, mesmo com bons times, sabe que o torneio é um dos mais concorridos do mundo.
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