"INCRIVELMENTE RESISTENTE"
Agrônomo inova em cuidados com gramado de Pituaçu e se surpreende
Tratamento específico para a Copa 2 de Julho deve ser replicado em outros campos esportivos do Brasil
Por Lincoln Oriaj
O estádio Metropolitano de Pituaçu é palco de diversas partidas de futebol ao longo da temporada de futebol. Só em 2023, já recebeu jogos da Copa do Brasil, Campeonato Baiano Séries A e B, Campeonato Baiano Sub-20, Campeonato Brasileiro Feminino, entre outros. Dessa maneira, foi preciso um cuidado especial com o gramado para a disputa da Copa 2 de Julho, que aumentou consideravelmente a demanda de confrontos no equipamento.
O responsável por esses cuidados foi engenheiro agrônomo Fernando Carvalho, membro da equipe de obras da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb). Fernando contou, com exclusividade ao Portal A TARDE, sobre o processo de estruturação do gramado de Pituaçu para suportar a grande demanda de jogos durante a disputa da Copa 2 de Julho.
“A gente já tinha pensado em algumas coisas para melhorar o gramado e a gente fez uma experiência, numa área fora do campo, que funcionou extremamente bem. Aplicamos o remineralizador natural, produzido em solo baiano, em toda a extensão do campo. Que eu saiba, é o primeiro gramado de futebol no Brasil que usa remineralizador, nós inovamos. E nós adicionamos microrganismos benéficos, probióticos, para estruturar melhor e dar vida para o solo”, explicou o agrônomo.
“O solo de Pituaçu está fortalecido porque ele está passando a ter mais vida. Se torna mais resistente, mais natural e quando a gente se aproxima do processo natural é melhor. O gramado está incrivelmente resistente e com uma capacidade de regeneração que está me surpreendendo”, continuou.
Para Fernando, este processo inovador e natural que deu certo no gramado de Pituaçu deve ser copiado para outros campos de futebol no Brasil, além de outros tipos de gramas, como campos de golfe e jardins públicos e residenciais.
“Certamente este tratamento será replicado em muitos outros campos de futebol, inclusive, em gramados diversos. Quando o pessoal de golfe souber disso vai ser uma corrida para replicar o que nós fizemos em Pituaçu. Uma inovação, focada na Copa 2 de Julho, para tornar o gramado mais resistente”, disse ao Portal A TARDE.
Apesar da intensa agenda de jogos, que diminui o tempo para o engenheiro agrônomo trabalhar no solo, Fernando explicou que é possível realizar cuidados específicos para deixar o gramado no melhor estado possível para que a bola role sem problemas.
“A gente não tem tempo de cuidar melhor do gramado, não tem tempo de fazer o necessário para se atingir o ponto de excelência que nós gostaríamos. A gente também tem plantas invasoras no gramado por conta da vegetação ao redor, ali do Parque de Pituaçu. Sementes vindas com os pássaros, trazidas pelo vento e nas chuteiras de jogadores contaminam o gramado e é um dos problemas que a gente tem”, concluiu o especialista.
A área agronômica abrange uma infinidade de atividades que quase sempre passam despercebidas para o torcedor, mas é importante ressaltar que todo o cuidado com o gramado, além de manter a estética do campo de futebol, também previne que os jogadores sofram lesões mais graves e com mais frequência.
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