SELO DE QUALIDADE
Com histórico de alto nível, Argentina e Holanda duelam por semifinal
Times tem histórico de jogos de alto nível e craques sempre decisivos
O confronto entre Holanda e Argentina das 16 horas (da Bahia) de hoje, no estádio Lusail, pelas quartas de final, pode não ser garantia de jogão, no sentido de plasticidade e beleza, em virtude de vários aspectos, como o fato de a Argentina não estar conseguindo manter uma regularidade e, por vezes, não funcionar como o esperado. E também porque a seleção holandesa opta por um estilo de jogo pragmático e que contraria a escola do próprio país, que já encantou o mundo diversas vezes, com características ofensivas e empolgantes. O que se pode afirmar, sem medo de errar, entretanto, é que esse é um encontro que possui selo de qualidade histórico, pelos inesquecíveis embates em Mundiais passados, inclusive em final, e que podem ser honrados com um grande espetáculo hoje, valendo vaga na semifinal, com o Brasil como possível adversário pela frente.
Holandeses e argentinos já se cruzaram cinco vezes em Copas do Mundo, com duas vitórias europeias, dois empates e apenas um triunfo sul-americano. Três desses duelos foram válidos por fases diferentes de mata-mata. Nesse aspecto, os argentinos estão em vantagem, por terem levado a melhor em duas das três oportunidades. A única vez que os Países Baixos superaram os argentinos foi em 1998, na França, na mesma etapa de quartas de final, quando as seleções deram espetáculo em um dos melhores jogos de Mundial.
Aquela partida reuniu grandes nomes como Bergkamp, Kluivert, Davids, Van der Sar, Frank de Boer, Ronald de Boer, Stam, Cocu e Overmars, pelo lado holandês, bem como Batistuta, Verón, Cláudio López, Ortega, Simeone, Zanetti e Ayala pelos argentinos. Foram dois cartões vermelhos, para o holandês Numan e para o argentino Ortega, muitos lances de perigo, bolas na trave, emoção de sobra e uma obra de arte em forma de gol assinada por Bergkamp, aos 44 minutos do segundo tempo.
O jogo começou movimentado, com gols de Kluivert e Cláudio López. Quando tudo já indicava o caminho da prorrogação, Frank De Boer lançou, Bergkamp dominou, deu um corte incrível em Ayala, e, com a parte externa do pé, deu o toque que bateu Carlos Roa e garantiu a vaga na semi.
A Argentina nunca venceu a Holanda durante o tempo regulamentar em uma Copa do Mundo. Em compensação, levou a melhor nos dois mais importantes cruzamentos entre os dois. Na prorrogação, na final de 1978, e nos pênaltis, na semifinal de 2014.
Em 1978, em Buenos Aires, os argentinos conquistaram a Copa do Mundo pela primeira vez, em revanche pela goleada sofrida para o Carrossel holandês, por 4 a 0, pela fase de grupos do Mundial de 1974, com dois gols de Cruyff.
A final, no Monumental de Nuñez, foi um jogaço que terminou empatado no tempo regulamentar. Kempes fez o gol dos donos da casa na primeira etapa, mas Nanninga empatou de cabeça, já aos 37 minutos do segundo tempo, conseguindo bater Fillol, melhor goleiro do mundo na época.
A prorrogação foi marcada por faltas violentas. Kempes fez o segundo, aliando habilidade, com os dribles do início da jogada, e raça, para empurrar a bola para o gol em disputa com os defensores. Bertoni fez o terceiro.
No Brasil, em 2014, a Argentina levou a melhor em jogo tenso de semifinal, sem gols. Nos pênaltis, Sérgio Romero foi o herói, defendendo as cobranças do zagueiro Ron Vlaar e do meia Sneijder e garantindo a vaga argentina.
As duas seleções carregam o legado de escolas que contam com o selo de qualidade de craques e goleadores do nível de Maradona, Messi, Di Stefano, Riquelme, Verón, Batistuta, Crespo, Kempes, Aguero, Cruyff, Bergkamp, Van Basten, Gullit, Seedorf, Robben, Sneijder, Kluivert, Nistelrooy, entre outros. Messi segue na ativa e liderando a Argentina.
Dúvidas
A Argentina já mudou bastante a escalação desde a estreia, mas para o jogo de hoje, a expectativa é que haja apenas uma mudança com relação ao anterior. Papu Gómez pode ceder o lugar para o retorno de Di Maria, que ainda é dúvida, ou para uma mudança tática, com a entrada de Lisandro Martínez, caso Scaloni resolva espelhar a equipe da Holanda, que atua com três zagueiros.
De Paul, cuja participação era incerta, por lesão, treinou com a equipe titular e deve começar jogando.
Já a Holanda fez algumas mudanças na partida passada, quando teve a melhor atuação até agora na Copa, ganhando de 3 a 1 dos Estados Unidos. Devido ao bom desempenho, a tendência é que sejam mantidas as presenças de De Roon e Klassen no meio, nos lugares de Koopmeiners e do atacante Bergwijn. Dessa forma, Gakpo seguiria adiantado no ataque, ao lado de Memphis. Timber também pode ser mantido no lugar de De Ligt, por lesão.
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